HU-Furg completa terceiro ciclo de imunização do Palivizumabe
Em 2021, 17 crianças receberam a medicação via SUS
O Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), finaliza o mês de maio completando o terceiro ciclo de aplicação do Palivizumabe. O medicamento é um imunizante constituído por anticorpos (defesas), sendo indicado para aumentar a proteção de bebês e de crianças que tenham maior probabilidade de desenvolver doença respiratória grave causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O Palivizumabe é disponibilizado pelo Ministério da Saúde (MS) para aplicação, via Sistema Único de Saúde (SUS), nos polos regionais. O HU-Furg foi habilitado como polo em 2019 e é referência para os municípios de Rio Grande, São José do Norte, Chuí e Santa Vitória do Palmar.
No HU-Furg, a imunização é realizada ambulatoriamente ou intra-hospitalar (Enfermaria e UTIs Neonatal e Pediátrica), sempre para as crianças que preenchem os critérios inclusivos do MS, como salienta a pediatra Marilice Magroski. “É importante ressaltar que o uso dessa medicação, nesses pacientes mais predispostos, reduz significativamente as internações e os óbitos decorrentes da bronquiolite causada pelo Vírus Sincicial Respiratório. Além disso, realizamos a aplicação da imunização seguindo todos os protocolos de cuidado necessários para prevenir a covid-19”, enfatiza Marilice.
A equipe do HU-Furg é composta por pediatras, enfermeiros, secretária e farmacêuticos que trabalham seguindo o protocolo estabelecido pelo MS que disponibiliza, anualmente, até cinco doses/ano de Palivizumabe por criança. De acordo com os dados do relatório da Secretaria Estadual de Saúde (SES/RS), em 2020, foram imunizadas 789 crianças em todo o Estado, totalizando 2630 doses, destas 74 doses foram aplicadas dentro do HU-Furg, atendendo 21 crianças. Este ano, 17 crianças já receberam doses do medicamento. As aplicações são realizadas mensalmente, de março a setembro, período de maior circulação do VSR. O HU-Furg segue o protocolo estadual que prevê os seguintes critérios de inclusão:
- A) Crianças menores de 1 ano de idade (até 11 meses e 29 dias) que nasceram prematuras com idade gestacional menor ou igual a 28 semanas (28 semanas e 6 dias). Em 2021, até a terceira aplicação, sete crianças atenderam a esse critério.
- B) Crianças menores de 2 anos de idade, com doença pulmonar crônica da prematuridade. Em 2021, até agora, oito crianças se enquadraram nesse critério.
- C) Crianças menores de 2 anos de idade, com cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica demonstrada. Em 2021, até o momento, apenas uma criança incluída por esse critério.
Os encaminhamentos são analisados, individualmente, pela equipe do HU-Furg e, em caso de conformidade com os critérios de inclusão estabelecidos no protocolo, os pais ou responsáveis são instruídos sobre a documentação necessária e, posteriormente, contatados para o agendamento das aplicações.
Sobre o Palivizumabe
O Palivizumabe é um medicamento que tem por função deixar a criança imune à infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) por um tempo de 30 dias. Não é uma vacina, é um anticorpo (defesa pronta). O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais agentes causadores das infecções que acometem o trato respiratório inferior em crianças menores de dois anos de idade, podendo ser responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante os períodos de frio. O VSR atinge o trato respiratório pelo contato íntimo de pessoas infectadas ou com superfícies ou objetos contaminados.
Bebês com menos de seis meses de idade, principalmente prematuros, crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade e cardiopatas são a população de maior risco para desenvolver infecção respiratória mais grave, necessitando de internação por desconforto respiratório agudo em 10% a 15% dos casos. A prematuridade é um dos principais fatores de risco para hospitalização pelo VSR. Em prematuros com menos de 32 semanas de idade gestacional, a taxa de internação hospitalar é de 13,4%, sendo que esta taxa decresce com o aumento da idade gestacional. A presença de malformações cardíacas está relacionada a uma maior gravidade e taxas de hospitalização maiores em caso de infecções causadas pelo VSR. A taxa de admissão hospitalar nesses quadros é de 10,4%, com maior necessidade de internação em terapia intensiva e ventilação mecânica (37%) e mortalidade de 3,4% comparada a uma taxa de 0,5% na população previamente sadia. Nas crianças com Doença Pulmonar Crônica da Prematuridade (DPCP) a taxa de internação hospitalar atinge 17%.
Unidade de Comunicação Social do HU-Furg/Ebserh
Foto: Alan Bastos