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Rio Grande apresenta aumento significativo na taxa de contaminação por Covid-19, aponta estudo da FURG

Crescimento pode ser associado ao relaxamento de medidas de prevenção e surgimento da variante Ômicron

A análise desenvolvida por pesquisadores do Projeto Exactum, do Instituto de Matemática, Estatística e Física (Imef) da FURG, indica forte aceleração na taxa de contaminação por Covid-19 em Rio Grande, Pelotas e em todo o Rio Grande do Sul. As causas prováveis para aumento dos números podem ser associadas ao relaxamento de medidas de prevenção e ao surgimento da variante Ômicron. O parâmetro mais significativo de uma epidemia é o Índice de Reprodução Basal (R0).

No dia 08 de janeiro, Rio Grande estava com R0=1,51, ou seja, 100 novos infectados transmitem para outros 151 indivíduos, caracterizando crescimento fortemente acelerado. Em 09 de janeiro, Pelotas estava com R0=1,35, ou seja, 100 novos infectados transmitem para outros 135 indivíduos, caracterizando também crescimento fortemente acelerado.

O ideal é que o índice R0 esteja inferior a 1, provocando assim desaceleração no crescimento do número de casos e, para que isso ocorra, são necessárias medidas de prevenção, sendo as principais a vacinação da população e a ampliação do isolamento social. O distanciamento social em lugares públicos, o uso obrigatório de máscaras e atitudes frequentes de higienização das mãos também contribuem para a diminuição do índice R0.

Segundo os dados reais, coletados até 09 de janeiro, das cidades de Pelotas, Rio Grande e mais dez cidades do RS possibilitaram identificações paramétricas e posteriores previsões para os próximos 20 dias, cujos resultados detalhados estão no módulo Simcovid do site exactum. As figuras seguintes resumem as situações de Pelotas e Rio Grande. Os pontos em vermelho correspondem ao número acumulado de casos reais, enquanto a curva em azul é a simulação com o modelo.

A continuação da curva em azul para além dos pontos em vermelho corresponde à previsão para os próximos 20 dias. O modelo prevê que Pelotas passará de 52751 casos confirmados em 09 de janeiro para 60627 em 29 de janeiro, enquanto Rio Grande passará de 22307 casos confirmados em 08 de janeiro para 24481 em 28 de janeiro. Estas previsões poderão se confirmar se não houver mudanças nas situações atuais dos municípios, principalmente correlatas ao isolamento social e ao ritmo da vacinação.

Uma média ponderada, com relação à população, do índice R0 das doze cidades pesquisadas: Bagé, Canoas, Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Maria, Santa Rosa, Santana do Livramento, São Borja, Uruguaiana, permitiu identificar em 06 de janeiro, uma aproximação para esse índice no RS, equivalente a 1,38. Esse é o maior valor para esse índice, considerando toda a série histórica de dados da pandemia.A expectativa dos professores que conduzem a pesquisa é que a ocupação de leitos clínicos e de UTI não cresça na mesma proporção do contágio.

Análise

A presente análise foi extraída dos resultados recentes divulgados na modelagem Simcovid, realizada pelos professores Sebastião Gomes e Igor Monteiro, do IMEF (FURG), além do professor Carlos Rocha (IFRS). A modelagem Simcovid é um dos dois módulos do projeto que gerou o site do projeto este integrado por diversos professores do IMEF.

→ Boletim – Janeiro 2022

SECOM FURG

Foto: Divulgação (foto anterior a pandemia)

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