FURG detalha processo de retomada presencial na universidade
Em transmissão ao vivo, gestores explicitaram pormenores do plano de retomada gradual à presencialidade
Com o objetivo de estabelecer uma comunicação mais direta, na intenção de driblar barreiras formais que o documento técnico que regulariza o retorno à presencialidade na FURG pode proporcionar, a gestão administrativa da instituição veio a público esclarecer e detalhar o processo de retomada gradual das atividades presenciais na universidade. A live aconteceu na última segunda-feira, 18, por meio do canal da FURG no YouTube e já se encontra disponível na plataforma para visualização assíncrona.
Em aproximadamente duas horas, estiveram reunidos o reitor, Danilo Giroldo; o vice-reitor, Renato Duro Dias; os pró-reitores de graduação e infraestrutura, Sibele Martins e Rafael Gonzales; e a responsável pelo Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr, Márcia Rodrigues. Na oportunidade, os membros da gestão administrativa da FURG apresentaram o caminho percorrido até a concepção do plano, abordando o debate interno com as direções de unidades acadêmicas e administrativas, coordenações de curso, servidores e entidades representativas da comunidade acadêmica.
De acordo com Danilo Giroldo, em sua fala de abertura, atualmente, a extensa maioria das universidades possui planos de retorno aprovados ou em processo de aprovação, e consiste em um movimento de caráter nacional. “Os desafios e as características das universidades são diferentes, mas o processo relacionado ao retorno está em andamento e em debate em todas as universidades federais”, destacou o reitor.
A isso, Danilo atribui três fatores, os quais denomina como pilares para a redução de risco de contágio, os quais são: uso de máscara, ventilação e distanciamento em um ambiente adequadamente higienizado. Quando atendidas, essas condições estabelecem um contexto mais seguro para o desenvolvimento de atividades em grupo, e, somando-se a elas, um quarto elemento potencializa essa situação: a conclusão do esquema vacinal por parte da comunidade acadêmica. “A combinação desses fatores com a avaliação positiva do cenário epidemiológico do município, principalmente decorrente do próprio processo de vacinação, favorece ainda mais o debate e o efetivo retorno à presencialidade”, explica o gestor.
Instrução normativa nacional: retorno determinado
Segundo Rafael Gonzales, desde 2020, a FURG, por meio de seus comitês associados ao monitoramento da pandemia, já pensava estratégias e se programava para um retorno que poderia acontecer a qualquer momento. Essa preparação deu à FURG condições técnicas de elaborar o seu plano de contingência com certa tranquilidade e atenção. Mais recentemente, com a divulgação da Instrução Normativa (IN) nº 90, de 28 de setembro de 2021, do Ministério da Economia, fica regrado por parte do governo federal o retorno ao trabalho presencial dos servidores e empregados públicos.
“Nós, enquanto FURG, precisamos respeitar esse ambiente regulatório. E estamos defendendo, junto ao retorno, um processo lento, bastante gradual, para assegurar a melhor condição sanitária para a comunidade acadêmica, diferente do processo mais incisivo e veloz que a IN projeta”, pontuou Danilo.
Retomada lenta e gradual
Segundo Renato Duro Dias, que também preside o Comitê de Monitoramento da Covid-19, o grupo tem atuado de forma intensa na vazão de demandas da universidade desde o início da pandemia. Com reuniões semanais, além de elaborar a nova versão (1.7) do documento base, o plano de contingência da universidade, a equipe técnica também é responsável pela concessão de excepcionalidades acadêmicas para o período pandêmico. “Um destes exemplos foi a permissão concedida às atividades práticas dos cursos da área da saúde, que acontece em caráter presencial desde o fim do ano passado, envolvendo um considerável contingente de docentes e discentes”, ressaltou o vice-reitor.
