Com quatro meses do Distanciamento Controlado, RS está entre Estados com as menores taxas de mortalidade por Covid-19
Se a taxa de mortalidade por conta do novo coronavírus reproduzisse a média nacional, o Rio Grande do Sul chegaria ao final de agosto lamentando mais de 6.600 óbitos. Passados cinco meses do primeiro registro de falecimento por Covid-19, ocorrido em 24 de março, e já 17ª semana de vigência do modelo de Distanciamento Controlado, o Estado apresenta uma das menores taxas do país: são 30 óbitos para cada grupo 100 mil habitantes, quando no Brasil a média está em 58 perdas na relação com o mesmo contingente populacional.
Levantamento organizado pelo Comitê de Dados do governo gaúcho aponta que, no acumulado de registros, as medidas de enfrentamento da pandemia adotadas aqui ajudaram a preservar mais de 3.100 vidas na comparação ao que ocorreu na média nacional. Confrontando com a realidade de Estados como Rio de Janeiro e Ceará, onde a taxa de mortes por Covid-19 está acima dos 90 casos para cada 100 mil habitantes, a diferença ultrapassaria o patamar de 7.000 óbitos evitados. No cenário geral, apenas Paraná e Minas Gerais têm índices melhores que o RS.
“Estamos ainda longe de vencermos essa guerra, mas nos parece evidente que todo o esforço de diferentes áreas do governo, das prefeituras e da sociedade vem surtindo bons resultados”, afirma a coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos. Nesse sentido, acrescenta, é importante que a população siga vigilante nos cuidados individuais para evitar ao máximo novos casos da doença e que se tenha responsabilidade com os protocolos na retomada gradativa das atividades econômicas. “Nesta fase de cogestão do Distanciamento Controlado, se ampliam as flexibilizações, mas igualmente o compromisso de todos em preservar o que conquistamos até aqui”, acrescenta Leany.
Menor excesso
O mesmo cálculo desenvolvido por técnicos do Comitê mostra que o RS alcança o menor índice do Brasil em termos de excesso proporcional de óbitos, que representa a diferença no registro de mortes por causas naturais nas projeções a partir dos números do mesmo período de 2015 a 2019. Entre 15 de março (primeiro registro de morte no Brasil por Covid-19) e 25 de julho, houve 738 falecimentos por diferentes causas no Estado acima do total esperado. Essa diferença representa 2,37%, ao passo que o país como um todo chegou a uma média de 22,79% (perto de 104 mil mortes a mais).
Nesse comparativo, que considera o período do início da pandemia até 25 de julho, o RS tem um percentual muito inferior aos dois Estados com menor taxa de mortalidade por Covid-19 a cada 100 mil habitantes. O índice de excesso proporcional de óbitos no Paraná é de 6,22%, ao passo que Minas Gerais chega a 9,45%.
Os cálculos foram apresentados aos integrantes do Gabinete de Crise do governo nesta semana, com dados até 31 de agosto. Pelo último levantamento divulgado, o RS contabiliza 3.590 óbitos por Covid-19, o que representa 31,55 casos a cada 100 mil habitantes. A mesma relação em termos de país está em 59,30 mortes para cada grupo de 100 mil pessoas.
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SECOM RS
Foto: Divulgação