Estudantes gaúchos viajam ao México para feira mundial de ciência, tecnologia e inovação
Pesquisas são desenvolvidas dentro da escola de educação profissional Celeste Gobbato, em Palmeira das Missões
Seis estudantes da Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, de Palmeira das Missões, viajam nesta sexta-feira (20/10) ao México para expor três pesquisas na MILSET Expo-Sciences International. A feira é a terceira maior do mundo na área de projetos de ciência, tecnologia e inovação desenvolvidos por jovens.
O evento será realizado ao longo de sete dias na cidade de Mazatlán e abrange trabalhos de estudantes que têm entre 9 e 25 anos de idade. São esperados, entre os dias 21 e 27 de outubro, mais de 700 participantes internacionais de 30 países. A escola profissional gaúcha se apresenta com o objetivo de competir em rankings globais.
Para a secretária da Educação, Raquel Teixeira, o mais importante é aproveitar a oportunidade para criar laços e se desenvolver pessoalmente. “Essas viagens mudam a vida das pessoas. O José Saramago fala que é preciso sair da ilha para poder ver a ilha. Quando fazemos isso, enxergamos o país da gente com outros olhos. E agregamos toda a experiência de conhecer outras pessoas, línguas e modos de viver”, comentou Raquel durante encontro com os alunos e professores orientadores dos projetos.
Será a primeira vez que os estudantes viajam para fora do país, e até mesmo de avião. Além do conhecimento sobre os projetos desenvolvidos, há também curiosidade quanto à alimentação e adaptação ao idioma. “Estamos bem ansiosos para conhecer a cultura mexicana, é uma experiência nova que levaremos para o resto da vida”, disse a jovem Rafaela Spiecker.
Os projetos representaram o Rio Grande do Sul e foram aprovados durante a 8ª Expo Nacional MILSET Brasil, realizada de 24 a 28 de maio em Fortaleza. O diretor da Celeste Gobbato, Luiz Carlos Cosmann, comemorou a conquista de seus estudantes, que agora servem de exemplo para a comunidade. “O aluno que participa do projeto de pesquisa tem autonomia. Isso também potencializa, dentro da escola, a pesquisa e a iniciação científica porque eles estão mostrando aos outros alunos que é possível”, explica.
Projetos envolvem escolas agrícolas no mundo da ciência
Jean Carlo Oliveira e Otávio Luís Thiel desenvolveram, sob orientação da professora Carine Meier, um projeto voltado à sustentabilidade. Em uma conversa com um técnico da escola, os jovens pesquisadores descobriram um método de utilização de extratos de pimenta, pimenta e alho e pimenta e arruda como controle alternativo de praga. Buscaram, então, a orientação da professora para desenvolver o projeto.
“Fizemos vários testes em três diferentes pragas, dentro de laboratório, com temperaturas ideais, e avaliamos o tempo de morte de cada inseto. Geramos um teste e comparamos as médias”, contou Jean.
“São produtos que todo mundo consegue comprar e utilizar em casa. Nós misturamos no liquidificador, deixamos descansar por um tempo e depois coamos no laboratório. Qualquer pessoa de uma cidade grande pode fazer isso”, explicou Otávio.
Há pouco mais de um ano, foi a vez de Varlei Fonseca se juntar à aluna Viviane de Bortoli, que já desenvolvia estudos sobre uma pequena planta aquática conhecida como lemna menor. Eles buscam demonstrar, com a supervisão da professora Carine Mier, a efetividade da utilização dessa planta como suplementação humana e animal, além de seu possível uso na absorção dos componentes químicos da suinocultura. “A lemna menor possui uma alta proteína bruta, de 45%, sendo uma alternativa sustentável para a substituição de outros cereais”, apontou Viviane.
Já os estudantes Gabriel Volpato e Rafaela Spiecker estudam há dois anos, com o professor Magnos Maioli, um substituto para o farelo de trigo na alimentação para produção e reprodução do besouro tenebrio molitor, popularmente conhecido como lava-da-farinha. “Utilizamos a larva para substituir o farelo de soja na alimentação de animais e humanos. A farinha dele contém 40% de proteína bruta, que se compara à da soja”, comentou Rafaela.
Ex-aluna da escola agora é professora entusiasta
A professora Carine Meier, que orienta um dos trabalhos premiados, estudou na Celeste Gobbato e já esteve no papel de apresentar um trabalho fora do país. Ela busca repassar as experiências conquistadas aos seus estudantes.
“A meta é poder fazer algo para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Poder expor esse trabalho é algo bastante gratificante e inovador. Adquirir experiência e, para além disso, mudar a ciência”, afirmou Carine.
Ascom Seduc RS
Foto: Flávio Cunha/Ascom Seduc RS
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