Pesquisadores narram em vídeo potenciais das Plantas Alimentícias Não Convencionais
Projeto PANCPOP envolve mais de 20 estudantes, professores e técnicos do Campus SLS
O que para muitos pode ser considerado “mato”, “praga” ou “erva daninha”, para um grupo de pesquisadores do Campus São Lourenço do Sul representa uma valiosa oportunidade para a diversificação alimentar. As Plantas Alimentícias Não Convencionais, conhecidas como PANC, são hortaliças, frutas, flores e raízes que vêm despertando cada vez mais interesse tanto de quem é das áreas de Nutrição e Agroecologia, como daqueles que simplesmente gostam de cozinhar.
A professora Jaqueline Durigon está à frente do projeto de extensão PANCPOP: Popularizando o Uso de Plantas Alimentícias Não Convencionais. Bióloga e doutora em Botânica, ela procura difundir e popularizar os potenciais agronômicos, gastronômicos, nutritivos, ambientais e econômicos da biodiversidade e fortalecer as PANC como alimentos dotados de sabor, cultura e saúde. “Queremos mudar a percepção das pessoas e fazer com que essas plantas possam desempenhar todo o seu potencial nutricional, que muitas vezes é superior às plantas convencionais”, explica a coordenadora.
O Campus São Lourenço do Sul possui uma série de cursos de graduação voltados à sustentabilidade, como bacharelado em Agroecologia, licenciatura em Educação no Campo, Gestão de Cooperativas e Gestão Ambiental, que têm tudo a ver com as PANC. Assim, mais de 20 integrantes, entre estudantes, professores e servidores técnicos do campus estão envolvidos no trabalho.
Um vídeo em média-metragem produzido pela equipe do projeto acaba de chegar às redes. Originalmente idealizada para ser exibida em um congresso, a peça audiovisual acabou se tornando uma importante ferramenta para divulgar as ações e experiências do PANCPOP. Confira abaixo.
Vinculado a outros parceiros – Embrapa Clima Temperado, Centro de Apoio à Agricultura de Base Ecológica (Ceaabe), Movimento Ambientalista Verde Novo e ao Laboratório Intersciplinar de MARÉSS da FURG, o PANCPOP veio mostrar que várias espécies podem, sim, servir de alimento e inclusive apresentar grande valor nutricional. Entre os exemplos de Plantas Alimentícias Não Convencionais, estão a azedinha, dente-de-leão, peixinho-da-horta, capuchinha, capiçoba, caruru, coqueiro-jerivá, araçá, inhame e ora-pro-nóbis.
O foco principal do grupo está na sensibilização da sociedade, e na ideia de popularizar essas plantas como alimento. Além disso, conforme enfatiza a professora Jaqueline, “as PANC possuem também esse potencial de resgate cultural, uma vez que muitas delas foram consumidas no passado e caíram em desuso”. Ainda é possível destacar a importância das plantas para a geração de emprego e renda, podendo ser uma fonte adicional aos agricultores familiares (“são o grupo com o qual mais trabalhamos por aqui, em particular a agricultura agroecológica”). As PANC têm também capacidade para enfrentar problemáticas ambientais como as mudanças climáticas, já que são muito mais resistentes do que as culturas agrícolas dominantes no mundo.
Assessoria de Comunicação Social da FURG
Foto: Divulgação