O comitê, desde a suspensão das aulas – em março de 2020 -, continua ativo e vigilante, monitorando todas as ações da universidade desenvolvidas no contexto pandêmico, para assegurar o cumprimento dos protocolos de biossegurança. Atualmente, com o movimento de retorno à presencialidade, foi criado um grupo de trabalho com membros do Comitê e das demais comissões da FURG, estando intimamente envolvido na atualização do plano de contingência. De acordo com Renato, a versão mais atual do documento concebe o retorno em fases, para garantir a gradualidade da retomada, e, por consequência, estabelece um ambiente mais seguro para o desenvolvimento das atividades. “Nós vamos ter uma retomada lenta e gradual. Por isso propusemos o sistema de fases, semelhante ao que muitas instituições públicas têm feito”, complementou.
De acordo com Sibele Martins, membro do grupo de trabalho, o Comitê atuou de forma intensa durante todo o período pandêmico. “Nós começamos a acompanhar todo o início e o desenvolvimento da pandemia. Neste espaço analisamos todas as informações possíveis, de forma, constante, para que, por meio do debate, possamos tomar as decisões mais acertadas. Quando aprovamos a excepcionalidade para os cursos da área da saúde, levamos em consideração todos os aspectos da pandemia e principalmente os aspectos preventivos, os quais precisamos incorporar não só para o ambiente da FURG, mas também qualquer outro espaço que eventualmente frequentamos”, salientou a pró-reitora.
Segundo Danilo, o debate sobre a retomada presencial com coordenadores de curso, diretores de unidades acadêmicas e administrativas e entidades representativas da comunidade acadêmica iniciou de modo dialógico em setembro. Desta forma, o texto que viria a ser a sétima versão do plano de contingência institucional foi apresentado e aprimorado, a partir da escuta atenta em todos esses espaços. “Recebemos as devidas observações e algumas foram acatadas após observação do comitê, outras foram esclarecidas em uma nota, redigida pelo Gabinete da Reitoria, publicada no portal furg.br”, pontuou o reitor. Leia a referida nota na íntegra clicando aqui.
Ponto de partida: primeira fase
Nesta segunda-feira, 18, como previsto no plano de contingência e na portaria 2.054/2021, é também a data de início da chamada fase um do processo de retomada gradual à presencialidade. Nesta fase um de retomada à presencialidade, estão previstos três dias de atividades administrativas, com rotinas próprias de cada setor para a garantia de revezamento e determinação de escalas para servidores e empregados públicos. “Nas atividades de ensino, tem-se a manutenção do modelo atual de ensino remoto, com a garantia da excepcionalidade para os casos já aprovados pelo comitê”, apontou Renato.
As atividades de extensão também se mantêm em modelo remoto, podendo ser feita solicitação de excepcionalidade nos moldes previamente realizados. A fase um da retomada se estende até o dia 16 de novembro, quando a instituição ingressa na segunda fase do processo, momento no qual, ainda em turno único e sob regime de escalas, se dará a continuidade das atividades administrativas, com a adição de dois dias para atividades administrativas.
“Também durante a fase dois haverá a possibilidade de, com o novo protocolo já aprovado, realizar cerimônias de outorga de grau em formato presencial. No que tange às atividades de ensino, serão oferecidas disciplinas práticas e teórico-práticas essenciais para séries finais e intermediárias”, esclareceu o vice-reitor.
Entre essas atividades – que necessitam passar por aprovação do Comitê -, estão incluídas saídas de campo e visitas técnicas para o ensino de graduação. Na pós-graduação, as atividades de pesquisa em laboratórios continuam sendo desenvolvidas. Por fim, também na fase dois, serão retomados os projetos e programas de extensão.
“Nós estamos fazendo um movimento lento, retomando, aos poucos, cada uma das atividades da universidade, desde as administrativas até as acadêmicas, procurando analisar constantemente a situação e o contexto epidemiológico”, concluiu Renato. Durante a fase três, prevista para abril de 2022, a retomada total das atividades de ensino, pesquisa e extensão, além da totalidade das atividades administrativas, estará atrelada à avaliação do Comitê de Monitoramento, com base numa análise criteriosa do cenário sanitário e epidemiológico futuro.
