Número de casos em Rio Grande e Pelotas segue com crescimento acelerado, aponta boletim sobre Covid-19
Informativo inclui previsões nos municípios para os próximos 20 dias
Professores do Instituto de Matemática, Estatística e Física (Imef) da FURG e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) divulgam novo boletim informativo sobre a evolução da Covid-19 em Rio Grande e Pelotas, incluindo previsões para o crescimento do número de casos. Segundo os docentes responsáveis, Sebastião Gomes e Igor Monteiro (Imef) e Carlos Rocha (IFRS), com relação à curva do número acumulado de casos, Rio Grande e Pelotas apresentavam – dia 11 de março, crescimentos acelerados.
Os dados reais das cidades de Pelotas e Rio Grande (coletados até 11 de março) possibilitaram identificações paramétricas e posteriores previsões para os próximos 20 dias, resumidas nas figuras.
Os pontos em vermelho correspondem ao número acumulado de casos reais, enquanto a curva em azul é a simulação com o modelo. A continuação da curva em azul para além dos pontos em vermelho corresponde à previsão para os próximos 20 dias. O modelo prevê que Pelotas passará de 24920 casos confirmados (em 11 de março) para 31577 em 31 de março, enquanto Rio Grande passará de 11577 casos confirmados no dia 11 para 13143 em 31 de março. Estas previsões poderão se confirmar se não houver mudanças nas situações atuais dos municípios, principalmente correlatas ao isolamento social.
O parâmetro mais significativo de uma epidemia é o Índice de Reprodução Basal (R0). No dia 11 de março Pelotas estava com R0=1,12 (significa que 100 novos infectados infectam 112 outros indivíduos, ou seja, a contaminação estava com aceleração positiva). No dia 11, Rio Grande estava com R0=1,16 (significa que 100 novos infectados infectam 116 outros indivíduos, ou seja, a contaminação estava com aceleração também positiva). O ideal é que o índice R0 esteja inferior a 1, provocando assim desaceleração no crescimento do número de casos e, para que isso ocorra, são necessárias medidas de prevenção, sendo a principal delas a ampliação do isolamento social. O distanciamento social em lugares públicos, o uso obrigatório de máscaras e atitudes frequentes de higienização das mãos também contribuem para a diminuição do índice R0.
Os professores informam que, com relação ao último boletim, o R0 em Rio Grande passou de 1,06 (em 25 de fevereiro) para 1,16 (em 11 de março), enquanto em Pelotas passou de 1,26 para 1,12 nas mesmas datas. Informam ainda que esperam redução do R0 nos próximos dias para as duas cidades, em razão das medidas mais restritivas correlatas à bandeira preta que vigora em todo o estado nos últimos dias: “Caso as medidas restritivas estejam de fato sendo efetivas, esperamos que haja redução nas acelerações do número de casos, nos dois municípios”, apontam.
Um aplicativo desenvolvido pelos pesquisadores das duas instituições está disponível gratuitamente para download, o Simcovid (atualizado recentemente e está na versão 2.1), com o qual o usuário não precisa ser especialista em matemática ou computação para realizar suas próprias simulações e análises de cenários. Este aplicativo pode ser baixado aqui.
Os boletins sobre as situações de Pelotas e Rio Grande são disponibilizados no espaço Covid-19, da página do Imef. Neste espaço encontram-se um livro e dois artigos científicos já publicados sobre a modelagem matemática que dá origem aos resultados apresentados nos referidos aplicativo e boletins informativos. O professor Sebastião também ressalta o trabalho dos alunos da FURG: Marina Zanotta Rocha (Engenharia de Automação), Ana Luíza Arcanjo (Matemática Aplicada) e Lucas Rosa (Engenharia Mecânica), que auxiliam na obtenção e organização dos dados reais utilizados no Simcovid 2.1.
Assessoria de Comunicação Social da FURG
Foto: Divulgação FURG