Novo boletim sobre Covid-19 indica aumento na taxa de contaminação em Rio Grande e Pelotas
Informativo inclui previsões nos municípios para os próximos 20 dias
Professores do Instituto de Matemática, Estatística e Física (Imef) da FURG e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) divulgam novo boletim informativo sobre a evolução da Covid-19 em Rio Grande e Pelotas, incluindo previsões para o crescimento do número de casos. Segundo os docentes responsáveis, Sebastião Gomes e Igor Monteiro (Imef) e Carlos Rocha (IFRS), com relação à curva do número acumulado de casos, em 20 de maio Rio Grande apresentava crescimento com aceleração aproximadamente nula, enquanto Pelotas apresentava uma aceleração positiva.
Os dados reais das cidades de Pelotas e Rio Grande (coletados até quinta-feira, 20) possibilitaram identificações paramétricas e posteriores previsões para os próximos 20 dias, resumidas nas figuras. Os pontos em vermelho correspondem ao número acumulado de casos reais, enquanto a curva em azul é a simulação com o modelo. A continuação da curva em azul para além dos pontos em vermelho corresponde à previsão para os próximos 20 dias.
O modelo prevê que Pelotas passará de 34.981 casos confirmados em 20 de maio para 38.875 em 9 de junho, enquanto Rio Grande passará de 15.368 casos confirmados em 20 de maio para 16387 em 9 de junho. Estas previsões poderão se confirmar, de acordo com os pesquisadores, se não houver mudanças nas situações atuais dos municípios, principalmente correlatas ao isolamento social.
O parâmetro mais significativo de uma epidemia é o Índice de Reprodução Basal (R0). Na quinta-feira, 20 de maio, Rio Grande estava com R0=0,99 (significa que 100 novos infectados infectam 99 outros indivíduos, caracterizando crescimento com aceleração aproximadamente nula), enquanto Pelotas estava com R0=1,08 (significa que 100 novos infectados infectam 108 outros indivíduos, caracterizando crescimento com aceleração positiva). O ideal é que o índice R0 esteja inferior a 1, provocando assim desaceleração no crescimento do número de casos e, para que isso ocorra, são necessárias medidas de prevenção, sendo a principal delas a ampliação do isolamento social. O distanciamento social em lugares públicos, o uso obrigatório de máscaras e atitudes frequentes de higienização das mãos também contribuem para a diminuição do índice R0.
Um aplicativo desenvolvido pelos pesquisadores das duas instituições está disponível gratuitamente para download. No Simcovid o usuário não precisa ser especialista em matemática ou computação para realizar suas próprias simulações e análises de cenários. O aplicativo pode ser baixado aqui.
Os boletins sobre as situações de Pelotas e Rio Grande são disponibilizados no espaço Covid-19, da página do Imef. Neste espaço, é possível encontrar um livro e dois artigos científicos já publicados sobre a modelagem matemática que dá origem aos resultados apresentados nos referidos aplicativo e boletins informativos. O professor Sebastião também ressalta o trabalho dos estudantes da FURG Marina Rocha (Engenharia de Automação), Ana Luíza Arcanjo (Matemática Aplicada) e Lucas Rosa (Engenharia Mecânica), que auxiliam na obtenção e organização dos dados reais utilizados no Simcovid 2.1.
Assessoria de Comunicação Social da FURG
Foto: Arte/FURG