Prejuízos com a estiagem em Rio Grande chegam a quase R$ 45 milhões
A Prefeitura do Rio Grande disse que está desenvolvendo ações para minimizar os graves efeitos da estiagem no interior Município. Os criadores bovinos são os mais prejudicados financeiramente, com prejuízos estimados em pelo menos R$ 24 milhões e uma quebra que ultrapassa os 50% na produção. Já na agricultura, o milho perdeu 60% das lavouras.
O prefeito Fábio Branco decretou situação de emergência no dia 26 de janeiro e aguarda homologação pelo Governo do Estado, para que se reconheça a gravidade dos danos que a falta de chuva dos últimos meses vem trazendo ao Município. Há ocorrência de perdas significativas na produção de grãos, pastagens e na produção pecuária. Os reflexos podem ser verificados tanto na redução de produtividade nas atividades, quanto na qualidade dos produtos, que pela condição de baixa umidade não se desenvolveram adequadamente.
A falta de água e o calor acima do normal vêm afetando o pasto para os animais, o que também reflete na produção da pecuária de corte. Segundo relatório Emater-RS/Ascar, nesse setor, o prejuízo ultrapassa os R$ 23 milhões. A Secretaria da Pesca, Agricultura e Cooperativismo (SMPAC) vem recebendo o apoio da Secretaria de Zeladoria (SMCZ) para realizar a limpeza de açudes e a abertura de aguadas, ou seja, reservatórios de água que servem de bebedouros para os animais. A estiagem tem prejudicado de forma generalizada todas as atividades do setor agropecuário.
O solo não apresenta condições hídricas adequadas para o desenvolvimento das espécies implantadas e impede o cultivo de novas áreas, afetando drasticamente as culturas e as criações. A cultura do milho é a mais atingida pela seca, com perda de 60% do que foi plantado. A atividade possui grande importância econômica e social, pois muitos produtores cultivam para a subsistência da propriedade. É cultivado tanto com o objetivo de produção de grãos, quanto para a produção de silagem. As lavouras estão em estágio vegetativo e muitas não têm mais possibilidade de recuperação.
O volume médio de chuvas ocorrido nos últimos 60 dias não atingiram 50mm, o que associado a constantes ventos, temperaturas altas, solo arenoso e período, potencializa as perdas e gera um alto déficit no volume disponível para o desenvolvimento das plantas, bem como para a hidratação animal e até mesmo para o consumo humano.
Os pescadores também estão sendo diretamente afetados. Com a diminuição do volume de água na Lagoa dos Patos, eles não conseguem ingressar com suas embarcações nos tradicionais “valos” que levam ao interior das propriedades. Com isso, há necessidade da ação de limpeza desses locais.
Segundo o secretário adjunto de Pesca, Agricultura e Cooperativismo, Jesus Carrasco, entre pescadores e agricultores, 275 pessoas aguardam a intervenção da SMPAC em suas propriedades. Mais de 100 aguadas já foram abertas nas últimas três semanas. “Sabemos que não é a solução absoluta, mas é uma tentativa de mitigar os efeitos danosos enquanto a chuva não retorna em quantidade suficiente em nossa região”, afirmou.
Carrasco informa que a Patrulha Agrícola possui contato para o recebimento de pedidos de auxílio por parte dos trabalhadores afetados pela estiagem. O telefone/WhatsApp é o 53 991203318.
Prejuízos na produção segundo a Emater-RS/Ascar
BOVINOS DE CORTE:
- Prejuízo: R$ 23.071.320,00
- Quebra: 60%
SOJA:
- Prejuízo: R$ 16.707.600,00
- Quebra: 20%
MILHO SILAGEM:
- Prejuízo: R$ 1.520.000,00
- Quebra: 60%
BOVINOS DE LEITE:
- Prejuízo: R$ 1.322.690,23
- Quebra: 50%
MILHO:
- Prejuízo: R$ 751.500,00
- Quebra: 50%
MELANCIA:
- Prejuízo: 625.000,00
- Quebra: R$ 40%
ABÓBORA JAPONESA:
- Prejuízo: R$ 250.000,00
- Quebra: 50%
FOLHOSAS:
- Prejuízo: R$ 200.000,00
- Quebra: 50%
MELÃO:
- Prejuízo: R$ 144.000,00
- Quebra: 40%
BETERRABA:
- Prejuízo: R$ 112.500,00
- Quebra: 30%
CENOURA:
- Prejuízo: R$ 60.000,00
- Quebra: 30%
Assessoria de Comunicação Social Prefeitura Municipal do Rio Grande
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