Estudantes da FURG-SLS exploram as necessidades dos feirantes em projeto participativo
Projeto Metodologias Participativas e Inovações na Agricultura Familiar faz parte da disciplina de Metodologias na Extensão Rural do curso de Agroecologia
Em agosto, estudantes da disciplina de Metodologias na Extensão Rural do curso de Agroecologia da FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS) participaram do Projeto Metodologias Participativas e Inovações na Agricultura Familiar.
Neste ano, a aplicação ocorreu na Feira Livre, na Praça Central Dedê Serpa, onde os feirantes demonstraram grande receptividade ao trabalho desenvolvido.
“O projeto teve como objetivo construir um diagnóstico das necessidades e potencialidades identificadas pelos feirantes para a Feira Livre do município. Tanto o levantamento de informações junto aos feirantes quanto a análise foram desenvolvidos a partir de um conjunto de técnicas que asseguraram a confiabilidade do método aplicado”, explicou Carmem Porto, vice-diretora da FURG-SLS e professora dos cursos de Agroecologia, Educação do Campo e Gestão de Cooperativas.
A experiência de aplicar metodologias participativas na feira foi enriquecedora para os alunos. Para Sara Evangelista do Vale, estudante de Agroecologia do 7º semestre, o que mais chamou a atenção foi a presunção dos estudantes.
“Após estudos sobre a feira, os métodos participativos e nossa observação, fizemos uma análise com o método FOFA (forças, oportunidades, fraquezas e ameaças), mas, a aplicação do questionário e as conversas com os feirantes contradisseram alguns de nossos ‘achismos’”, contou.
Entre as necessidades e potencialidades levantadas pelos feirantes durante o diagnóstico, os estudantes identificaram a organização entre os feirantes como uma questão importante. De acordo com Sara, pouco mais da metade deles não considera que há uma organização. “Perguntamos, então, se teriam interesse em se organizar, e praticamente metade deles disse que sim”, apontou.
A comercialização em circuito curto, o contato direto com o cliente, as formas facilitadas de pagamento e o recebimento do valor à vista também foram identificadas como potencialidades. Já as principais necessidades levantadas incluíram a falta de infraestrutura, as altas taxas pagas por eles e o contato com a Prefeitura.
Os maiores desafios ao aplicar as técnicas participativas com os feirantes incluíram o curto tempo disponível no semestre e a aplicação do questionário enquanto eles estavam ocupados comercializando. “Não queríamos atrapalhar a atividade deles, por isso, restringimos muitas perguntas”, relatou Sara.
Ao falar sobre como as necessidades identificadas podem contribuir para o desenvolvimento local da Feira Livre, Sara destacou que, se atendidas, essas demandas podem proporcionar um ambiente melhor para a comercialização em dias de condições climáticas extremas, aumentar os ganhos, diminuir gastos e melhorar o diálogo entre os feirantes e a Prefeitura, especialmente durante os festivais que ocorrem na praça.
“Colocar em prática a organização e a participação, que eram perguntas do nosso questionário, foi fundamental. Na teoria, sabemos da importância e dos benefícios, mas a prática é bem diferente”, concluiu a estudante.
Secom FURG
Foto: Divulgação
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