Colheita do arroz avança e chega a 22% da área plantada, aponta Emater/RS-Ascar
Lavouras de arroz têm produtividade de 7.606 kg/ha, queda de 3,22% na comparação com a média da safra anterior
O Informativo Conjuntural da Emater-RS/Ascar reproduz dados da segunda estimativa da safra de verão gaúcha 2018/2019, divulgada na Expodireto, na terça-feira (12). Abaixo também há levantamentos sobre outras culturas, pastagens e produção de peixes.
Arroz
A cultura de arroz chegou a 22% da lavoura colhida e 42% está madura. Outros 25% da área estão em enchimento de grãos e 4% em floração. A área total é estimada em pouco mais de 1 milhão de hectares. Em média as lavouras apresentam produtividade de 7.606 kg/ha – queda de 3,22% na comparação com a média da safra anterior.
“Em virtude do baixo percentual de área colhida até o momento e de eventuais ocorrências agrometeorológicas até o final da colheita, a Emater-RS/Ascar poderá fazer retificação dos números a qualquer momento, tanto na área como na produção e produtividade”, afirma Iberê de Mesquita Orsi, presidente da instituição.
Soja
De acordo com o documento, a soja no RS segue amadurecendo, com 15% da safra já colhida, 25% por colher e 54% em enchimento de grãos. A área é estimada em 5,8 milhões de hectares – a maior já plantada em solo gaúcho.
Milho
O milho também segue em colheita, com 55% da área colhida. Em relação à fase, 19% estão maduros e 20% em enchimento de grãos. O milho safrinha tem 2% em desenvolvimento vegetativo e 4% em floração.
Feijão 1ª safra
Chega a 75% a área de feijão primeira safra colhida no RS. As demais lavouras estão maduras e em enchimento de grãos. A safra tem projeção de expansão de 9,21% da produtividade em relação à anterior, chegando a 1.766 kg/ha, o que representaria cerca de 70 mil toneladas.
Para o levantamento da segunda estimativa da safra de verão 2018/2019, os dados foram coletados na segunda quinzena de fevereiro (16 a 28) em escritórios municipais, escritórios regionais e escritório central.
O levantamento contemplou uma amostra que cobriu 94,4% da área cultivada com arroz; 82,9% com feijão primeira safra; 94% feijão segunda safra; 90,5% milho grão; 90,8% para milho destinado à silagem e 93,3% para área com soja.
Olerícolas e frutícolas
Pepino: a produção tanto de pepino salada como de pepino conserva na região do Vale do Caí foi boa neste último período, mesmo com a temperatura elevada. Segundo relatos, produtores mostraram-se satisfeitos com a melhora do preço na última quinzena, considerando que em fevereiro parte da produção encaminhada para a Ceasa não foi comercializada.
Batata-doce: foi implantada a safra 2018/2019 na região Centro-Sul. Está em início de colheita o plantio de período normal (plantada de setembro a novembro). O mercado é considerado favorável pelos agricultores. Na região do Vale do Caí, a cultura apresenta distintas fases de desenvolvimento, inclusive colheita. Os tubérculos são comercializados a R$ 2,00/kg ou a R$ 40,00/cx. de 20 quilos. Na região Sul, a lavoura também está em estágios diferentes de desenvolvimento, com colheita em andamento. Na comercialização, há muita oferta em Pelotas. O produto lavado é vendido de R$ 0,70 a R$ 1,10/kg.
Uva: na maior região produtora do Brasil, a Serra, a colheita da safra vai se encaminhando para o final de forma mais rápida do que o esperado. A colheita está marcada por condições climáticas adversas, tanto no início como agora, na finalização, com pouca insolação e alta umidade. Esse panorama interferiu principalmente na graduação das variedades superprecoces e tardias. A isabella, principal cultivar produzida na Serra, além do pouco teor de açúcar, está com escassa coloração. As variedades de ciclo intermediário, como niágara e bordô, foram beneficiadas pelo clima na fase de maturação, garantindo ótima sanidade das frutas.
Pastagens e criações
O clima está excelente para a boa produção das espécies forrageiras. De maneira geral, a ocorrência de chuva com bons volumes, as temperaturas e a radiação solar adequadas favorecem tanto o campo nativo como as pastagens cultivadas, proporcionando aos rebanhos uma grande oferta de matéria verde de qualidade.
Nas pastagens perenes o predomínio é do tífton, aparecendo aruana, jiggs e braquiária, tendo também a presença do capim-elefante anão, variedade BRS kurumi, para o gado de leiteiro. Nas pastagens anuais de verão, a predominância é de milheto, sorgo forrageiro e capim-sudão.
Quanto ao campo nativo, favorecido pelas chuvas e temperaturas altas, mantém boa disponibilidade de pastagem. No entanto, as pastagens naturais e cultivadas começam a se apresentar fibrosas e com baixa qualidade, em razão do fim dos ciclos dessas forrageiras.
Nesta época do ano, os pecuaristas são orientados para diferir algumas parcelas de campo, preparando-se para o outono.
Bovinocultura de leite: o período atual caracteriza-se pelo vazio forrageiro outonal, marcado pelo fim do ciclo das pastagens de verão até a entrada nas pastagens de inverno. Muitos produtores aproveitam o papuã espontâneo (Brachiaria plantaginea) e, assim, mantêm uma boa oferta de forragem aos animais. Realiza-se o pastejo das culturas anuais de verão – principalmente o capim-sudão, o milheto e o sorgo – e também das culturas perenes. Esse cenário tem forçado os bovinocultores a aumentar o fornecimento de silagem de pasto, azevém e trevos no cocho, o que também requer aumento da suplementação proteica no concentrado, sob risco de diminuição da produtividade.
Em alguns municípios é realizada a colheita de milho e sorgo para silagem, apresentando boa produção. O milho está em excelente condição, tanto de massa verde como da relação espiga/planta, o que deverá resultar numa silagem de excelente qualidade nutricional.
Piscicultura: produtores estão se preparando para as feiras da Semana Santa, em meados de abril. Alguns piscicultores já realizaram a despesca. A tendência do mercado é uma procura maior por peixes pequenos (entre um e três quilos).
Pesca artesanal: na Lagoa dos Patos, há relatos de que começou a salgar a água e está aparecendo mais camarão. Quanto a outras espécies, o volume ainda é baixo. Na Lagoa Mirim e no canal de São Gonçalo, há expectativa de uma pesca melhor neste ano, devido ao nível da água estar mais elevado que o de costume.
SECOM RS
Foto: Ricardo Tatsch/Irga/Arquivo