Avenida Rio Grande recebe memorial dedicado a mulheres vítimas de feminicídio
“Nem todas as mulheres sobreviveram, porém todas têm uma história a nos ensinar e, por elas, não desistiremos”, diz a mensagem gravada no monumento inaugurado hoje (8), no Cassino, que tem como objetivo preservar a memória de mulheres que foram vítimas de feminicídio em Rio Grande.
A criação do memorial foi uma proposta da vereadora Regininha (PT), desenvolvida em parceria com com a Secretaria de Município do Cassino (SMC). “Não se trata de uma homenagem, pois não temos como homenagear algo que foi tão brutal. É um memorial para que não esqueçamos deste e outros nomes. Para que não esqueçamos que muitas das vítimas eram mães e deixaram famílias e filhos órfãos. É sobre quem ficou. É por quem ficou que precisamos lutar contra a violência”, diz a vereadora.
O memorial leva o nome de Fabiane Desidério Lopes, vítima de feminicídio no bairro Getúlio Vargas em 2018. Rodeado por flores, o espaço também representa a força e luta das mulheres diante das dificuldades. “Quando começamos a discutir sobre a ideia do memorial eu pensei que o local deveria mostrar a força de tudo que a luta das mulheres representa. Esta é uma pedra retirada dos Molhes da Barra. Uma pedra que enfrentou ressacas, que tem sinais do tempo, assim como nós, mas é firme e forte como a luta das mulheres”, afirma o secretário do Cassino Sandro Boka.
Para Boka, 8 de março é mais um dia de reflexão acerca dos problemas que assolam a sociedade. “Momentos como este, embora tristes, servem para que lutemos juntos, porque essa é uma causa de todos”, diz o secretário.
Durante o ato de inauguração do memorial o prefeito Fábio Branco destacou a importância da união entre o poder público, com execução de políticas públicas, e das forças de segurança e poder judiciário na efetiva proteção dos direitos das mulheres. “Quando começamos a nos juntar, começamos a realizar. Coube a mim fazer uma assinatura e agora cabe ao poder público e a todos nós fazermos com que a política funcione”, disse Branco, se referindo a criação do Centro de Referência de Atendimento à Mulher Vítima de Violência (CRAM) instituído pelo decreto nº 18.874 no início deste mês.
Por fim, a vereadora Regininha mencionou a educação como um dos principais pilares para a redução da violência. Enquanto corpo político e mulher travesti eu também sei o atravessamento e os tipos de violência que passamos em todos os espaços.
Entendemos que falar sobre isso não é apenas falar com as mulheres, mas também falar com os homens e com a comunidade LGBTQIA+ que também pode reproduzir violências. Estar aqui não é algo que gostaríamos, mas é algo necessário”, avaliou.
Além das autoridades já citadas, também participaram da cerimônia representantes da Patrulha Maria da Penha, Polícia Civil, do poder Judiciário, Ministério público, OAB/Rio Grande, vereadores, e familiares de vítimas.
Assessoria de Comunicação Social – Prefeitura Municipal do Rio Grande
Foto: Divulgação