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El Niño fraco trará umidade e temperaturas acima da média neste inverno no Estado

A análise da temperatura do mar revela anomalias que favorecem a manutenção da umidade e das chuvas acima do padrão

O inverno deve contar com um El Niño fraco, com gradativa redução nos próximos meses. É o que aponta boletim do Conselho Permanente de Meteorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), referente aos meses de junho, julho e agosto.

A análise da temperatura do mar revela anomalias que favorecem a manutenção da umidade e das chuvas acima do padrão, especialmente no norte do Estado. Mas anomalias negativas do Oceano Atlântico, próximas à costa da Região Sul, tendem a aumentar e, combinadas com enfraquecimento do El Niño, devem favorecer a inversão no padrão de chuva no RS.

Os prognósticos apontam para o predomínio de temperaturas médias dentro e pouco acima do padrão durante este trimestre, mas ainda poderão ocorrer períodos curtos de frio intensos, inclusive com geadas.

Orientações técnicas

Feijão safrinha

– Colher e armazenar o grão assim que atingir a maturação (ponto de colheita);
– Dar atenção especial ao horário de colheita, velocidade de operação e regulagem da colhedora, para evitar perdas.

Arroz

– Antecipar a adequação das áreas destinadas à lavoura para a próxima safra, principalmente as atividades de preparo e sistematização do solo e drenagem, para possibilitar a semeadura na época recomendada.

Culturas de inverno

– Escalonar a época de semeadura dentro do período indicado pelo zoneamento agrícola;
– Nos cereais, utilizar, preferencialmente, cultivares resistentes a doenças.

Hortaliças

– Sugere-se atenção do produtor ao mercado, para questão de preços e quantidade a ser produzida, buscando a produção em melhores condições climáticas, como uso de ambiente protegido conforme as condições climáticas de cada região;
– Não é recomendado iniciar a produção de tomate nos meses de junho e julho em função da baixa disponibilidade de radiação solar;
– Em culturas folhosas, ficar atento ao excesso de umidade e aumento de incidência de doenças fúngicas;
– Evitar irrigar em excesso e não irrigar em dias nublados. Quando necessário, irrigar pela manhã. Usar cobertura morta e dar preferência a irrigação por gotejamento;
– Recomenda-se a produção de mudas em ambiente protegido visando garantir a qualidade das mesmas;
– Com base no prognóstico de temperaturas acima da média nos próximos dois meses, recomenda-se em ambientes protegidos (túneis e estufas) proceder à abertura o mais cedo possível, e realizar o fechamento o mais tarde possível, de forma a melhorar a ventilação, reduzindo a possibilidade de ocorrência de doenças fúngicas;
– Dar ênfase ao monitoramento de doenças, principalmente daquelas favorecidas pelo molhamento da parte aérea ou excesso de umidade no ar ou no solo.

Fruticultura

– Para fruteiras de clima temperado, como pêssego, ameixas, kiwi – em função do prognóstico climático de temperaturas acima da média e consequente tendência de baixo acúmulo de horas de frio durante o inverno, avaliar regionalmente a necessidade de aplicação de produtos químicos para quebra de dormência, visando uniformização das brotações e favorecendo as condições da planta para a safra seguinte;
– Em função da época, em que as condições climáticas são favoráveis para a implantação de pomares novos, seguir as recomendações de preparo do solo e uso de mudas certificadas;
– Manter a cobertura vegetal nas entrelinhas das plantas, de forma que esta proteja o solo e retenha a água;
– Para minimizar danos por geada em frutíferas, evitar a adubação com nitrogênio, tendo em vista o estímulo a novas brotações no período frio;
– Em cultivos protegidos, para melhorar a disponibilidade de radiação, realizar a limpeza do plástico da cobertura.

Silvicultura

– Em povoamentos florestais, deve ser evitada a adubação mineral ou orgânica com elevadas concentrações de nitrogênio;
– Para produção de mudas florestais em céu aberto, caso o viveirista tenha necessidade de aplicar fertilizantes, aumentar a relação potássio/nitrogênio da formulação mais indicada para cada espécie.

Pastagens

– Realizar o plantio de forrageiras de inverno, anuais ou perenes, atentando a condição de umidade do solo e condições de drenagem, salientando a necessidade de práticas de controle de erosão;
– Reduzir a carga animal em pastagens naturais;
– Diferir potreiros com pastagens cultivadas de inverno e campo nativo melhorado com sobressemeadura de espécies hibernais, para permitir o restabelecimento dessas espécies e acumular forragem para o período hibernal.

Piscicultura

– Manter densidade de peixes adequada nos viveiros e não despescar os peixes durante períodos críticos de outono/inverno;
– Para evitar mortalidade dos peixes, devido às maiores amplitudes térmicas neste período, usar aeradores para evitar a estratificação térmica;
– Se a temperatura da água estiver acima ou abaixo da temperatura indicada para as espécies criadas, é preciso observar a aceitação da ração pelos animais de modo a evitar sobras que prejudicam a qualidade da água;
– Fazer uso de probióticos, prebióticos e vitaminas como forma de melhorar as condições de saúde e sanitárias durante o período de criação;
– Exercer boas práticas de manejo, principalmente durante os períodos mais críticos da criação (incluindo o inverno), de modo a garantir o controle da qualidade da água, a sanidade dos peixes e baixas taxas de mortalidade.

SECOM RS

Foto: Divulgação/Seapdr

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