A visão sanitária do contexto atual
Segundo Márcia, é importante conhecer o coronavírus para poder lidar com ele, e, atualmente, se conhece um pouco mais do que se sabia no ano passado. “Em todas as reuniões que tratavam da retomada das atividades presenciais para os cursos da área da saúde eu fui radicalmente contra a presencialidade. Na época, achava que iria aumentar significativamente o contágio dentro do hospital. Esse processo foi realizado em um período da pandemia mais alarmante do que o vivido atualmente. Os alunos receberam a devida orientação e, até então, não tivemos nenhum caso de contágio de contaminação dentro do hospital, tanto por alunos quanto por professores”, disse a servidora.
Para a responsável pelo Setor de Vigilância do HU, o comitê não pode elaborar um protocolo único para todas as unidades da instituição, haja visto suas peculiaridades e características próprias, mas, cabe a ela estabelecer orientações para que os próprios setores construam suas rotinas de trabalho presencial, com base no documento original. “A gente precisa retomar as atividades, e com isso, precisamos também nos cuidar e cuidar dos nossos colegas”.
O pró-reitor de infraestrutura, por sua vez, citou quatro documentos, produzidos e atestados pelo Comitê de Proteção e Cuidado da FURG, que serviram e continuarão servindo como base para a coleta de dados e estabelecimento de indicadores que desempenharam um papel significativo no debate acerca da retomada. “Esses documentos têm o objetivo de orientar o retorno seguro às atividades. O primeiro documento é o Protocolo de Segurança e Saúde Institucional, o qual traz orientações sobre precaução tanto para pessoas quanto para ambientes, incluindo higienização de espaços físicos, o uso correto e a regulamentação de Equipamentos de Proteção Individuais”, apontou Rafael.
O protocolo de Segurança e Saúde também é o documento responsável pela idealização e realização da sinalização física dos espaços comuns da FURG. Esta ação tem o intuito de reforçar a atenção aos cuidados necessários que o próprio plano compreende.
O segundo documento orientador citado foi o de ações e prevenção à Covid-19. O material visa orientar a comunidade para a manutenção de um ambiente institucional seguro, proporcionando a criação de vídeos institucionais informativos, com orientações para o cumprimento de ações necessárias para cada um dos ambientes da universidade.
O terceiro é o documento de Mapeamento de Risco (Riscômetro), desenvolvido pela Escola de Enfermagem, que, com o objetivo de organizar os espaços físicos para uma eventual retomada, mapeia os espaços físicos da FURG por meio de cinco fatores relacionados à transmissibilidade do vírus. Para esses fatores, são atribuídas pontuações, que, após análise, concede ao espaço um fator geral de risco, o qual deve ser observado para o desenvolvimento de atividades e circulação.
Por fim, Rafael destacou o documento que compreende as medidas de readequação dos espaços físicos, produzido com auxílio da Pró-reitoria de Infraestrutura (Proinfra), que visa garantir o adequado distanciamento social. Neste material estão estabelecidos os protocolos de segurança para ambientes de uso comum como oficinas, laboratórios e refeitórios, por exemplo.
Debatendo o tema no contexto do ensino de graduação
Segundo Sibele, somente no mês de agosto, a Pró-reitoria de Graduação (Prograd) fez 19 reuniões. “Fomos em todas as unidades acadêmicas discutir com os coordenadores de curso para realizar um diagnóstico de como estavam os programas de graduação na universidade. A decisão da manter disciplinas adaptadas para o modelo remoto foi tomada em conjunto com as devidas unidades. Essas reuniões nos possibilitaram levar para o comitê, e depois para o GT, as demandas específicas apontadas por determinados cursos”, explicou a pró-reitora.
