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Assembleia da APROFURG não aprova proposta do governo

Após o indicativo de proposta apresentado pelo governo federal em mesa de negociação no dia 19 de abril, a APROFURG – Seção Sindical do ANDES-SN, realizou a votação nesta segunda-feira, 22 de abril, às 14h30, em Assembleia junto aos docentes da categoria. Por unanimidade, os professores rejeitaram o que foi proposto pelo governo federal.

Cabe salientar que o governo federal não apresentou nenhuma proposta formalizada ao Comando Nacional de Greve (CNG), resultando apenas em uma reunião com apresentação em um quadro. A presidenta da APROFURG, Marcia Umpierre integra o Comando Nacional de Greve e participou da mesa de negociação junto ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

“O plano de carreira da nossa categoria não pode ser reduzido a uma tabela como nos foi apresentada. Nós, após a mesa de negociação, representando o Comando Nacional de Greve, pedimos um documento que traga a proposta do governo federal formalizada, e até agora não a recebemos. O governo vai ter que saber negociar com a gente de forma decente”, reforçou a presidenta da APROFURG – Seção Sindical do ANDES-SN e integrante do Comando Local e Nacional de Greve, Marcia Umpierre.

A indicação de recomposição salarial para os docentes segue insuficiente, conforme deliberou a categoria, já que não prevê reajuste para 2024. Trata-se de um indicativo de recomposição de 0% para 2024, 9% para 2025 e 3,5% para 2026. Recomposição nos benefícios a partir de maio de 2024, auxílio alimentação – de R$ 658,00 para R$ 1.000,00; auxílio creche – de R$ 321,00 para R$ 484,90.

O que foi apresentado na mesa de negociação pelo governo federal ainda penaliza os aposentados, já que a proposta não os inclui de forma satisfatória nos benefícios. “Um ano sem nada (0% de reajuste para 2024), é terrível, violento da parte do governo. É humilhante. Valor insuficiente para que possamos admitir, porque não dá conta do reajuste (conforme a inflação). Não dá conta dos benefícios dos aposentados que sequer foram considerados nesse indicativo. Não fala em carreira única, nem sobre dedicação exclusiva, não avança para os docentes. Não dá conta da principal questão que são as condições de trabalho dos docentes. Não podemos aceitar. Esse indicativo de proposta é insuficiente para a categoria”, argumentou o 1º vice-presidente da Regional Rio Grande do Sul do ANDES – SN, César Beras.

Além da análise do indicativo de proposta do governo federal, a Assembleia Permanente também foi essencial para a avaliação das ações das primeiras duas semanas de greve. O momento ainda possibilitou a atualização sobre as Universidades que estão em greve, com a inclusão da Universidade Federal de Santa Maria, que aprovou nesta segunda-feira, 22 de abril, a greve dos docentes.

Cenário Nacional

O governo federal demonstrou o interesse de negociar com a categoria após saber da possibilidade de greve nacional da categoria docente, realizando então, no dia 11 de abril, uma mesa de negociação com as entidades da educação federal. A greve nacional da base do ANDES-SN, foi deflagrada no dia 15 de abril.

Já nos dias 16, 17 e 18 de abril, foi realizada a Jornada de Lutas “Não aceitaremos 0% de reajuste”. No dia 16 de abril ocorreu audiência pública na Câmara dos Deputados “Mobilizações e paralisações dos servidores técnicos-administrativos de universidades e institutos federais”. No dia 17 de abril a Marcha dos Servidores públicos federais em Brasília mobilizou 10 mil pessoas que lutam pela educação federal. No dia 18 de abril ocorreram atividades setoriais e específicas pela reestruturação das carreiras dos servidores públicos federais. O dia começou com a atividade “Café com o presidente”, com o objetivo de acordar o presidente da república para chamar a atenção da luta da categoria da educação federal. Os servidores cobraram respostas da presidência, em relação às inúmeras reivindicações dos docentes, técnicos e servidores.

Após os trabalhadores da educação realizarem um café no Palácio da Alvorada, uma comissão foi formada e convidada a ir até o Palácio do Planalto, no final da manhã da quinta-feira, dia 18 de abril. A comissão contou com representações do conjunto de servidores públicos federais que estão em greve. Pelo Comando Nacional de Greve do ANDES-SN, participaram da conversa, no auditório do anexo I do Palácio do Planalto, as professoras Jeniffer Webb e Marcia Umpierre, além do professor Mário Mariano.

Ainda no dia 18 de abril, o Governo Federal sinalizou que apresentaria uma proposta capaz de contemplar as demandas requeridas pelos docentes. No entanto, de forma frustrada, a categoria sequer teve uma prosposta formalizada – o que era esperado na reunião. E o que foi mostrado pelo governo federal, não atendia às questões como: orçamento das Universidades e dos Institutos Federais, condições de trabalho, reestruturação das carreiras, entre outras pautas.

Entenda

O 42º Congresso do ANDES-SN, realizado entre 26 de fevereiro e 1 de março, aprovou a construção da greve nas instituições federais de ensino e do setor da Educação, no primeiro semestre de 2024, rumo à greve unificada do funcionalismo público federal.

O estado de greve foi aprovado em 20 de março dando o início ao movimento que tem como propósito melhorias nas condições da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e do IFRS – campus Rio Grande para a comunidade acadêmica. Em âmbito local, a Assembleia de quarta-feira (03/04) integrou o primeiro momento previsto no calendário de construção de greve, aprovado na Assembleia do dia 26 de março.

O Comando Local de Mobilização da APROFURG entregou na sexta-feira (05/04), às 14h, ao reitor Danilo Giroldo da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), a notificação de deflagração da greve docente. O diretor geral do IFRS – campus Rio Grande, Carlos Fernandes Junior, recebeu a notificação da deflagração da greve docente na sexta-feira (05/04) às 8h30.

No dia 08 de abril, com ampla maioria na Assembleia Permanente foi aprovada a greve dos professores e das professoras da FURG e do IFRS campus Rio Grande, por tempo indeterminado.

Assessoria de Comunicação APROFURG

Foto: APROFURG

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