Equipe de robótica da FURG é classificada para o Mundial na Tailândia
Competição acontece em julho, em Bangkok; categoria @Home é considerada uma das mais complexas da Robocup
A equipe FBOT foi classificada para representar o Brasil no maior torneio de robótica do mundo, a Robocup, que acontece de 11 a 17 de julho em Bangkok, na Tailândia.
A classificação foi na categoria @Home, que visa o desenvolvimento de robôs domésticos. A equipe da FURG é a primeira fora do Estado de São Paulo a participar do mundial na categoria, considerada uma das mais nobres e complexas da Robocup.
Para o competidor Jardel Dyonisio, a notícia da classificação foi uma coroação do trabalho em equipe. “Através dos nossos resultados no Brasileiro de Robótica foi recomendado que fizéssemos a inscrição para o Mundial, mas para isso teríamos que ser aprovados”, lembra ele. Em busca da aprovação, eles criaram um site com informações sobre a equipe e outros conteúdos, além de editar um vídeo de qualificação para demonstrar as características e habilidades do robô – o resultado pode ser conferido aqui.
A FBOT é atualmente composta por 50 alunos, principalmente dos cursos de Engenharia de Automação, Engenharia de Computação e Sistemas de Informação. A equipe que viaja à Tailândia é formada por Jardel Dyonisio, Pedro Corçaque, Igor Maurell e João Francisco Lemos. Outros membros – acadêmicos da FURG e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) – só não irão acompanhar a delegação por falta de recursos.
Vale destacar que, em 2021, a FBOT ficou em segundo lugar nos torneios latino-americano e brasileiro.
Parceria com UFSM
O projeto FBOT surgiu de uma parceria com a FURG – a equipe era então batizada de Furgbot, sendo atualmente coordenada pelo professor Paulo Drews com a colaboração de outros docentes do Centro de Ciências Computacionais (C3) – e a UFSM, com a equipe Taura Bots sob o comando do professor Rodrigo Guerra. Em 2022, o professor Guerra permutou para o C3-FURG, e continua participando ativamente da equipe. Os alunos da UFSM seguem colaborando, bem como outros docentes de Santa Maria.
A rotina de trabalhos da FBOT é realizada diretamente no laboratório da equipe no C3. “Estamos usando quase todo o nosso tempo fora do horário das aulas para chegar ao nível da competição”, afirma Dyonisio.
A chegada da pandemia de início comprometeu bastante as atividades, uma vez que a equipe ainda não sabia lidar com o trabalho remoto e também não tinha acesso ao robô. Uma das soluções encontradas, e que é tendência atualmente, foi o uso de simulações reais para seguir aprimorando o equipamento. “Por se tratar se uma simulação bem similar ao mundo real, conseguimos ter avanços e participar em 2020 na competição virtual. Mesmo com todas as dificuldades, mantivemos o terceiro lugar do ano anterior”, diz o competidor.
Com a redução de casos da pandemia, a equipe pôde se dedicar a melhorias na parte física do material, realizando também reparos nos danos ocasionados pela imobilidade do robô.
Aplicações domésticas
A liga Robocup @Home visa desenvolver tecnologia de serviço e robôs de assistência para futuras aplicações domésticas pessoais. Os robôs realizam tarefas e testes dentro de uma casa simulada, em um ambiente realista e não padronizado.
As provas têm duração entre 5 e 15 minutos, onde o robô deve identificar objetos, pessoas, manipular itens (segurar um objeto e levá-lo para determinado local) e detectar quando alguém pede algo, como pegar uma bebida e levá-la até o agente que solicitou. Ele também precisa responder perguntas pré-definidas e navegar (se locomover) em ambientes sem colidir com pessoas e objetos.
Secom FURG
Foto: Júlia Sassi/Secom FURG