Boletim sobre Covid-19 mostra desaceleração no crescimento do número de casos em Rio Grande e Pelotas
Informativo inclui previsões nos municípios para os próximos 20 dias
Professores do Instituto de Matemática, Estatística e Física (Imef) da FURG e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) divulgam novo boletim informativo sobre a evolução da Covid-19 em Rio Grande e Pelotas, incluindo previsões para o crescimento do número de casos. Segundo os docentes responsáveis, Sebastião Gomes e Igor Monteiro (Imef) e Carlos Rocha (IFRS), com relação à curva do número acumulado de casos, em 6 de maio Rio Grande apresentava crescimento com uma pequena desaceleração, enquanto Pelotas apresentava uma desaceleração mais acentuada.
Os dados reais das cidades de Pelotas e Rio Grande (coletados até 6 de maio) possibilitaram identificações paramétricas e posteriores previsões para os próximos 20 dias, resumidas nas figuras. Os pontos em vermelho correspondem ao número acumulado de casos reais, enquanto a curva em azul é a simulação com o modelo. A continuação da curva em azul para além dos pontos em vermelho corresponde à previsão para os próximos 20 dias.
O modelo prevê que Pelotas passará de 33.128 casos confirmados em 6 de maio para 34.483 no dia 26, enquanto Rio Grande passará de 14.644 casos confirmados no dia 6 para 15.515 em 26 de maio. As previsões poderão se confirmar se não houver mudanças nas situações atuais dos municípios, principalmente correlatas ao isolamento social.
O parâmetro mais significativo de uma epidemia é o Índice de Reprodução Basal (R0). No dia 6 de maio, Rio Grande estava com R0=0,96 (significa que 100 novos infectados infectam 96 outros indivíduos, caracterizando crescimento com uma pequena desaceleração), enquanto Pelotas estava com R0=0,85 (significa que 100 novos infectados infectam 85 outros indivíduos, caracterizando crescimento com desaceleração). O ideal é que o índice R0 esteja inferior a 1, provocando assim desaceleração no crescimento do número de casos e, para que isso ocorra, são necessárias medidas de prevenção, sendo a principal delas a ampliação do isolamento social. O distanciamento social em lugares públicos, o uso obrigatório de máscaras e atitudes frequentes de higienização das mãos também contribuem para a diminuição do índice R0, conforme indicam os pesquisadores.
Um aplicativo desenvolvido pelos pesquisadores das duas instituições está disponível gratuitamente para download. No Simcovid o usuário não precisa ser especialista em matemática ou computação para realizar suas próprias simulações e análises de cenários. O aplicativo pode ser baixado aqui.
Os boletins sobre as situações de Pelotas e Rio Grande são disponibilizados no espaço Covid-19, da página do Imef. Neste espaço, é possível encontrar um livro e dois artigos científicos já publicados sobre a modelagem matemática que dá origem aos resultados apresentados nos referidos aplicativo e boletins informativos. O professor Sebastião também ressalta o trabalho dos estudantes da FURG: Marina Rocha (Engenharia de Automação), Ana Luíza Arcanjo (Matemática Aplicada) e Lucas Rosa (Engenharia Mecânica), que auxiliam na obtenção e organização dos dados reais utilizados no Simcovid 2.1.
Assessoria de Comunicação Social da FURG
Foto: Arte/FURG