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Mutirão ambiental da FURG-SLS recolhe mais de 150 kg de resíduos na primeira edição de 2025

127 kg de resíduos não recicláveis e 28 kg de material reciclável foram recolhidos no Camping Municipal

Foi com a coleta de 127 kg de resíduos não recicláveis e 28 kg de material reciclável, principalmente plástico PET, que no último dia 26 de março aconteceu, no Camping Municipal de São Lourenço do Sul, a 10ª edição do projeto “Mutirão e Remada Ambiental para a Limpeza e Conservação dos Ambientes Aquáticos na Terra de Todas as Paisagens: Por Terra e Água”, vinculado ao curso de Educação do Campo da FURG-SLS. A edição marcou a primeira remada de 2025.

Os mutirões têm como objetivo principal estimular os participantes a saírem da zona de conforto da crítica passiva, incentivando uma argumentação propositiva e a buscar soluções por meio da ação prática.

Além disso, o projeto possibilita uma maior compreensão dos impactos dos resíduos sólidos e da conservação das águas, promovendo a conscientização sobre o destino do lixo e o papel da sociedade e do poder público, aproximando os participantes da importância da biodiversidade local, com destaque para o potencial da conservação dos ambientes aquáticos para o turismo ecológico e o desenvolvimento da região.

Nesta edição, a atividade aconteceu somente por terra e integrou a programação da Acolhida Cidadã, envolvendo calouros, veteranos e professores dos cursos de Agroecologia, Educação do Campo e Gestão Ambiental, além de estudantes de outros cursos do campus e membros da comunidade lourenciana.

Patrícia Lovatto, docente da FURG e coordenadora do projeto, compartilhou que ação surgiu como uma atividade na retomada das aulas presenciais pós-pandemia e foi consolidada em 2023.

“Nosso foco sempre foi a promoção de atividades de integração entre os diferentes cursos e a comunidade, com ações diretas no ambiente local que conduzam à reflexão sobre os desafios enfrentados e os caminhos para sua minimização. Tem tudo a ver com o acolhimento que planejamos para os novos estudantes que chegam à Universidade, para que conheçam também o papel e a missão da instituição junto ao território em que está inserida”, disse.

Além da coleta de resíduos, o evento incluiu o plantio de 12 espécies arbóreas, sendo 11 ingazeiros (Inga spp.) e uma figueira (Ficus cestrifolia). As crianças presentes participaram ativamente do plantio, com o auxílio dos adultos. Durante a atividade, houve ainda debates sobre a integração das ações da FURG com as demandas ambientais do Camping Municipal.

De acordo com Patrícia, as ações práticas realizadas durante os mutirões permitem aos participantes refletir sobre suas próprias práticas cotidianas e, assim, se posicionarem como agentes de transformação social e ambiental.

“A sensação de transformar a paisagem e possibilitar a geração de renda a partir da destinação correta do lixo é uma vivência que transforma cada participante em um multiplicador de boas práticas”, destacou.

Jaqueline Saalfeld de Freitas, coordenadora do Camping, participou do mutirão com seus filhos e também ressaltou a importância do projeto. Segundo ela, além de aproximar a comunidade do Camping com uma visão sustentável, a ação também envolve alunos e professores da Universidade, estreitando os laços no município.

“Queremos demonstrar as possibilidades de integração do Camping com as aulas e os projetos da Universidade, fortalecendo essa parceria. Poder compartilhar esse momento especial com meus filhos foi emocionante. Como graduada em Licenciatura em Ciências pela FURG, carrego comigo a convicção de que, enquanto houver crianças e jovens cuidando do meio ambiente com carinho e responsabilidade, teremos esperança em um futuro melhor”, enfatizou.

A 10ª edição do mutirão também contou com a participação da costureira e artesã Deise Vieira Alves, formada em Licenciatura em História pela FURG e graduanda do curso de Licenciatura em Educação do Campo. Deise compartilhou como foi sua primeira experiência e, ao ver de perto a situação do Camping, afirmou ter desenvolvido um olhar mais sensível sobre os problemas enfrentados.

“Até para eu fazer as minhas reflexões, porque, quando a gente vê com o nosso próprio olhar, conseguimos formar a nossa opinião. Porque, se a gente vê com o olhar do outro, não consegue desenvolver bem esse olhar sensível para a situação em que as árvores ali no Camping se encontram”, refletiu.

Ao chegar ao Camping, Deise se deparou com um lagarto ferido, vítima de um ataque de cachorro. O animal foi prontamente resgatado e encaminhado para tratamento veterinário em Pelotas.

“É um animal que vive aqui no nosso município e sobre o qual a gente não tem conhecimento, porque não conhecemos os animais que vivem no nosso município. Não temos o costume de conhecer o nosso entorno. O que existe no nosso município, as belezas que ele tem”, comentou.

Após a roda de apresentação, os participantes iniciaram a coleta de resíduos. O lixo foi dividido em sacos pretos para materiais não recicláveis, como bitucas de cigarro, e sacos azuis para plásticos PET, que seriam posteriormente recolhidos pela Cooperativa Cooperforte.

Deise comentou sobre o impacto da quantidade de lixo encontrado, especialmente isopores, que podem levar até 400 anos para se decompor. “Eu fiquei impressionada com a quantidade de coisas que encontrei. Em pouco tempo, consegui encher um saco cheio de lixo. Fiquei impressionada em como o ser humano não tem consciência”, lamentou.

Luis Carlos da Cruz, morador da cidade e participante das edições anteriores, também esteve presente no mutirão. Ele explicou que sua motivação para continuar participando é contribuir para o meio ambiente e inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo.

Para ele, a ação vai além da retirada de resíduos jogados na natureza, sendo uma forma de conscientizar a população sobre a importância de preservar o meio ambiente e evitar o descarte inadequado de lixo em vias públicas, praias e florestas.

“Minha motivação para participar é contribuir para a melhoria do meio ambiente e inspirar outras pessoas a participarem. Os desafios que encontro são atravessar a areia da praia, entrar no meio da mata com galhos e espinhos, mas isso não é uma grande dificuldade. A gente tem que encarar e fazer a coisa certa”, frisou.

Luis também fez um apelo para que mais pessoas se engajem no projeto, destacando os benefícios da preservação ambiental.  “Ajudar a preservar o meio ambiente, conservar nossa praia, nossos rios, nossas florestas, para que todos nós possamos ter uma vida melhor. Nós e as futuras gerações. A natureza e as futuras gerações agradecem”, completou.

Por fim, Patrícia destaca que, em 2025, o projeto seguirá com as atividades de ensino, extensão e pesquisa, com a expectativa de ampliar o diálogo com o poder público e a iniciativa privada do município. O objetivo é implementar ações concretas de educação ambiental na orla da praia e nos arroios, com atenção especial aos impactos dos resíduos na fauna local.

“Recuperando o planejamento que foi inviabilizado pela inundação de maio passado, estão previstos mais três mutirões para o primeiro semestre de 2025”, concluiu.

O evento contou com o apoio de diversos parceiros, incluindo o Supermercado Jepsen, que doou frutas e águas minerais para o acolhimento dos participantes.

Secom FURG

Foto: Larissa Schneid Bueno/Secom FURG

 

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