Médicos da Santa Casa do Rio Grande decidem rescindir contratos caso não recebam os atrasados
Os médicos da Santa Casa do Rio Grande decidiram em Assembleia Geral Extraordináriana terça-feira, 25, rescindir o contrato em trinta dias caso não recebam os pagamentos atrasados. Conforme os profissionais, estão sem receber há cinco meses.
De acordo com o Sindicado dos Médicos do Rio Grande do Sul, a medida foi definida no fim da noite de terça-feira, 25, durante Assembleia Geral Extraordinária (AGE) do Corpo Clínico e só será revista se a instituição pagar pelo menos metade dos débitos em 15 dias e o saldo restante em um mês.
Segundo o Sindicato, os profissionais estão há cinco meses sem receber seus salários e debateram a situação durante o encontro coordenado pelos sindicatos médicos do Rio Grande do Sul (Simers) e do Rio Grande (Simerg).
A dívida com os profissionais já supera os R$ 14 milhões, afetando cerca de 100 médicos que prestam serviço através de Pessoa Jurídica (PJ).
O que diz Santa Casa
NOTA OFICIAL
A Santa Casa do Rio Grande vem a público manifestar-se sobre o cenário que segue sobre os compromissos com os honorários dos prestadores de serviços médicos PJ.
Desde o início a gestão têm empreendido esforços substanciais e contínuos com o propósito de salvaguardar e assegurar a continuidade das atividades desta instituição quase que bicentenária, de inegável relevância social.
Entretanto, ainda que inúmeros esforços estejam sendo envidados para que tudo volte à normalidade e se alcance um equilíbrio, diversos obstáculos, especialmente relacionados ao passivo financeiro, sobrepuseram-se a outros planos e a entidade segue com significativa crise financeira.
Embora o nosocômio continue empenhando esforços para assegurar a regularidade no pagamento da folha de prestadores de serviços médicos, nos últimos meses passou por uma inesperada perda de receita na saúde suplementar, a qual não estava prevista no orçamento, o que impactou diretamente na regularização dos honorários.
Ainda que não tenha recebido notificação formal do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) e do Sindicato dos Médicos de Rio Grande (SIMERG), há a informação de que o corpo clínico decidiu, em assembleia realizada ontem (25) à noite, rescindir os contratos em até 30 dias, caso a situação não seja regularizada.
A proposta apresentada sugere o pagamento de 50% do valor devido em até 15 dias e o restante no prazo de 30 dias após a notificação, cabendo a cada médico decidir individualmente sobre a continuidade da prestação de serviços.
Diante desse cenário, a Administração está adotando medidas para garantir a manutenção do atendimento, com prioridade para a organização das escalas no Pronto Socorro e nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s), evitando qualquer prejuízo à assistência aos pacientes. Além disso, um plano de contingência será elaborado junto à Secretaria Municipal de Saúde, Conselho Municipal de Saúde e 3º Coordenadoria Regional de Saúde.
Vale ressaltar que, no que cabe à instituição, todas as exigências para a renovação do Termo de Compromisso oriundo do Fundo de Recuperação de Bens Lesados da Portos RS, no valor de R$ 14 milhões, foram atendidas. No entanto, essa renovação depende de contrapartidas dos órgãos envolvidos, não apenas para a quitação dos honorários atrasados, mas também para garantir um aumento do aporte financeiro mensal, essencial para a manutenção dos serviços hospitalares. Desde dezembro de 2024, a gestão também implementou um plano de redução de custos e aumento de receita, visando reequilibrar as finanças.
O compromisso com a busca por soluções para essa crise permanece firme, com diálogo constante junto às autoridades e a exploração de todas as alternativas viáveis para restabelecer a normalidade o mais breve possível. A Direção reconhece a legitimidade do movimento dos médicos e reafirma seu respeito a esses profissionais, cuja dedicação e excelência são fundamentais para o atendimento à comunidade.
Atenciosamente,
Renato Silveira (CRA/RS: 034752/0) – Presidente da Associação de Caridade Santa Casa do Rio Grande
Jornalista Thuanny Cappellari/RIO GRANDE TEM
Foto: Divulgação
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