Colheita do trigo está quase concluída no Rio Grande do Sul
A colheita do trigo andou em ritmo forte nesta semana, atingindo 90% da área produtiva do estado, restando 10% das áreas com o trigo maduro e por colher, o que deve ocorrer até domingo (25). À medida que a colheita avançou, as produtividades e a qualidade do produto foram reduzindo. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar, há grande variabilidade de produtividade entre as lavouras, variando entre 2,2 t/ha a 2,9 t/ha, dependendo da região. Poucas lavouras apresentaram peso do hectolitro superior a 78. Após as chuvas, a qualidade do produto ficou mais comprometida, com peso do hectolitro entre 71 e 76. Boas quantidades de trigo colhido foram comercializadas na forma de “triguilho”, sendo destinadas à fabricação de ração animal.
Também para os próximos dias deve ser concluída a colheita da cevada, restando apenas cerca de 10% da área, basicamente nas regiões Celeiro e Alto Jacuí. A produtividade está na média de 2.500 kg/ha, frustrando a expectativa dos produtores, que esperavam colher acima de 3 t/ha. Além da redução de rendimento, a qualidade também não atingiu o padrão desejado para a malteação, sendo grande parte classificada como forrageira. O preço referencial para cevada cervejeira é de R$ 40,00/saca de 60 quilos; para a forrageira, R$ 23,00/sc.
CULTURAS DE VERÃO
A área semeada com milho no estado chegou a 81% da projetada inicialmente (738 mil ha), estando 66% em desenvolvimento vegetativo, 9% em floração e 4% em enchimento de grão. Em boa parte dos municípios produtores, especialmente no Noroeste, já foi implantada a primeira safra. O padrão das lavouras é muito bom, boa área folhar, bom aspecto fitossanitário e alta densidade populacional de plantas. As lavouras com excelente desenvolvimento até o momento, demonstrando ótimo potencial produtivo.
O plantio da lavoura de soja no Estado se intensificou no último período, atingindo cerca de 48% de área estimada (5,9 milhões de hectares), beneficiado pelas condições meteorológicas da semana. Já são observadas lavouras do cedo com formação de bom estande de plantas. Nas regiões produtoras, 40% das lavouras implantadas estão em germinação e desenvolvimento vegetativo.
Como houve problemas de germinação das sementes, foi necessário o replantio da soja, em uma percentagem muito pequena da área semeada, como consequência da grande intensidade de chuvas do final de outubro sobre as áreas recém-plantadas, prejudicadas em razão da crosta de terra, formada pelo acúmulo de água e também pela erosão laminar e tombamento de plântulas (damping off).
A cultura do arroz está nas fases de semeadura, germinação/emergência e desenvolvimento vegetativo. Com as condições meteorológicas ocorridas nesses últimos dias, houve aceleração do plantio, elevando o percentual para o estado para cerca de 90% da área de intenção de plantio, estando 87% da área em germinação e desenvolvimento vegetativo.
Ainda no arroz, na zona sul, em Rio Grande, já foram semeados 91% da intenção de plantio; em Jaguarão, 89%; em Pelotas, 90% e Santa Vitória do Palmar está 100% semeados. Na Fronteira Oeste, em Uruguaiana, os orizicultores já encerraram o plantio dos 82 mil hectares estimados inicialmente. Já no Litoral Norte, nas Costeiras Lagunares e no Centro-Sul, a atividade de plantio já ultrapassa os 82% da área e deve ser concluído até o final de novembro.
As lavouras de feijão se encontram em sua maioria em estágios de desenvolvimento vegetativo (50%) e de floração (23%), apresentando ótimo stand a campo, sendo que 82% das áreas estimadas foram semeadas. Esse é o momento da aplicação de fungicidas e inseticidas para controle das principais doenças e pragas. O clima é favorável ao desenvolvimento da cultura.
OLERICULTURA E FRUTICULTURA
Batata-doce
Não há projeção de ampliação de área na Região Centro-Sul, e sim risco de redução pela possível falta de mudas. No momento as principais fases são de preparo do solo e plantio. Até o momento, estima-se que já tenha sido implantado em torno de 80% da área tradicional, com bom desenvolvimento vegetativo. A semana ensolarada favoreceu o plantio. Essa safra de 2018-2019 será dividida em duas etapas: o plantio normal, entre setembro a novembro, ocorrendo atualmente; e o do tarde, entre janeiro e fevereiro.
Pêssego
Na Serra gaúcha, as condições climáticas foram bastante favoráveis para o desenvolvimento e a manutenção da sanidade dos pessegueirais, intensificando a coloração e o sabor das frutas. Principais pragas da cultura, a mosca-das-frutas e a grafolita (mariposa oriental) ainda não se manifestaram nos pomares, que estão sob constante monitoramento, pois, com o aumento normal das temperaturas, é natural a tendência de infestação.
Melão Gaúcho
O município de Nova Santa Rita tradicionalmente cultiva em torno de 60 hectares, já implantados para esta safra. A colheita deverá iniciar na segunda quinzena de novembro, prolongando-se até janeiro. Espera-se produtividade média de 20 toneladas por hectare e bons preços, acima de R$ 2,30/kg.
PASTAGENS E CRIAÇÕES
O campo nativo está em pleno desenvolvimento, favorecido pelas condições climáticas das últimas semanas. Em áreas bem manejadas, com pressão de pastejo adequada, há boa oferta de pastagem, e os bovinos e ovinos ganham peso. As pastagens de trevos e cornichão ainda apresentam boa produção, melhorando a oferta de forragem para os rebanhos. Ocorre até o final de novembro a colheita das lavouras de aveia e azevém – que estão na fase reprodutiva – para produção de sementes. Nas áreas com integração lavoura-pecuária ocorre a dessecação das pastagens para implantação principalmente da cultura de soja. Intensificam-se a implantação das forrageiras de verão e a adubação em cobertura para acelerar a produção de massa verde.
Piscicultura
Continuam as reservas de alevinos e o planejamento do próximo período produtivo. Na região de Santa Rosa, ocorre o período de defeso, em que a pesca comercial é proibida nos rios, em função do período de piracema, quando os peixes estão subindo os rios para reprodução. Estão sendo agendados horários de atendimento junto ao INSS para que os pescadores encaminhem o seguro.
SECOM RS
Foto: José Schafer