“Pet Terapia” auxilia no tratamento de crianças e adolescentes atendidos pelo CAPSi
Uma parceria entre as Secretarias Municipais da Causa Animal (SMCA) e de Saúde (SMS), possibilita que crianças e adolescentes atendidas pelo Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) participem de sessões de Intervenção Assistida por Animais (IAA). A atividade, popularmente conhecida como “Pet Terapia”, é oferecida semanalmente para interação dos pacientes com uma cadela da raça Bernese chamada Teka.
Conforme a psicopedagoga do CAPSi, Hellen Lucy Rodrigues, a “Pet Terapia” tem como proposta ampliar o nível de interação dos pacientes que apresentam algum tipo de transtorno psiquiátrico. “Esse é justamente o perfil dos pacientes do CSPSi, uma vez que ele é um dispositivo de saúde mental de média e alta complexidade. Então, quando nos apresentaram o projeto eu logo pensei em incluir uma das minhas pacientes, que tem autismo, e tinha bastante dificuldade de interação principalmente com crianças da mesma idade”, conta Hellen.
“Nós começamos a ir para o pátio com a Teka e lá tinham outros colegas com seus assistidos. Isso auxiliou muito no desenvolvimento da minha paciente a nível de interação. Ela começou a explicar para os outros quem era a Teka, do que a cadela gostava. Isso foi ampliando a capacidade dela em interagir com seus pares, uma coisa que antes não acontecia”, explicou a psicopedagoga.
Segundo Hellen, após o contato da primeira paciente com a “Pet Terapia”, outros já foram inseridos. Atualmente, o grupo é formado por duas crianças com autismo e uma com deficiência intelectual. “Eu vejo o crescimento deles do ponto de vista de poder falar do seu transtorno. Era algo que eu não via no processo terapêutico. Hoje, eles conseguem falar das coisas que sentem e se resolver, pois quando falam com alguém que não faz parte do grupo muitas vezes é desconhecido e não aceito”, comentou. Além do grupo acompanhado por Hellen, grupos de pacientes assistidos por outros profissionais do CAPSi também participam da atividade.
O Projeto
Um dos proponentes da “Pet Terapia”, o veterinário da SMCA, Marcelo Pereira, explica que o projeto começou em 2017, por meio da interação dos pacientes com cavalos. ” O trabalho acontecia no Camping Municipal do Cassino. Tivemos ótimos resultados, mas infelizmente naquela época a estrutura do Camping, a distância e outras adversidades como o frio e a chuva, acabaram inviabilizando as sessões”, relata o veterinário.
Segundo ele, a retomada do projeto aconteceu em 2019, depois do contato com uma ONG paulista chamada “Patas Therapeutas”. Na ocasião, a organização orientou como seria a intervenção assistida por cães. O veterinário explica que a troca de experiência com a ONG paulista foi fundamental, pois “embora cães e cavalos sejam animais, são temperamentos, portes e condutas diferentes, que demandam cuidados diferentes.” A partir da orientação da ONG, o trabalho passou a ser desenvolvido em Rio Grande, em parceria com a SMS. A ação teve início no CAPSi Conviver e posteriormente, passou a ser desenvolvida no CAPSi.
“O sucesso é tremendo, é uma mágica o que acontece aqui. Enquanto veterinário da Prefeitura, sem dúvida, é uma parceria incrível. Nós estamos promovendo a interação, estreitando os laços e vendo que os animais têm papel para além da guarda e da companhia, eles também oferecem o benefício terapêutico”, destaca Marcelo.
Sobre os cuidados relacionados ao animal, o veterinário, que também é tutor da Teka, explica que as sessões de “Pet Terapia” ocorrem com duração de no máximo uma hora para não estressar o cão e nem causar transtornos. “É importante dizer que a Teka é vacinada, desverminada e vem para a terapia de banho tomado. Todas essas são condições exigidas para que o cão esteja apto a realizar o trabalho de interação assistida”, disse.
A presença do veterinário durante as sessões garante os cuidados de segurança necessários para a atividade. “Enquanto veterinário e tutor da Teka, eu sei que ela é super dócil, fácil de ser conduzida, mansa por natureza, mas a minha presença na “Pet Terapia” busca garantir, através dos sinais que ela emite, que ela esteja a vontade para que os assistidos possam usufruir da presença dela para o benefício da terapia”, finalizou.
Assessoria de Comunicação Social – Prefeitura Municipal do Rio Grande
Foto: Richard Furtado