Prefeitura esclarece dúvidas sobre vacinação dos povos indígenas no município
A Secretaria de Município da Saúde (SMS) começou a vacinação contra a Covid-19 em Rio Grande, na manhã de quarta-feira (20). À tarde, 10 indígenas da etnia Kaigang receberam a primeira dose das vacinas. No mesmo dia, houve questionamentos sobre porque indígenas estavam tendo prioridade para receber as doses antes de outros grupos prioritários. A Coordenadoria Municipal dos Povos Indígenas esclarece que os indígenas são colocados no primeiro grupo prioritário pelo Ministério da Saúde.
Existem vários motivos para eles receberem as doses na primeira etapa e antes de outros grupos considerados prioritários. Um dos argumentos citados pela Coordenadoria é que são poucos indivíduos para um povo. “No Brasil, já tivemos mil (1.000) povos indígenas diferentes; hoje são apenas 305. Ou seja, 695 foram exterminados. Não ouvimos falar, por exemplo, dos minuanos. Por isso, os indígenas são considerados prioritários para receber a vacina contra a Covid-19, isto é, para a manutenção de cada povo, que tem sua cultura, sua língua, seus costumes”, explica a coordenadora municipal dos Povos Indígenas, Tatiana Freitas.
Outra questão apontada pela Coordenadoria como característica para os povos indígenas serem considerados prioritários é a própria saúde dessas populações. “Por terem o mesmo DNA, anterior ao ano de 1.500, eles mantêm suas características biológicas, pela falta de miscigenação, e têm mais probabilidades de desenvolverem de forma ainda mais severa as síndromes gripais, como por exemplo, a Covid-19. Portanto, são grupos prioritários há muitos décadas.”
Vacinação vai ocorrer
A maioria das aldeias do povo guarani no Rio Grande do Sul decidiram esperar para serem vacinadas contra a Covid-19. Em Rio Grande, indígenas da aldeia Guarani Mbya, localizada na região de Domingos Petroline, garantem que vão receber as doses da CoronaVac disponibilizadas no município. Conforme esclarece a Coordenadoria Municipal, os guaranis não tomam decisões rápidas.
“Eles pensam e não foi dado esse tempo a eles. A cultura Guarani Mbya tem essa característica para tomar decisões. Como a vacina foi liberada e começou a ser aplicada de imediato, eles pediram para esperar um pouco. É uma questão cultural que precisa ser respeitada”, explica a coordenadora Tatiana Freitas, acentuando que eles deverão optar por se vacinar.
Assessoria de Comunicação PMRG
Foto: Divulgação PMRG