Guedes diz a Brics que vacinas e recuperação econômica são prioridades
Ministro destacou importância de banco do bloco e pediu reforma no FMI
A promoção da vacinação e o avanço da agenda de reformas estruturais para recuperar a economia são prioridades para o governo brasileiro, disse hoje (6) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele participou da primeira reunião de 2021 dos ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
No encontro, que costuma ser realizado paralelamente à reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), Guedes apresentou informações atualizadas sobre a vacinação contra a covid-19 no Brasil e destacou a importância de parcerias do Brasil com os demais países do Brics.
Na reunião, Guedes mencionou as políticas emergenciais que reduziram o impacto da crise econômica gerada pela pandemia, citando o auxílio emergencial, o programa de redução de jornada e de suspensão de contratos em troca da preservação do emprego e as ações de saúde pública. O ministro afirmou que o Brasil continua empenhado em adotar políticas fiscal e monetária que criem condições para a recuperação sustentada da economia, melhorando o ambiente de negócios e estimulando os investimentos privados.
Sob a presidência rotativa da Índia, os ministros e presidentes dos Bancos Centrais do Brics debateram a atual conjuntura econômica e as perspectivas de recuperação no período pós-pandemia. Os participantes também discutiram as atividades do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), banco de fomento mantido pelos países do Brics, e defenderam a colaboração em investimentos em infraestrutura, cooperação alfandegária e a reforma de quotas do Fundo Monetário Internacional.
Desenvolvimento
O ministro Paulo Guedes manifestou o apoio do Brasil à Estratégia Geral do NDB entre 2022 e 2026. Para ele, a instituição financeira pode financiar importantes projetos no Brasil e tem potencial para expandir-se, com atuação estratégica em países em desenvolvimento.
Sobre os investimentos em infraestrutura, Guedes disse apoiar o funcionamento de mercados abertos e a crescente participação do setor privado, assim como a aplicação de instrumentos financeiros inovadores. Chamou atenção para o potencial de investimentos em infraestrutura digital voltados para a recuperação econômica inclusiva, sustentável e duradoura, citando a inclusão financeira promovida pelo pagamento do auxílio emergencial por meio de aplicativo.
FMI
Em relação à reforma das quotas no FMI, Guedes pediu que haja avanços na 16ª Revisão Geral de Quotas, que encerrará os trabalhos em dezembro de 2023. O ministro manifestou apoio do Brasil aos mecanismos de complementação de liquidez discutidos no FMI e no G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta), como a alocação adicional de direitos especiais alocativos e a extensão do perdão do serviço das dívidas a alguns países mais pobres. O ministro também defendeu que pequenas e médias economias fortemente afetadas pela pandemia tenham acesso mais fácil a medidas de apoio.
Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil