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HIV/AIDS em Rio Grande ainda preocupa, avalia Vigilância Epidemiológica

Educação da população é a principal forma de enfrentar a expansão do HIV/AIDS na cidade do Rio Grande

Com a suba do quarto para o terceiro lugar no ranking dos municípios com mais de 100 mil habitantes e taxa elevada de contaminação pelo vírus HIV, a equipe do Programa Municipal de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e Hepatites Virais da Secretaria de Município da Saúde (SMS) visita, semanalmente, escolas, entidades e empresas na busca de conscientização.

Semana passada, a equipe do Programa ISTs palestrou na empresa Mosaic Fertilizantes, no Hospital Santa Casa do Rio Grande e, domingo (18), a atividade foi na Associação dos Moradores do Bairro Bucholz, onde estava a unidade móvel do Programa IST realizando exames de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).

Nas palestras são apresentados os principais conceitos, causas e consequências das ISTs e das Hepatites Virais. Elas mostram os números mais atuais sobre HIV e Sífilis em Rio Grande, no período de 2020 a 2022, bem como as formas de transmissão de diversos vírus, como HPV e os das hepatites B e C, além de identificar em slides e fotografias a forma como essas doenças se manifestam.

No final de cada atividade, citam as formas de prevenção, como por exemplo, o uso de preservativos.

Tratamento e prevenção

Para os pacientes com HIV/AIDS, há o tratamento com medicamentos capazes de controlar a multiplicação dos vírus, melhorar a imunidade e reduzir a chance de adoecimento e transmissão. Os medicamentos são fornecidos, gratuitamente, pelo SUS, mesmo que o paciente opte por tratamento na rede privada.

As profilaxias pré e pós-exposição (PrEP e PEP) ao vírus HIV são as principais alternativas e estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). A PrEP é a combinação de dois medicamentos que bloqueiam alguns “caminhos” que o vírus HIV usa para infectar o organismo. Se o medicamento da PrEP for tomado diariamente, a medicação pode impedir que o HIV se estabeleça e se espalhe pelo corpo do paciente. Ela é indicada para quem não tem HIV, mas que apresenta maior risco de contrair o vírus.

Já a PEP (Profilaxia Pós-Exposição) é uma forma de prevenção indicada para quem pode ter risco de exposição ao vírus HIV em situações como sexo desprotegido, violência sexual e acidente de trabalho. Deve ser indicada em até 72 horas após a exposição, com duração de 28 dias.

Onde procurar

As profilaxias PrEP e PEP podem ser procuradas nas UPAs Cassino e Junção, e na UBS do Parque Marinha. Em todas os postos da rede municipal de Saúde no Rio Grande são disponibilizados testes gratuitos para detecção de HIV.

Estatísticas

Rio Grande subiu do quarto para o terceiro lugar no ranking dos 100 municípios com mais de 100 mil habitantes e maior taxa média de detecção de AIDS na população geral, nos últimos três anos. São 48,9 /100.000 habitantes, dado publicado esse mês no Boletim Epidemiológico AIDS/HIV de 2022 do Ministério da Saúde.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica, órgão da Secretaria Municipal da Saúde, observa-se um declínio no número absoluto de notificações, a partir de 2019, mas ainda é preocupante a situação do município frente ao panorama nacional.

Dados epidemiológicos do município, no período de 2018 a 30 de novembro de 2022, mostram que foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), 1.394 notificações, sendo que 43,9% correspondem a AIDS, doença causada pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), e 55,02% correspondem aos casos de portadores do vírus.

Nos dados apresentados no boletim do Ministério da Saúde, 812 (58,2%) dos casos foram notificados em homens e 582 (41,7%) em mulheres. A razão de sexos sofreu alteração ao longo do tempo. No Brasil, em 2007, era de 14 homens para cada 10 mulheres e, a partir de 2020, passou a ser de 28 homens para cada 10 mulheres. Em Rio Grande, a razão, em 2018, era de 1,4 e, neste ano, de 1,2, sendo praticamente mantida a proporção.

No que se refere às faixas etárias, observou-se, no período analisado, que a maior incidência ocorre na faixa etária dos 20 aos 34 anos, com 625 casos notificados, correspondendo a 44,8%. Esses dados, conforme a Vigilância Epidemiológica, mostram a importância de políticas públicas direcionadas a essa população de forma contínua.

Ao observar o Coeficiente Bruto de Mortalidade por AIDS para cada 100 mil habitantes, no período analisado, houve uma redução dos óbitos como causa básica de AIDS em 2019, e teve aumento em 2021, possivelmente, decorrentes das doenças oportunistas, como por exemplo, a tuberculose.

Assessoria de Comunicação Social Prefeitura Municipal do Rio Grande

Foto: Divulgação

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