Carreta Solidária da ADRA realiza ação social no Bairro Atlântico Sul
No fim de semana, a “Carreta Solidária” da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), esteve no Bairro Atlântico Sul. Na localidade, com apoio da Prefeitura do Rio Grande e da Associação de Moradores do bairro, foram realizadas entregas de alimentos e lavagens de roupas da comunidade.
Com a colaboração de equipes do Projeto Conexões, da Secretaria de Cidadania e Assistência Social (SMCAS), da Defesa Civil, da Rede Acolher, e de voluntários, a Prefeitura produziu 80 kits de alimentos e produtos de higiene (incluindo 2 máscaras por kit), montados com as doações recebidas nos supermercados e na Defesa Civil. A entrega foi realizada pelas equipes da Prefeitura e da Carreta Solidária, com apoio da Associação dos Moradores.
A presença da Carreta da ADRA na comunidade possibilitou a lavagem de 842kg de roupas de cama e 219 peças de roupas dos moradores da região. Como critérios para a lavagem foram definidos os atendimentos para as famílias que não possuem água potável ou energia elétrica, com familiares acamados ou ainda com muitas crianças.
Ainda foram oferecidas quase 600 marmitas, produzidas pela Carreta com produtos instantâneos de alto valor nutricional, desenvolvidos para ampliar a possibilidade de distribuição de alimentos em situações de emergência, a exemplo do ocorrido em Brumadinho. Além de risoto, sopa ou carreteiro, a comunidade também recebeu frango nas marmitas, uma contribuição da ONG Esperança Viva. Para o lanche, foram entregues mais de 400 cachorros-quentes e chocolates quentes.
Atendimento às famílias sem Cadastro Único
Segundo Alisson Juliano, gestora da Coordenadoria de Políticas Sobre Drogas e do Projeto Conexões e uma das coordenadoras de políticas sociais no enfrentamento ao Coronavírus, muitas famílias da localidade não possuem inscrição no Cadastro Único, o que dificulta que sejam abrangidas por políticas públicas. Alguns moradores não possuem, inclusive, CPF ou certidão de nascimento. Muitas das famílias se encontram em situação de extrema pobreza, sendo que algumas moradias sequer possuem água potável e energia elétrica. “Eles têm muita dificuldade no acesso a políticas públicas. Na comunidade temos apenas cinco famílias em extrema pobreza e uma em pobreza registradas no Cadastro Único. Ficou clara a subnotificação. Então entregamos os 80 kits com donativos da Rede Acolher, já que não temos como fornecer as cestas básicas pois não existe a inscrição no Cadastro Único”, ressaltou Alisson.
Por esse motivo, o final do primeiro dia de ação foi reservado para um momento de diálogo a respeito de políticas públicas, os desafios para a comunidade e o papel da Associação de Moradores. Segundo Alisson, a reunião já proporcionou o encaminhamento de muitas questões. Foi agendada uma nova conversa por vídeo chamada para quinta-feira, 7, com o objetivo de organizar os registros das pessoas, para tentar ampliar o número de famílias a serem beneficiadas por programas sociais. “ É muito importante fazer um mutirão de documentação e a associação ficou com algumas tarefas, pois contamos com a colaboração deles para a elaboração dos documentos, para que o poder público possa atuar e ajudar a comunidade”, afirmou.
Equipes dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), já coletaram a documentação de 21 pessoas da comunidade, que serão utilizadas para a inscrição no Cadastro Único.
Carreta Solidária em Rio Grande
Nos primeiros dias de atividade, o veículo da ADRA foi utilizado para a Operação Acolhimento, realizada no Centro de Eventos. No local foi feita a lavagem de roupas, lençóis, cobertas utilizadas para atendimento à população de rua do município. Também foram lavados itens semelhantes de ONGs como a Casa do Menor e Raio de Luz. A carreta também atuou no fornecimento de refeições para o público acolhido no Centro de Eventos.
Além da ação no bairro Atlântico Sul e da Operação Acolhimento, a Carreta Solidária irá atender outras instituições e regiões do município. Na segunda-feira (05), foi realizada lavagem de roupas, lençóis e cobertores de outros albergues não governamentais, como a Casa de Resgate e o Bom Samaritano.
Ainda nesta semana, o veículo estará na comunidade terapêutica Esquadrão da Vida. Segundo a coordenadora Alisson, o local não possui nenhum tipo de convênio com o município, mas foi selecionado pois funciona sem donativos financeiros e não cobra pelo atendimento, recebendo apenas itens para alimentação e higiene. Ela também reforçou que a comunidade terapêutica tem importante papel no atendimento da população em situação de rua de Rio Grande.
Alisson Juliano também destacou que outras regiões do município receberão a carreta nos próximos dias, como Maria dos Anjos, Mangueira e Barra e Henrique Pancada. Entretanto, ainda não há data definida para as atividades nessas comunidades. Alisson explica a necessidade de planejar e estudar as questões estruturais dos locais para possibilitar o atendimento. “Essas localidades vão receber a Carreta Solidária, mas dependemos de questões estruturais pra definir o momento. Precisamos analisar o abastecimento de água e energia para poder ofertar os serviços, além das questões climáticas, para o deslocamento da carreta”, frisou.
Atendimento descentralizado
Conforme Alisson Juliano, o objetivo de ações como as desenvolvidas pelo veículo da ADRA, é fornecer atendimento para regiões mais distantes do centro, onde as pessoas têm maior dificuldade para acessar políticas públicas. A necessidade também surge devido as diferentes características de cada região do município, e das distintas dificuldades enfrentadas pelos moradores de cara localidade. “No trabalho do Projeto Conexões, por exemplo, temos toda a atenção com o georreferenciamento dos serviços e como isso está disposto pela cidade. Rio Grande tem a peculiaridade de ter múltiplas realidades, com área litorânea, área rural muito extensa e um centro comercial deslocado, com características muito diferentes em cada região. Então tudo que pode ser feito de maneira descentralizada é muito positivo, e a carreta nos permite isso”, acrescentou.
Assessoria de Comunicação PMRG
Foto: Divulgação PMRG