O último episódio de Chaves
Fala galera eu sou o Rapha, esse é o CineLau e hoje o assunto é “Chaves”. Aquele seriado que divertiu gerações na programação do SBT.
Você sabe qual foi o último episódio de Chaves? Antes de responder essa pergunta vale alguns esclarecimentos.
Tão presente na vida e infância de todo latino-americano, o seriado “Chaves” foi transmitido durante décadas aqui no Brasil pelo SBT. O problema é que desde que estreou, em 1984, ele nunca teve seus capítulos exibidos na ordem original e em sequência. Com a exceção das histórias que duravam mais de um episódio, como no caso da viagem A Acapulco, a gente sempre viu Chaves de forma aleatória. Sem saber que havia um começo, meio e fim – como todos os seriados que estamos acostumados a ver.
Sendo assim, é possível se basear somente na exibição original mexicana. Ao todo, “Chaves” teve 312 episódios, exibidos originalmente entre 26 de fevereiro de 1973 e 7 de janeiro de 1980 – alguns deles não foram transmitidos em outros países além do México. Passado esse período, a Televisa – emissora mexicana que exibia o seriado – decidiu que “Chaves” não teria mais um horário próprio em sua grade, se tornando um mero quadro do programa “Chespirito”.
Com isso, é possível considerar que, da forma como ficou famoso, “Chaves” teve seu último episódio no início de 1980. A partir dali, o que houve foi uma tentativa de dar uma sobrevida aos personagens da série – o que, no Brasil, acabou se chamando “Clube do Chaves”.
Podemos considerar como último episódio “A máquina de lavar” (também chamado de “Antes um tanque funcionando do que uma lavadora encrencada” no Brasil, em sua redublagem), que fechou a sétima temporada do seriado no México. É um episódio como qualquer outro e, curiosamente, foi exibido no Brasil durante o primeiro ano de “Chaves” por aqui.
Na trama, Dona Florinda resolve comprar uma máquina de lavar para não precisar mais disputar o tanque que é compartilhado com a Dona Clotilde (a Bruxa do 71) e a Dona Neves (avó da Chiquinha). Entre as peripécias do capítulo nostálgico, o menino de rua transforma o chapéu do Professor Girafales em uma “panqueca”.
A sétima temporada de “Chaves”, exibida entre 1979 e 1980, teve 50 episódios, sendo o primeiro o famoso “Vamos ao Cinema?”, que originou bordões como “Seria melhor ter ido ver o filme do Pelé”. Nesse período, porém, a série já se encontrava em declínio.
Um desentendimento entre Roberto Gómez Bolaños (o Chaves e idealizador do seriado) e Carlos Villagrán (que interpretava o Quico) no final de 1978 fez com que toda a temporada não tivesse a presença do icônico personagem – a desculpa usada na série era de que Quico teria ido morar com uma parente rica.
Em seguida, outra baixa sentida foi a de Ramón Valdés, o Seu Madruga. Ele abandonou o seriado para trabalhar ao lado de Villagrán. Sem Quico e Seu Madruga, Bolaños acabou criando outras situações e cenários, como o restaurante da Dona Florinda. De quebra, Maria Antonieta de las Nieves, a Chiquinha, acabou acumulando um outro papel: a de Dona Neves, sua própria bisavó, criada para evitar que Chiquinha ficasse morando sozinha após seu pai “viajar para encontrar um emprego e só voltar quando estivesse rico”.
Ironicamente, os episódios que antecederam esse último acabaram tendo um ar de despedida muito mais convincente. Trata-se das quatro partes de “Os Hóspedes do Sr. Barriga”, um especial natalino no qual os personagens passam juntos as festas de final de ano. Outras passagens do seriado, como a visita a Acapulco e o “Festival da Boa Vizinhança” também cumpririam bem esse papel.
O fato de “Chaves” ter sido transmitido no Brasil de maneira aleatória (e infinita) também acabou diminuindo o impacto e a melancolia desse último episódio, fazendo com que ele ficasse “camuflado” entre os demais da série.
E você?! Já está com saudade das trapalhadas do Chaves?
Que tal matar a saudade do Chavinho (re)assistindo esse último episódio?
Raphael Rickes
Foto: Reprodução
Que bacana lembrar o Chaves, adorava assistir, tvz eu tenha assistido esse último episódio, o início pareceu familiar! Ai, ai quanta nostalgia, obrigada por essa linda lembrança!