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Projeto PancPop da FURG-SLS participa de atividade educativa sobre alimentação com Panc em escola de São Lourenço do Sul

Atividade integra o projeto “Você é o que come”, da escola Sady Hammes

O projeto de extensão PancPop, do Campus São Lourenço do Sul da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), participou na segunda-feira, 9, de uma atividade do projeto ‘Você é o que come’, promovido pela Escola Municipal de Ensino Fundamental Sady Hammes, localizada em Coqueiro (5º Distrito), através da professora Veridiana Fischer.

A iniciativa surgiu após a professora de ensino infantil observar o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados pelos alunos de 5 e 6 anos durante os lanches na escola. Com isso, o projeto visa promover a interação das crianças com plantas alimentícias não convencionais (Panc), como chás e outros alimentos naturais, incentivando uma alimentação mais saudável.

Durante o encontro, uma nutricionista da Prefeitura Municipal discutiu os impactos negativos dos alimentos ultraprocessados na saúde das crianças, no processo de aprendizagem e na cognição. Além disso, o projeto PancPop foi convidado a apresentar alternativas e possibilidades de diversificação alimentar, focando em alimentos in natura e minimamente processados, que possuem alto teor nutritivo, como as Panc.

O encontro contou com a presença das mães de uma das turmas da escola, que assistiram às palestras da nutricionista e de representantes do PancPop, incluindo a docente da Universidade e coordenadora do projeto, Jaqueline Durigon, e o professor Carlos Alberto Seifert. A técnica da FURG, Andreisa Damo, e o estudante bolsista do projeto, Luíz Azrael Nunes Cardoso, do curso de Letras, também participaram da atividade.

“Trouxemos para as mães a ideia de que, em meio a tantos atrativos industrializados e ultraprocessados para as crianças, existe um vasto universo de plantas e preparos saudáveis, altamente nutritivos e fáceis de cultivar. Esses preparos também podem ser muito práticos para serem inseridos na alimentação, tanto em casa quanto nos lanches que as mães enviam para a escola. Trabalhamos para mostrar às mães esse outro universo de possibilidades, frequentemente desconhecido pela maioria da população, e por isso considerado como plantas alimentícias não convencionais. A maioria das pessoas não vê essas plantas como alimento e, portanto, elas não fazem parte do cotidiano alimentar da maioria. Apresentamos espécies conhecidas em São Lourenço, também discutimos os benefícios nutricionais de cada uma delas, levamos várias plantas das Panc para exposição, reconhecimento e identificação. As mães puderam olhar, tocar, perguntar e reconhecer uma série de plantas, desde hortaliças folhosas a uma grande diversidade de tubérculos, raízes e flores comestíveis” compartilhou Jaqueline.

Após as palestras, as crianças degustaram os alimentos com Panc, promovendo uma experiência prática e educativa sobre uma alimentação mais diversificada, colorida e nutritiva, segundo Duringon. Os alimentos foram preparados pela equipe do PancPop, incluindo uma maionese feita com tubérculos Panc, como inhame e mandioquinha, combinados com óleo de girassol e temperos naturais.

Jaqueline conta que a ideia foi diversificar a fonte de carboidrato e temperos, substituindo condimentos industrializados por Panc. A maionese foi servida com pães de fermentação natural, que também continham Panc, e coberta com folhosas como ora-pro-nóbis, erva de pinto e pepino. Também foram apresentados dois tipos de bolos. Um deles foi feito com flores comestíveis, como malva, visco e capuchinha, que, além de serem visualmente atraentes, são ricas em nutrientes e antioxidantes, mas devem ser consumidas em pequenas quantidades devido à sua alta concentração de compostos nutricionais.

O segundo bolo continha cúrcuma e butiá, uma fruta típica da região que raramente é utilizada além do suco, e foi coberto com polpa de butiá. Além dos bolos, foi apresentada uma seleção de batatas cozidas, incluindo batata-cara, moela, cará e inhame, oferecendo uma alternativa à batata inglesa e mostrando diferentes fontes de amido.

As batatas foram servidas com molho salgado e um molho verde feito com folhas de bertalha-coração, uma planta com propriedades gastroprotetoras e antimicrobianas que traz diversos benefícios para a saúde. Também foram oferecidas flores comestíveis in natura.

A receptividade das mães foi bastante positiva. “Elas ficaram encantadas e surpreendidas com a diversidade possível de ser inserida na alimentação. As crianças experimentaram a maioria dos alimentos oferecidos. Acredito que a receptividade se deu muito por termos trazido alimentos que já são do conhecimento e do gosto delas, como bolo, batatinha e pão. Dentro desses alimentos, inserimos as Panc, dando mais cor, sabor e nutrientes”, afirmou Jaqueline.

A equipe ainda distribuiu materiais de divulgação do PancPop, incluindo um compilado de receitas já utilizadas em oficinas anteriores, disponíveis também na página do Instagram do projeto.

A professora Veridiana Fischer, responsável pela organização da atividade, comentou sobre a experiência e percebeu que conseguiu despertar a curiosidade tanto das mães quanto das crianças, a ponto de muitas mães pedirem um segundo dia para preparar receitas com essas plantas.

“Foi um momento maravilhoso. Tenho certeza de que a semente plantada naquele dia, especialmente pela professora Jaqueline e pela equipe da FURG, vai se espalhar, gerando mais curiosidade e desejo de experimentar e buscar mais conhecimentos sobre essa alimentação”, concluiu.

Secom FURG

Foto: Acervo PancPop

 

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