JURUPIGA DA ILHA FAMÍLIA COSTA DIAS

Jurupiga da Ilha – Símbolo de Rio Grande

De origem Portuguesa, a Jurupiga é uma bebida alcoólica artesanal feita à base do suco de uva. Pela sua composição, ela pode ser facilmente comparada ao vinho do Porto. A bebida é produzida de forma semelhante ao vinho. A principal diferença é que para sua produção não ocorre a fermentação. A uva é esmagada e o suco é retirado antes da fermentação e depois deste processo, acrescenta-se o álcool.

É na Ilha dos Marinheiros que Hermes Dias produz a famosa Jurupiga. A bebida que tem origem portuguesa, e é a cara de Rio Grande. De sua família, ele já é a 4ª geração que produz o etílico. Seu avô, que é de quem guarda a mais antiga recordação, produzia para o próprio consumo de forma artesanal. A comercialização somente era feita, caso alguém fosse até a propriedade para adquirir. Na época, não havia preocupação com rótulo e envase.

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A Jurupiga é Patrimônio Histórico Imaterial de Rio Grande e, de acordo com o produtor, a rotulagem e importância dedicada à bebida, contribui para explicar o que é o produto. Para eles o título recebido, confere um reconhecimento que ajuda, inclusive aos turistas, a perceber que existe uma história além do que está envasado.

A Jurupiga é um dos principais sustentos da família. Há aproximadamente 24 anos, já trabalhavam vendendo hortaliças na Feira do Produtor do Cassino. Devido às questões financeiras, tomou a decisão de tentar a venda. Até então, a bebida era somente para o consumo próprio. E foi aí que perceberam, que havia uma excelente aceitação. E assim, a Jurupiga é uma opção querida por moradores de Rio Grande e por Turistas.

Hermes nos conta que para quem ainda não conhece a bebida, por mais que se explique, nunca vai se alcançar ao que é. “Nós sempre oferecemos a degustação para que as pessoas conheçam, porque adquirindo ou não, elas passam a conhecer o nosso produto”, relatou.

Outras Opções

A família também comercializa vinho e sucos de abacaxi, morango, uva e manga. Além disso, eles também vendem flores que são plantadas em sua propriedade. Em outras épocas, as flores eram vendidas em datas especiais, como por exemplo o Dia de Finados. Mas foi mais uma alternativa encontrada para, junto dos produtos artesanais, contribuir para a renda.

De Geração em Geração

O avô de Rosângela Maria da Costa Dias, esposa do Hermes, veio de Portugal. E a tradição de produzir a Jurupiga foi mantida, o conhecimento foi transmitido. De acordo com Rosângela, através dessa prática foi possível fortalecer outros produtores que, ao observar as potencialidades de comercialização, retomaram a sua produção.

O Estudo

Rosângela e Hermes são pais de dois filhos. Para eles, o estudo sempre foi prioridade. “Os meus filhos podem querer continuar comercializando nossos produtos. Mas queremos que eles tenham a garantia do estudo. Sempre exigimos isso” conta Hermes. Um deles, já é graduado em Engenharia de Alimentos, e o outro, está cursando Engenharia Mecânica.

Jurupiga Combina Com O Quê?

Para Hermes, como aperitivo, entrada ou como finalização para acompanhar a sobremesa. Ele explica, que não identifica como acompanhamento de refeições por ter uma característica essencialmente doce.

E “Pega” com Facilidade?

Sim, por ser adocicada, isso pode mascarar um pouco do álcool presente. E quem ingere não nota o teor de álcool consumido. Por isso, geralmente, as bebidas doces são ditas “traiçoeiras”.

Potencial Turístico

A Ilha dos Marinheiros tem um cenário paradisíaco. Uma natureza generosa e cuidado com tudo o que há de típico do interior, de pessoas que valorizam o que tem. Apesar disso, para quem busca conhecer a Ilha, não há sinalização apropriada dentro do local.

Hermes explica que já foram solicitadas placas de sinalização, inúmeras vezes pelo poder público, sem sucesso. “Quando colocam placas, eles colocam placas que não tem nada a ver com a nossa necessidade, com o que nós entendemos. Há pouco tempo, recebemos um grupo de turistas que veio conhecer a Ilha, mas eles foram para o lado contrário e fizeram toda a volta, andaram cerca de 18km a mais”.

Localização

Todos os produtos do Hermes são comercializados na temporada de Veraneio nas quartas-feiras e durante o ano todo aos sábados, na Feira do Produtor  do Cassino.

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Thuanny Cappellari – Equipe Rio Grande TEM