CREAS: todo tipo de violência cai aqui
Pronunciar o nome de forma correta tem sua importância. Mas, se errar, com certeza você chegará no destino certo. Afinal, o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) é um dos locais mais conhecidos no município de Rio Grande, principalmente, por pessoas que são ou foram vítimas de algum tipo de violência, tem ou tiveram seus direitos violados. Esse Centro é responsável em atender famílias e indivíduos, sejam mulheres, crianças e adolescentes, população LGBT, idosos, pessoas com deficiência e outros.
Localizado na Rua General Câmara, 88, no Centro de Rio Grande, o CREAS atende das 9h às 17h, sem fechar ao meio-dia. O atendimento pode ser tanto presencial quanto por telefone, pelos números 3231-1940 ou no 0800 5102323.
Nesse endereço e a todo o instante, novos casos de pessoas vítimas de algum tipo de violência chegam em busca de orientação. Para atendê-las, uma equipe multidisciplinar está disponível. A coordenadora do CREAS em Rio Grande, Andrea Camargo Soares lembra que o atendimento é feito em todo o município e orgulha-se, junto com a equipe, em reforçar que o CREAS é uma referência na cidade.
No relatório quantitativo apresentado pelo CREAS referente a 2018, chama a atenção o número de crianças e adolescentes encaminhadas para atendimento: foram 258 casos. Em comparação com 2017, houve uma pequena redução, já que naquele ano houve registro de 260 casos.
Outro número expressivo é o de idosos que necessitaram de encaminhamento ao CREAS. Em 2017, foram 136 encaminhamentos, sendo 86 do sexo feminino e 47 do masculino. No ano passado, houve crescimento. Foram registrados 144 encaminhamentos (78 mulheres e 62 homens). Em 2018, a maioria dos encaminhamentos de idosos (78) teve como origem o Ministério Público e outra boa parte chegou por meio do DISQUE 100 (31 casos).
Violência contra a mulher
Dados sobre mulheres em situação de violência mostram que o CREAS atendeu, no ano de 2018, 14 casos. Os companheiros das vítimas aparecem entre os principais agressores. Em 2017, foram 16 encaminhamentos.
Outros serviços e endereços realizados pelo CREAS
Atendimentos aos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, o mesmo é prestado pelo CREAS e é realizado em outro endereço: Rua Major Carlos Pinto, 117. O telefone à disposição é o 32304428. Aqui atuam uma assistente social, dois psicólogos e mais dois educadores.
Atendimento das pessoas que utilizam o espaço público como forma de moradia e/ou sobrevivência, o mesmo é realizado pelo Serviço de Abordagem Social, feito nas ruas do município, o CREAS conta com mais uma equipe especializada. Esta equipe atende também crianças e adolescentes no trabalho infantil ou na exploração sexual.
Para implantar ações estratégicas de combate ao trabalho infantil, estas são desenvolvidas pelo PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), que conta com uma equipe especializada constituída de três assistentes sociais, dois psicólogos e dois psicopedagogos.
As equipes do CREAS têm, ainda, a tarefa de atuar na prevenção, através da realização de palestras nas comunidades, em escolas e em outras atividades voltadas para valorizar o ser humano, explicando o que são seus direitos e como combater todos os tipos de violência, inclusive, os praticados nas escolas, como o bullying.
ENTREVISTA
Serviços cada vez mais aperfeiçoados
A secretária de Cidadania e Assistência Social da Prefeitura de Rio Grande, Maria Cristina Juliano concedeu entrevista em que fala do papel do CREAS para o município e das políticas públicas de atendimento desenvolvidas pelo Centro que é uma referência para o município. Confira abaixo.
O que é o CREAS em Rio Grande?
Secretária – O Centro de Referência Especializado de Assistência Social é um equipamento público da Assistência Social, portanto, integrado ao SUAS – Sistema Único de ASSISTÊNCIA SOCIAL, que prevê o atendimento de famílias, este equipamento e os programas ali executados faz parte da proteção social especial de média complexidade.
O que isso significa?
Secretária – O SUAS – Sistema Único de Assistência Social – possui diferentes níveis de proteção: proteção social básica, média e alta complexidade. A proteção social básica é realizada quando a pessoa tem uma vulnerabilidade mas ela ainda está dentro da convivência familiar e comunitária. Os vínculos dela são fortalecidos e fazem a defesa dos direitos e dos vínculos dessa pessoa dentro da família e da comunidade. Quando esses vínculos são ameaçados, fragilizados e a família não consegue fazer a proteção nem a garantia de direitos, essa pessoa vai ser atendida pela média complexidade do SUAS. O CREAS é um dos equipamentos que integram o atendimento da média complexidade, além do Centro Pop (Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua).
Qual o público atendido pelo CREAS?
Secretária – Crianças, adolescentes, idosos, mulheres vítimas de violência, LGBTfobia, racismo, preconceito contra migrante… Qualquer tipo de violência contra o ser humano, ameaça de violência ou quando não esteja sendo garantido o direito de uma pessoa, se busca o CREAS. Fora isso, são desenvolvidos outros programas pelo CREAS. As medidas socioeducativas, por exemplo, são executadas pelo CREAS.
O que são medidas socioeducativas?
Secretária –Um adolescente que comete um ato infracional é considerado um adolescente em conflito com a lei. E ele recebe, por parte do juizado da Infância e da Juventude, medidas socioeducativas com a finalidade desse jovem superar este momento na sua vida. Então, ele cumpre uma medida socioeducativa aplicada pelo Poder Judiciário. O CREAS executa duas formas de medidas socioeducativas: a liberdade assistida e a prestação de serviço à comunidade.
Há um outro serviço conhecido por abordagem social?
Secretária – Sim. Esse é outro serviço que está dentro do CREAS, a abordagem social. Temos uma equipe que faz da rua o seu local de trabalho. Essa equipe trabalha com indivíduos e famílias em situação de rua e atende crianças e adolescentes em exploração do trabalho infantil ou sexual.
Existe, ainda, o PETI e o atendimento a idosos e pessoas com deficiência.
Secretária – O PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, também, é desenvolvido pelo CREAS. Há uma equipe que trabalha com crianças e adolescentes apontadas no trabalho infantil, não só aquelas que fazem atividades na rua, mas em outras situações. O CREAS acompanha idosos e pessoas com deficiência. Nesse caso, o acompanhamento é feito em domicílio.
Em síntese, qual a importância do CREAS para o município?
Secretária –O CREAS é importante porque fortalece as redes de apoio social efetivas dessas pessoas e trabalha na superação desse estado de vulnerabilidade decorrente da violência.
Como a Prefeitura tem contribuído para a melhoria do atendimento no CREAS?
Secretária – O CREAS existe no município de Rio Grande, desde 2006. Sucedeu o Programa Sentinela. Com a criação do SUAS, em 2006, as equipes que trabalhavam no Programa Sentinela foram absorvidas pelo CREAS e suas atribuições foram ampliadas. Embora o CREAS exista desde 2006, vários programas foram implementados e suas equipes qualificadas. Por parte da Prefeitura de Rio Grande, hoje, há a atenção especial do prefeito em, cada vez mais, qualificar os serviços e ampliar o atendimento. Tanto que o serviço especializado em abordagem social, e o reordenamento do PETI, com a ampliação da equipe – foi efetivada durante essa gestão. Por outro lado, a atenção do Executivo em relação ao acompanhamento de idosos e pessoas com deficiência está cada vez mais aperfeiçoado.
Texto e Foto: Assessoria de Comunicação PMRG