PF prende empresário de Rio Grande em ação contra tráfico internacional de drogas
Investigação iniciada há dois anos cumpre 534 medidas judiciais entre mandados de prisão, busca e apreensão no Brasil e no Paraguai e bloqueio de contas e sequestro de patrimônio
A Polícia Federal e a Receita Federal, com apoio da Europol (Agência da União Europeia para Cooperação Policial), da SENAD/PY (Secretaria Nacional Antidrogas) e da Fiscalía, do Paraguai, deflagram, nesta quinta-feira (30/03), a Operação Hinterland, voltada à repressão ao tráfico internacional de drogas da América do Sul para a Europa, promovido por organização criminosa estruturada em duas grandes empresas de logística marítima sediadas nos portos de Rio Grande (RS) e Itajaí (SC).
Na ação desta quinta, 200 policiais federais e 12 servidores da Receita Federal cumprem 17 mandados de prisão preventiva e 37 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, e em Assunção, no Paraguai. O dono de uma empresa de logística de Rio Grande foi preso na cidade.
Também são executados os sequestros de 87 bens imóveis, 173 veículos, uma aeronave, bloqueios de contas bancárias vinculadas a 147 CPFs e CNPJs, 66 bloqueios de movimentação imobiliária de 66 pessoas físicas e jurídicas e a proibição de expedição de GTAs (Guia de Trânsito Animal) por quatro investigados, totalizando a execução de 534 ordens judiciais. Com as medidas executadas, a descapitalização da organização criminosa poderá chegar a 3,85 bilhões de reais, valor estimado das transações ilícitas identificadas durante o período da investigação.
A Operação Hinterland teve início em março de 2021, a partir de informações recebidas pela Polícia Federal de que 316 quilos de cocaína haviam sido apreendidos na cidade de Hamburgo, na Alemanha, em dezembro de 2020, a partir do Porto de Rio Grande.
A investigação indicou que a droga produzida na Bolívia era remetida para o Brasil por um fornecedor paraguaio e ingressava no país por Ponta Porã/MS. Posteriormente, a cocaína era transportada em caminhões até o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e armazenada nas próprias empresas da organização criminosa ou em depósitos próximos aos portos de Rio Grande e Itajaí. A droga era inserida em cargas regulares com a intervenção e coordenação da alta administração das empresas de logística, sem o conhecimento dos contratantes, proprietários das cargas lícitas (normalmente de insumos que poderiam mascarar a droga quando submetida aos controles alfandegários). Já no continente europeu, o grupo comprador do entorpecente, furtava a parte da carga regular que continha a cocaína, para distribuição em diversos países da Europa.
Em dois anos de investigação, foi comprovado que a organização criminosa movimentou 17 toneladas de drogas que tinham como destino a Europa, sendo que 12 toneladas foram apreendidas.
Para a realização da Operação Hinterland, a Polícia Federal celebrou acordos de Cooperação Policial Internacional com a Alemanha e Paraguai, e acordos de Cooperação Jurídica Internacional com a França e a Alemanha, para execução das medidas.
Comunicação Social da Polícia Federal no Rio Grande do Sul
Foto: Polícia Federal
Que Empresários? Traficantes pqp.