Pesquisa SulCovid entra na segunda fase
Estudo aponta prevalência de Covid longa em 48% de adultos e idosos após infecção na cidade de Rio Grande
A pesquisa SulCovid – um estudo inédito de monitoramento da saúde de adultos e idosos na região Sul do Estado após infecção por Covid-19 – chega a sua segunda fase, tendo como objetivo monitorar a saúde de 2.919 pessoas que foram entrevistadas na fase 1.
A iniciativa é coordenada pela professora da Faculdade de Medicina (Famed) da FURG, Mirelle Saes, com coordenação adjunta da docente Suele Manjourany Silva Duro, da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e conta com o apoio de alunos de graduação, mestrado e doutorado. O estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), através do Edital PPSUS 08/2020.
O objetivo da pesquisa é acompanhar os participantes em dois momentos: nos primeiros meses após o diagnóstico, o que já foi feito na fase 1 da pesquisa e 12 meses após a infecção, iniciando a coleta dos dados em outubro deste ano. Ainda no primeiro trimestre de 2023, a equipe pretende ter finalizado o projeto com informações sobre o estado de saúde dos participantes e eventuais sequelas da Covid-19 um ano e meio após a doença.
Resultados da primeira etapa
Alguns dados da primeira etapa do estudo reforçam a importância da realização do monitoramento e da participação dos entrevistados na pesquisa. Os resultados mostram que cerca de 5 a cada 10 pessoas entrevistadas apresentaram pelo menos um sintoma remanescente após 6 -10 meses da infecção.
A prevalência de Covid longa foi de 48.3%. Os sintomas remanescentes mais prevalentes foram: fadiga (19.6%), perda de memória (17.7%), perda de atenção (13.9%), cefaleia (11.7%), perda de olfato (11.3%), dor muscular (10.1%) e perda de paladar (9.5%). Estes sintomas foram mais presentes nas mulheres (59,6%), indivíduos entre 18 e 59 anos (83,3%), de cor da pele branca (77,5%), casados ou que viviam com companheiro (60,6%).
Quanto à escolaridade e a classe econômica, 44,2% apresentaram 2º grau e 54,8% eram da classe C. Cerca de 60,0% eram fisicamente inativos, 24,4% fumavam, 73,3% tinham sobrepeso/obesidade e 58,1% apresentavam autopercepção de saúde boa.
Para os 43,1% que apresentaram pelo menos uma comorbidade preexistente, as mais prevalentes foram ansiedade (26,3%), hipertensão (25,3%) e depressão (19,4%). Pessoas com sintomas remanescentes também apresentaram probabilidade entre 30 e 50% maior de usar UBS, serviços de urgência e emergência e serviços/médicos especializados.
Contato telefônico
A partir de outubro de 2022 será realizada a 2ª etapa da pesquisa, com um novo contato por telefone. Nas entrevistas, assim como na 1ª etapa do estudo, será aplicado um questionário. O contato dura, em média, 15 minutos, e será realizado por entrevistadores contratados e treinados para este fim.
Secom FURG
Foto: FURG