IBAMA doa 80m³ de madeira apreendida em fiscalização para a FURG
Quantia de madeira apreendida devido a irregularidade no Sistema DOF (Documento de Origem Florestal) em 2010 durante vistoria de equipe do IBAMA em empresa no município de Chuí está sendo recebida no dia de hoje pela FURG (Universidade Federal de Rio Grande) em Rio Grande.
Identificado como madeira serrada, no montante constam espécies como Angelim, Pequi, Cumaru, Caxeta ou Marupá e Catuaba. A madeira encontrava-se sob guarda da empresa autuada em caráter de fiel depositária e, com o encerramento do processo administrativo e a decisão de perdimento e destinação do objeto da apreensão, conforme os Artigos 19 e 25, inciso III, da Instrução Normativa IBAMA nº 19/2014, pode ser encaminhada como doação à instituição de ensino e pesquisa.
Segundo o Diretor do Complexo de Museus da FURG e do CCMar (Centro de Convívio dos Meninos do Mar) e CRAM (Centro de Recuperação de Animais Marinhos), Dr. Lauro Barcellos, “as madeiras serão utilizadas na manutenção da infraestrutura que dispomos para os visitantes e alunos e também no CCMar, onde trabalhamos na formação profissional de jovens carentes da comunidade, oferecendo cursos de Movelaria, Construção e Manutenção de Embarcações, Técnicas em Agricultura e Meio Ambiente. Além de utilizarmos como material didático nos cursos de formação profissional, vamos utilizar essa madeira para manutenção da infraestrutura do Centro e dos Museus que recebem em média 45 mil visitantes por ano.”
O projeto CCMar, da FURG, é financiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e atende à jovens estudantes entre 14 e 17 anos em situação de vulnerabilidade sócio-econômico-ambiental da cidade de Rio Grande, principalmente aqueles provenientes de comunidades carentes. O Centro atua no sentido de motivar uma transformação que os encaminhe a uma participação solidária e fraterna.
O CRAM, que completa 49 anos de história em 2023, é responsável pela recuperação de cerca de 400 animais a cada temporada. Dentre as várias espécies de animais marinhos e costeiros tratados no local, destacam-se os pinguins-de-magalhães, a tartaruga-verde e o lobo-marinho-do-sul. Entre as dezenas de outras espécies que já passaram pelo Centro, estão albatrozes, petréis, gaivotas, orcas, golfinhos e toninhas, e às vezes animais dos banhados, como flamingos, lontras, capivaras, ratões e diversas espécies de aves continentais.
Na maioria das vezes, essa grande variedade de animais é vítima de um modelo civilizatório predador da natureza e de ações humanas: baleados por armas de fogo, contaminados por óleo e outros produtos químicos jogados na natureza, ingerindo plástico sob diferentes formas, mutilados por hélices de barcos e emaranhados em redes de pesca, alguns inclusive presos em embalagens de madeira ou plástico.
Já o Museu Oceanográfico “Professor Eliézer de C. Rios” foi fundado em 1953 e integra o Complexo de Museus e centros associados da FURG, do qual fazem parte o Museu Náutico, o Eco-Museu da Ilha da Pólvora, o Museu Antártico e o CRAM. Ele tem como objetivo a pesquisa, o ensino e a extensão, divulgando o conhecimento sobre a vida e a dinâmica dos oceanos, bem como promovendo a exposição pública sobre a sua biodiversidade, com destaque para os aspectos regionais, mobilizando a comunidade para a preservação do meio ambiente.
Segundo a Superintendente Substituta do IBAMA/RS, Diara Maria Sartori, “o IBAMA vem trabalhando para que os trâmites de destinação de bens apreendidos sejam otimizados permitindo que as doações possam acontecer com maior agilidade dentro dos procedimentos legais. Apoiar instituições de ensino e de pesquisa assim como projetos que buscam preservar o meio ambiente e seus ecossistemas, além de transformar a vida das pessoas e de jovens carentes é importantíssimo e faz parte do papel de todo órgão governamental.”
ECOM – IBAMA/RS
Foto: ECOM – IBAMA/RS