Humanos por inteiro e não apenas no aspecto biológico

Gentileza gera gentileza, você sabia que essa frase não é apenas força de expressão?! Repare que quase toda atitude e/ou ação bondosa costuma ser recíproca com a mesma intensidade. É provável que isso ocorra por causa dos neurônios espelhos. Os neurônios espelhos foram descobertos, sem querer, na década de 90 por cientistas italianos. Na ocasião, esses cientistas, analisavam o comportamento de alguns macacos. Esses neurônios são responsáveis por copiar atitudes, ações, intenções, emoções, etc e talvez, muitos de nós, sejamos empatas graças a eles. Além disso, muitos estudiosos afirmam que os indivíduos inclusos no espectro autista possuem dificuldades em interagir com outras pessoas bem como, por vezes, não têm a capacidade de se colocarem no lugar dos outros por conta de alguma disfunção desse tipo célula. Nesse sentido, a explicação que temos para explicar uma bondade “quase gratuita” quando, por exemplo, sorrimos e/ou cumprimentamos um varredor de rua em seguida de termos avistado outra pessoa fazê-lo o mesmo, pode ser reflexo desse tipo de neurônio. Diante disso, se as ações e/ou atitudes positivas, normalmente, servem de modelos, então podemos dizer que as negativas têm o mesmo efeito, não é verdade? Em vista disso, por qual razão alguns de nós, de forma voluntária, iria preferir espalhar a maldade, a crueldade e efetuarem atos desumanos se a bondade, a caridade e o altruísmo são mais benéficos, prósperos e produtivos? De qualquer forma, não parece ser melhor ser o que realmente somos, isto é, humanos por inteiro e não apenas no aspecto biológico.

Ana Paula Emmendorfer (Professora de Filosofia e Lógica – Doutora em Filosofia/Unisinos-RS)

Foto: Pixabay

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