ESPECIAL: Ilhas da Paixão

Na quinta-feira (12), fomos visitar as Ilhas de Rio Grande. E o que era para ser apenas uma visita, para conhecer de onde vem a Jurupiga, que é Patrimônio Histórico do Município, ultrapassou qualquer expectativa que tínhamos. E agora nós contamos um pouco sobre esse passeio.

Às 14 horas seguimos em direção a Ilha da Torotama, onde começamos nosso passeio.

Ilha da Torotama

Logo na entrada, encontramos um caminhão e quem conduzia era o Cláudio Rodrigues, que presta este serviço de entrega de hortifrutigranjeiros há mais de 20 anos. É isso mesmo! Como na região há poucos comércios, o serviço de entrega de porta em porta ainda é o preferencial. Uma vez por semana, o Cláudio, que já possui clientes fiéis, entrega legumes e verduras nas residências dos moradores da Região.

Continuamos nosso passeio e então conhecemos o Renilson Costa Gonçalves. Ele é pescador há mais de 20 anos, e essa, é a principal atividade para o sustento da família. Renilson conta, com orgulho, sobre a beleza de onde mora. Sua casa é apenas a meia quadra do mar e, certamente, a vida pesada da lida diária de sobreviver do pescado, torna-se mais amena com uma natureza generosa ao seu redor.

Ilha do Leonídio

Com uma bela vista pela janela do carro, seguimos nossa viagem em direção a Ilha dos Marinheiros. Devido ao tempo, já escasso, não fizemos paradas neste local.

Ilha dos Marinheiros

No trajeto para conhecer onde a Jurupiga é produzida, descobrimos a Lancheria da Ilha, do seu Humberto Figueiredo. Lá tem um pouco de tudo: Jurupigas de Uva, Abacaxi e Laranja; Pastel de Carne, Frango, Camarão, Pratos Feitos e Sorvetes. E a recepção do seu Humberto foi pra lá de especial, que logo foi nos oferecendo os produtos da casa e explicando um pouco da Ilha dos Marinheiros.

 

Ao sair de lá, na Beira da estrada, estava o seu Abílio Ruas, vendendo melão orgânico, e claro, tínhamos que dar uma parada. O seu Abílio vende também Amora e Morango. E está experimentando o plantio de Mirtilo e Pitaya. Todos os seus produtos são orgânicos. O melão, nós levamos e aprovamos. Doce, suculento, saboroso e a garantia de um produto sem agrotóxicos.

Visitamos o Camping Kioski, lugar incrível, planejado pelo Reginaldo Gago Marques. Segundo ele, há 15 anos, pensou em investir no local e a decisão foi motivada por perceber a necessidade da valorização da região e por ser essa também uma oportunidade de renda.

Assim, o Reginaldo criou um espaço de atrativo turístico, com quiosques à beira de uma paisagem deslumbrante. Digna de uma admiração celestial. E não é exagero! Neste espaço você pode admirar o mar, ficar à sombra dos quiosques, preparar o churrasco (o Camping Kioski tem churrasqueiras, chuveiros e tomadas de luz disponíveis) ou se preferir, aproveitar a refeição preparada no restaurante do Camping. Além disso, o Restaurante do Camping Kioski prepara pães diariamente que são distribuídos de porta em porta nas residências do entorno. Todo esse clima da rotina de interior proporciona uma relação afetuosa e de laços fortalecidos na Ilha dos Marinheiros.

O Camping Kioski recebe turistas diariamente e é possível ir de carro e estacionar dentro da propriedade ou ir a pé. As opções são de passar o dia, ou se preferir dormir, pode acampar. Os valores são acessíveis e o local possui estrutura adequada para atender as pessoas. Quem prefere contemplar a natureza e ainda se refrescar na lagoa, longe do agito das grandes praias, está no lugar certo. A opção é mais segura também para quem quer levar crianças, porque a lagoa possui pouca profundidade e pode ser um diferencial de segurança para os pais.

Por fim, chegando ao Porto Rei. Chegamos ao local que era, em princípio, nosso destino: No produtor de Jurupiga, o Hermes. Lá em seu espaço, é possível conhecer um pouco sobre a cultura e o preparo do produto. Além de degustar não só a Jurupiga, como também outras bebidas produzidas no local.

A Jurupiga, que tem o selo de Patrimônio Histórico Cultural Imaterial, é vendida no estabelecimento do Hermes, em feiras locais da cidade e em diversos estabelecimentos.

A VOLTA

No retorno da viagem, já a noite, passamos pela frente da residência do seu Abílio, e lá permaneciam os melões. Ainda dispostos da mesma maneira quando os compramos do produtor. Seu Abílio não estava mais vendendo por ali, mesmo assim, não se preocupou em levar as frutas para um local fechado. A segurança estava ali, em saber que lá, mesmo deixando a beira da estrada, no amanhecer os melões estariam novamente dispostos para venda na mesma quantidade.

Da vida do interior, para a cidade, há um abismo. Seja ele qual for, quem somos nós para definir o que é melhor?!

A única certeza que as Equipe Rio Grande TEM concorda, é que lá, as pessoas levam uma vida que não se nota com frequência. De uma tranquilidade e calmaria imensurável; e uma humildade e riqueza sem medida. Nosso caminho, que deveria durar poucas horas, se estendeu até a noite. E resultado disso, foi enxergar que a grande preocupação que os moradores tem é poder garantir uma vida digna para sua família, apesar das adversidades da vida do campo e da pesca.

Enquanto muitas pessoas investem valores altíssimos em viagens, ditas paradisíacas, outras, com tão pouco, desfrutam do paraíso que é a sua própria morada.

Arraial, Ilha da Torotama, Ilha do Leonídio e Ilha dos Marinheiros, possuem em sua essência não só uma beleza natural bem cuidada e valorizada, mas também pessoas que fazem desta preciosa região, um melhor lugar para se morar. Com trabalho árduo, resiliência e muito amor. Conhecemos pessoas apaixonadas pelo lugar que vivem. Apontando com orgulho para cada canto, a se conhecer. E nos apaixonamos por estes lugares. E é por isso que, humildemente, batizamos este passeio, nestas localidades, de “Ilhas da Paixão”.

Equipe Rio Grande TEM (Thuanny Cappellari e Rapha Rickes)