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Ex-diretor da PERG é preso por suspeita de envolvimento com organização criminosa em Rio Grande

Na manhã desta quarta-feira, 05, o ex-diretor da Penitenciária Estadual do Rio Grande (PERG) foi preso. A esposa do agente penitenciário também foi presa por porte irregular de arma de fogo. Outro mandado de prisão foi cumprido contra um homem que já estava recolhido na PERG. Eles são suspeitos por envolvimento com organização criminosa investigada pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Segundo os investigadores, o agente penitenciário levava celulares e drogas para dentro da casa prisional.

A prisão é resultado da segunda fase da Operação PERG, uma ação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). E ainda contou com a participação da Delegacia de Lavagem de Dinheiro de Porto Alegre. A ofensiva é conduzida pelo coordenador dos Gaecos, André Dal Molin, pelo promotor de Justiça do Gaeco – Núcleo Região Sul, Rogério Meirelles Caldas e tem apoio da Brigada Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

Os agente penitenciário foi preso durante o expediente. A Operação tem como alvo uma organização criminosa sediada em Rio Grande e conforme as investigações apontam, o grupo é um braço da facção que dominava o comércio de botijões de gás em Rio Grande.

Na última semana, a Operação Opulência II resultou na prisão de membros da facção que domina o comércio de gás em Rio Grande. Entre eles, dois policiais militares que possuem suspeita de envolvimento com a organização criminosa, foram presos.

Entenda o envolvimento do Ex-diretor da PERG e do apenado

Considerado o principal alvo da ofensiva, o agente penitenciário tinha papel de extrema importância dentro da organização. É um dos responsáveis pela entrada de materiais ilícitos na cadeia. O outro mandado de prisão foi cumprido contra um homem que já estava recolhido na PERG. Ele foi identificado como responsável por fazer os contatos e pagamentos aos agentes penitenciários que levavam materiais ilícitos para dentro da casa prisional. Somente entre julho e novembro de 2022, o apenado movimentou R$ 545 mil em uma de suas contas bancárias.

“Este preso arregimentava os agentes penitenciários e os colocava em contato com pessoas fora da cadeia. Em local determinado, geralmente no Cassino ou no Centro de Rio Grande, um membro do grupo em liberdade entregava para o agente materiais ilícitos, como drogas e celulares, dentro de pacotes. O policial penal, então, levava para dentro da PERG. Depois, o apenado pagava o agente com dinheiro em espécie ou por pix. Entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2023, o ex-diretor da PERG movimentou em suas contas mais de R$ 7 milhões, o que é completamente incompatível com sua condição de servidor público sem outra fonte de renda lícita declarada”, conta Caldas.

No mesmo período, o agente preso na operação recebeu de visitantes e apenados R$ 391.373,51 e utilizou sempre o mesmo caixa eletrônico para depositar para si R$ 379.228,00 em dinheiro. Essas movimentações na boca do caixa foram feitas durante o horário de trabalho ou logo após ele sair da penitenciária após o expediente.

A mulher do agente foi presa em flagrante por posse irregular de munição. Ao todo, além das três prisões, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Pelotas, Canoas e Rio Grande, onde dois veículos e um imóvel de luxo foram sequestrados. Foram apreendidos mais de R$ 60 mil em dinheiro sem comprovação de origem, drogas, computadores, armas de fogo, munições, documentos e celulares.

Jornalista Thuanny Cappellari/RIO GRANDE TEM

Foto: Marcelo Kervalt/MPRS

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