Inovação tecnológica e economia solidária são pilares de nova política da FURG
Política de Inovação e Tecnociência Solidária foi aprovada pelo Consun nesta sexta-feira
Em uma sessão singular, o Conselho Universitário da FURG aprovou na manhã desta sexta, 6, na íntegra, sem destaques, a Política de Inovação e Tecnociência Solidária. Resultado de mais de um ano de trabalho, a política busca estimular a inovação e a tecnologia social na universidade.
O documento aplica os conceitos previstos no marco legal da Ciência, Tecnologia e Inovação de forma equânime entre a inovação tecnológica e a economia solidária. E busca proporcionar trocas dialógicas e igualdade de oportunidades e de acesso aos espaços de inovação. “É uma política inovadora, pioneira, mas muito segura do ponto de vista jurídico. O que aqui se institucionaliza são mecanismos para que essas vertentes, que são diferentes teórica e metodologicamente, possam interagir e contribuir uma com a outra, para que todos possam crescer”, disse o vice-reitor Danilo Giroldo na apresentação da proposta.
Um grande arcabouço legal embasa a proposta, envolvendo envolvendo leis de estímulo ao desenvolvimento ciência, à pesquisa e inovação, a lei estadual de fomento à economia popular solidária, a Lei da cultura viva, entre outros documentos. “É uma legislação bastante densa, resultado de trabalho intenso e representa um passo muito importante para as ações que a gente está desenvolvendo e para aquelas que podemos desenvolver”, afirmou a reitora Cleuza Maria Sobral Dias.
Com a política, se institui o Sistema Institucional de Estímulo à Inovação e à Tecnociência Solidária (Sieits), que será composto por setores já estabelecidos na universidade, como a Diretoria de Inovação Tecnologia (DIT), o Núcleo de Desenvolvimento Econômico e Social (Nudese) e o Parque Tecnológico OCEANTEC. A eles, somam-se o Comitê Diretivo de Inovação e Tecnociência Solidária, que será composto por representantes da FURG e da comunidade externa para a gestão da nova política.
A iniciativa da universidade tem como princípios a interação entre diferentes setores da sociedade, organizações públicas e privadas e movimentos sociais, para o desenvolvimento científico e tecnológico. A política busca a redução das desigualdades sociais, com melhoria das condições de vida a partir da democratização da inovação científica e tecnológica.
Universidade mais próxima da comunidade
O professor Fabrício Santa, vice-diretor da Escola de Química e Alimentos acompanhou a sessão e comemorou: “É um marco acadêmico e representa a abertura da universidade para a comunidade de um modo que ainda não havia sido feito. É mais um passo para uma universidade mais voltada para os desejos da sociedade”.
Os estudantes Bernardo, Ana Luiza, Lana, Daniele e Joice, do curso de Engenharia Química, também acompanharam a sessão. Eles integram a PHI Consultoria Jr., uma das oito empresas juniores federadas da FURG e recordam que tiveram dificuldades para se consolidar, em função do desconhecimento e da ausência de políticas. “Às vezes os professores e órgãos da universidade querem nos ajudar, mas esbarram em processos burocráticos”, conta Bernardo. “A gente vai conseguir ter mais serviço e também fazer mais para sociedade”, projeta Ana Luiza, a partir da aprovação da nova política. A empresa dos estudantes é direcionada a questões ambientais. Para o grupo, o trabalho das empresas juniores, em parceria com a universidade, incentiva os alunos a empreender, visando também o lado social, o que fica ainda mais consolidado com a nova política.
O professor Eduardo Dias Forneck, conselheiro do Consun, acompanhou a sessão a distância, do campus São Lourenço do Sul, e fez a única intervenção durante a votação para parabenizar a universidade por promover um empreendedorismo com vistas à igualdade e justiça social, a partir da economia solidária.
Assessoria de Comunicação Social da FURG
Foto: Lara Nasi/Secom FURG