Ainda segundo a gestora, foi em função deste diálogo assertivo que existiu a possibilidade de construir o modelo de fases que permite ao processo inicial de retomada manter o formato atual de aulas como se dá no momento. “Porém, para a fase dois, permitimos que disciplinas práticas, que não foram adaptadas ao modelo remoto, ou aquelas que as unidades optaram por ofertar apenas a parte teórica, possam, neste momento futuro, ofertar a parte prática também”, detalhou.
Dúvidas da comunidade
Após o detalhamento pormenorizado de todas as ações que envolvem o processo de retomada gradual das atividades presencias na universidade a gestão disponibilizou o e-mail reitoria@furg.br para dúvidas, bem como foi aberto um espaço para responder perguntas enviadas pelo chat, que corria para os participantes em modo síncrono. Ali, algumas questões foram levantadas, confira algumas delas respondidas pelo reitor:
> Passaporte vacinal
Com a recente exigência da vacinação para frequentar determinados espaços públicos e privados em vigor no território estadual, o chamado ‘passaporte vacinal’ é um dos principais temas levantados pela comunidade acadêmica desde o início do debate acerca da retomada de atividades presencial. Segundo Danilo, em breve será emitido o parecer oficial da gestão sobre o tema. “Já antecipamos o que vamos fazer, mas estamos debatendo ainda os pormenores operacionais e os melhores mecanismos para implementar as devidas orientações. A exigência vai acontecer”, respondeu o gestor.
> Testagem em massa
Posto pelo reitor como um grande desafio dentro do contexto orçamentário, a testagem serve como uma ferramenta para o controle do ambiente frequentado e do estado sanitário da instituição. Segundo Danilo, está sendo realizado um estudo para averiguar a possibilidade e o melhor caminho para a implementação deste recurso, o qual deve ser concluído até novembro. “Testagem em massa para assintomáticos é algo que, infelizmente, teríamos muita dificuldade em operacionalizar, mas é interessante que a universidade tenha um ponto de testagem para eventuais casos ocorridos durante a presencialidade, com um espaço para orientação e a possibilidade de realização do próprio teste”, antecipou.
> Distribuição e uso de Equipamentos de Proteção Individual
Fornecidos para uso no local de trabalho, todos os setores da universidade já estão recebendo máscaras do tipo PFF2. “A gestão orçamentária que a gente desempenhou possibilitou esse cenário, e a questão do uso, estabelecem relação com a criação de condições para que as pessoas usem de forma devida e correta o EPI”, esclareceu o reitor. Para ele, dentro do ambiente acadêmico, responsável pela produção do conhecimento científico, não é aceitável a não utilização de máscaras, ainda mais quando o devido uso é regulamentado por lei. “Em caso de não cumprimento, existem punições administrativas cabíveis. Mas não acreditamos que este deva ser o principal caminho para a conscientização, e sim, o diálogo pautado no embasamento científico por trás do equipamento”, complementou.
> Higienização e aumento dos funcionários terceirizados para o desempenho da função
Para o reitor, a questão da higienização dos espaços da universidade também está prevista dentro do planejamento orçamentário atual, incluindo a ampliação na contratação de funcionários terceirizados caso seja necessário. “Isso precisa ser feito com atenção e cautela. Estaremos sincronizados dentro da universidade na fase um o que reativará a limpeza dos ambientes acadêmicos com determinada frequência. Com isso, serão tomadas decisões futuras com base na análise do cenário posto pela fase um da retomada”, disse Danilo.
Para saber mais sobre a retomada de atividades presenciais, seus desdobramentos e o que está compreendido para cada fase, bem como seus respectivos cronogramas e detalhamentos, acesse a versão mais atual do Plano de Contingência Institucional abaixo.
→ Plano de Contingência Institucional
Assessoria de Comunicação Social da FURG
Foto: Thuanny Cappellari