Novo boletim sobre Covid-19 indica crescimento de casos com aceleração nula em Rio Grande e Pelotas
Informativo inclui previsões nos municípios para os próximos 20 dias
Professores do Instituto de Matemática, Estatística e Física (Imef) da FURG e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) divulgam novo boletim informativo sobre a evolução da Covid-19 em Rio Grande e Pelotas, incluindo previsões para o crescimento do número de casos. Segundo os docentes responsáveis, Sebastião Gomes e Igor Monteiro (Imef) e Carlos Rocha (IFRS), com relação à curva do número acumulado de casos, Rio Grande e Pelotas apresentavam no dia 25 de março, crescimentos com acelerações nulas.
Os dados reais das cidades de Pelotas e Rio Grande (coletados até 25 de março) possibilitaram identificações paramétricas e posteriores previsões para os próximos 20 dias, resumidas nas figuras abaixo. Os pontos em vermelho correspondem ao número acumulado de casos reais, enquanto a curva em azul é a simulação com o modelo. A continuação da curva em azul para além dos pontos em vermelho corresponde à previsão para os próximos 20 dias.
O modelo prevê que Pelotas passará de 27337 casos, confirmados em 25 de março, para 31424 em 14 de abril, enquanto Rio Grande passará de 12311 casos confirmados no dia 25 de março para 13391 em 14 de abril. Estas previsões poderão se confirmar se não houver mudanças nas situações atuais dos municípios, principalmente correlatas ao isolamento social.
O parâmetro mais significativo de uma epidemia é o Índice de Reprodução Basal (R0). No dia 25, Rio Grande e Pelotas estavam com R0=1 (significa que 100 novos infectados infectam 100 outros indivíduos, caracterizando crescimento com aceleração nula). O ideal é que o índice R0 esteja inferior a 1, provocando assim desaceleração no crescimento do número de casos e, para que isso ocorra, são necessárias medidas de prevenção, sendo a principal delas a ampliação do isolamento social. O distanciamento social em lugares públicos, o uso obrigatório de máscaras e atitudes frequentes de higienização das mãos também contribuem para a diminuição do índice R0.
Os professores informam que, com relação ao último boletim, o R0 em Rio Grande passou de 1,16 (em 11 de março) para 1 (em 25 de março), enquanto em Pelotas passou de 1,12 para 1 nas mesmas datas. Os docentes informam que as reduções nas acelerações do número de casos nos municípios são decorrentes, muito provavelmente, às medidas recentes de prevenção, adotadas em no período da situação de bandeira preta em todo o estado.
Um aplicativo desenvolvido pelos pesquisadores das duas instituições está disponível gratuitamente para download, o Simcovid (atualizado recentemente e está na versão 2.1), com o qual o usuário não precisa ser especialista em matemática ou computação para realizar suas próprias simulações e análises de cenários. Este aplicativo pode ser baixado aqui.
Os boletins sobre as situações de Pelotas e Rio Grande são disponibilizados no espaço Covid-19, da página do Imef. Neste espaço encontram-se um livro e dois artigos científicos já publicados sobre a modelagem matemática que dá origem aos resultados apresentados nos referidos aplicativo e boletins informativos. O professor Sebastião também ressalta o trabalho dos estudantes da FURG Marina Zanotta Rocha (Engenharia de Automação), Ana Luíza Arcanjo (Matemática Aplicada) e Lucas Rosa (Engenharia Mecânica), que auxiliam na obtenção e organização dos dados reais utilizados no Simcovid 2.1.
Assessoria de Comunicação Social da FURG
Foto: Arte/FURG