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Governadores da região Sul debatem semelhanças no comportamento da pandemia

Estados vão encaminhar ofício conjunto ao Ministério da Saúde pedindo atenção especial à região

O governador Eduardo Leite se reuniu, por meio de videoconferência, na manhã desta terça-feira (23/2), com os governadores Carlos Moisés, de Santa Catarina, e Ratinho Júnior, do Paraná. O objetivo do encontro virtual, anunciado por Leite ainda na sexta-feira (19/2), foi trocar impressões e experiências sobre o combate ao coronavírus nos Estados da região Sul.

“Nossos Estados têm perfil socioeconômico semelhante e têm demonstrado comportamento também semelhante na evolução da pandemia, em termos de ocupação de leitos e de mortalidade. É importante continuarmos trocando informações neste momento”, destacou.

Nos últimos 15 dias, o Rio Grande do Sul tem vivenciado um crescimento de internações em leitos clínicos e de UTI, o que culminou em 11 regiões do modelo de Distanciamento Controlado classificadas em bandeira preta. Para conter o avanço do contágio, o governador determinou a suspensão geral de atividades, das 20h às 5h, pelo menos até as 5h do dia 2 de março.

No encontro, os três governadores deliberaram pelo encaminhamento conjunto, nos próximos dias, de um ofício ao Ministério da Saúde. “Queremos destacar os pontos aos quais o Ministério da Saúde precisa estar atento no que diz respeito à região Sul no enfrentamento à pandemia”, resumiu Leite. Entre os assuntos, estão a disponibilização de medicamentos necessários nas UTIs, devido ao expressivo aumento no número de internações, o custeio de leitos de UTI e a questão da distribuição de doses de vacinas aos Estados.

Os governadores de Santa Catarina e do Paraná relatam a mesma mudança de perfil que tem sido observada no Rio Grande do Sul: pacientes mais jovens, sem comorbidades, que permanecem mais tempo internados e ocupando leitos de UTI. Nos dois Estados, também foi possível observar um aumento rápido e crescente do número de internações e de casos confirmados de Covid-19.

Ambos os Estados se preocupam com a possibilidade da falta de medicamentos necessários ao tratamento dos pacientes e da dificuldade de reposição de recursos humanos para operar os leitos de UTI. A circulação de novas cepas do coronavírus é discutida no Paraná e em Santa Catarina como uma das causas da aceleração do contágio.

“A reunião confirmou aquilo que observamos: estamos vivendo uma situação semelhante, e isso reforça a necessidade de termos um contato mais direto. É importante alinharmos as informações”, destacou o governador.

Para isso, foi deliberada a criação de um grupo de trabalho, com participação das equipes técnicas da Secretarias da Saúde e de compilação de dados dos três Estados, a fim de permitir trocas e monitoramento conjunto da situação. A intenção é consolidar um boletim com informações mais relevantes em termos do avanço da pandemia na região Sul.

Os três chefes de Executivo pretendem, também, alinhar protocolos de enfrentamento à pandemia, em um esforço de coordenação entre os Estados.

Dados da região Sul

Na manhã desta terça (23/2), a taxa de ocupação de leitos de UTI adulto no Rio Grande do Sul é de 86,4% – 2.327 leitos ocupados, de um total de 2.694. Os números da ocupação de leitos podem ser conferidos em tempo real no site https://covid.saude.rs.gov.br/.

Em Santa Catarina, dos 1.576 leitos de UTI ativos, 1.403 (89,02%) estão ocupados. No Paraná, são 1.253 leitos de UTI exclusivos para atendimento Covid-19, dos quais 1.143 (91%) estão ocupados.

De acordo com o Comitê de Dados, o Rio Grande do Sul, com 5,4% da população nacional, correspondeu a 1,9% do excesso de óbitos acumulados no país durante a pandemia em 2020. O Paraná, com população semelhante, respondeu por 3,1% do excesso de óbitos nacional. Santa Catarina, com 3,4% da população brasileira, correspondeu a 1,6%.

No que diz respeito à população acima de 60 anos, o Rio Grande do Sul tem 7,3% da população e, nesta faixa etária, o excesso de óbitos no Estado correspondeu a 1,7% do excesso de óbitos acumulado no país em 2020. O Paraná, com 5,9% da população, respondeu por 2,4% do excesso de óbitos nacional, e Santa Catarina, com 3,6% da população, correspondeu a 1,5%.

SECOM RS

Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

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