Pesquisadores da FURG integram Comitê Científico estadual para enfrentamento da Covid-19

14 de maio de 2020 RIO GRANDE TEM

Grupo tem feito recomendações à sociedade gaúcha para prevenção e tratamento da doença

Três professores da FURG integram o Comitê Científico de apoio ao enfrentamento da Covid-19 do governo do Estado. Fábio de Aguiar Lopes, professor da Faculdade de Medicina (Famed) e gerente de Atenção à Saúde do HU-FURG/Ebserh, Marcelo Pias, professor do Centro de Ciências Computacionais, e Rodrigo Dalke Meucci, professor da área de Epidemiologia da Famed fazem parte do grupo formado por pesquisadores e autoridades científicas de diversas áreas do conhecimento para fornecer apoio às atividades do Gabinete de Crise e do Conselho de Crise para o enfrentamento da epidemia Covid-19 no Estado. A proposta, expressa no decreto que institui o comitê, é que os pesquisadores possam oferecer alternativas “baseadas em inovação, ciência e tecnologia”.

“O comitê tem um papel científico-consultivo ao governador, e é composto por nomes representativos das universidades gaúchas, desde virologistas, passando por cientistas de dados, até economistas”, explica Lopes. Essa formação multiprofissional possibilita, de acordo com os pesquisadores, a integração de diferentes olhares sobre a pandemia, além da possibilidade de trabalho em rede.

A estruturação de um comitê para que o governo possa escutar cientistas reforça o papel das universidades e instituições de ensino como produtoras de conhecimentos que são relevantes para as comunidades. “Acho que neste momento estamos todos engajados nas universidades brasileiras e pensando na melhor forma possível para ajudarmos com nosso conhecimento e experiência no enfrentamento desta crise. A FURG, através dos seus representantes neste comitê, tem fornecido feedback e levantado questões importantes que este canal direto entre a academia e o governo do Estado proporciona”, avalia Pias.

Ao participar deste comitê, por um lado a universidade contribui com o Estado e, por outro, se beneficia das discussões para pensar o cenário local, numa troca que faz avançar o conhecimento sobre um cenário ainda tão incerto. “O vírus causador da Covid-19 é novo. A doença é nova. Não temos imunidade. Não temos vacina. E ainda se está em busca de evidências sobre os tratamentos disponíveis”, lembra Meucci, epidemiologista.

Mas o que já se sabe, os pesquisadores sistematizam não apenas em recomendações ao governo do Estado, mas também em cartas à comunidade gaúcha. A mais recente foi publicada na última semana e oferece recomendações para a retomada gradual das atividades no Estado. (Confira todas as cartas já publicadas ao final da matéria). Em um documento detalhado, mas com linguagem bastante acessível, o grupo de cientistas faz recomendações gerais, como o uso de máscaras e cuidados de higiene, e oferece orientações específicas para grupos mais vulneráveis, cuidados nos domicílios, nos locais abertos, com animais de estimação, cuidados na limpeza das cidades, na construção civil, no comércio e serviços, em reuniões públicas, para a comunicação social e ainda para as escolas, creches e universidades, sugerindo que estas sejam as últimas a retornar às atividades.