Prefeitos debatem estratégias para mitigar efeitos do La Niña na Região
A Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) reuniu prefeitos, coordenadores da Defesa Civil e técnicos para debater alternativas que amenizem os efeitos do fenômeno La Niña, conhecido por provocar extenso período de estiagem no Sul do Brasil. O encontro foi realizado em plataforma digital e as medidas para mitigar novos prejuízos foram encaminhadas através das representações que acompanharam a reunião.
Para a discussão técnica da pauta, proposta pelo prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, a Azonasul convidou o meteorologista e pesquisador Leonardo Calvetti, que apresentou as condições climáticas previstas para os próximos três meses baseadas no modelo disponibilizado pelo International Research Institute for Climate Prediction (IRI), o qual indica que “estamos entrando em um período de La Niña capaz de modificar a distribuição de calor, concentração de chuvas e formação de estiagem ao longo dos próximos meses”.
Segundo o meteorologista, no Brasil, o fenômeno La Niña provoca estiagem principalmente na região Sul. A característica preponderante do fenômeno é o resfriamento da superfície das águas do Oceano Pacífico. “A primavera deverá ser marcada por períodos de chuvas irregulares e abaixo da média, probabilidade de tempo seco com temperaturas elevadas”, ressaltou.
O coordenador da Defesa Civil regional, Leonardo Nunes, adiantou que o Estado já está trabalhando na pauta, mas que os recursos ainda não foram garantidos. “As notícias são muito ruins em relação a verbas federais. É importante que as lideranças iniciem diálogos com os deputados para que se busque emendas ou verbas alternativas”, alertou.
CRÍTICAS – A maioria dos prefeitos não poupou críticas ao auxílio prestado pelas instâncias estadual e federal durante o estado de emergência decretado no início deste ano pelos 22 municípios em função da falta de chuva. “Eu decretei em 4 de fevereiro e até o momento só ouvi promessas”, disse o prefeito de Cerrito, Douglas Silveira. A mesma situação foi relatada pela prefeita Selmira Fehrenbach, de Turuçu, que revelou estar com os projetos aprovados junto à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para a construção de reservatórios mas não obter nenhum tipo de informação consistente sobre a execução das obras. O presidente da Azonasul, Luis Henrique Pereira da Silva, prefeito de Arroio Grande, anunciou que vai tratar do assunto pessoalmente em Porto Alegre, durante age nda prev ista para esta semana. O presidente destacou que, em sua opinião, a participação da Secretaria Estadual de Agricultura precisa ser mais acentuada, uma vez que os prejuízos com quebras de safras e danos às famílias do meio rural são muito intensos durante os períodos de estiagem prolongados.
Assessoria de Comunicação Azonasul