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Rio Grande se prepara para enfrentar novo coronavírus

O município do Rio Grande é um dos primeiros a se preparar contra o novo coronavírus, com toda a logística necessária e caso seja constatado algum caso da nova doença que atinge a China e dezenas de países asiáticos e europeus. Uma reunião na sede da Prefeitura Municipal, nessa quarta-feira à tarde (29), mobilizou diversos órgãos de Saúde, como hospitais, Vigilância Epidemiológica, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Coordenadoria Regional de Saúde, Conselho Municipal da Saúde e representantes da área Portuária e da Marinha do Brasil.

O encontro foi organizado pela Secretaria de Município da Saúde (SMS) da Prefeitura do Rio Grande e conduzido pelo titular da pasta, Maicon Lemos. Ele esclareceu que a reunião foi convocada, considerando o perfil do município e o Porto rio-grandino, que recebe várias embarcações do continente asiático, onde está o principal foco do novo coronavírus.

“Houve um consenso em relação ao fortalecimento das medidas de prevenção que estão sendo implantadas em nível nacional. Os casos que se enquadram no boletim epidemiológico do Ministério da Saúde deverão ser notificados. Também está sendo retomado o protocolo técnico de atendimento a situações de infecção respiratória. Não podemos separar novo coronavírus de outros vírus, como o Influenza, H1N1, por exemplo. Por isso, o tratamento e a atenção são bastante semelhantes e há essa prevenção e preocupação”, esclareceu o secretário.

Maicon Lemos deve estar em Brasília (DF), até amanhã, onde estará reunido no Ministério da Saúde, num encontro com secretários estaduais de todo o país, quando será avaliada a situação nos estados e municípios brasileiros e formas de prevenção contra o novo coronavírus. O secretário aproveitará para requerer que haja o aumento do efetivo na Anvisa no município, que hoje dispõe de apenas dois fiscais.

Reunião participativa

Todos os órgãos envolvidos da rede de atenção à Saúde no município – UBS, média complexidade (posto 24 horas), ambulâncias (SAMU e SMU) e hospitais (onde podem ser acomodados os prováveis pacientes) – compareceram à reunião e se mostraram preparados para enfrentar essa situação, caso a doença chegue ao município.

Durante a reunião, foi informado que, a qualquer momento, o governo estadual deve indicar qual vai ser a referência em atendimento no estado. “No caso de termos pacientes, eles ficarão em uma UTI, em uma unidade especial (hospital) para pacientes contagiosos”, disse o secretário.

Também foi esclarecido que nenhuma embarcação está impedida de atracar nos portos brasileiros. O representante da Anvisa no município disse que todas as embarcações que desejam atracar em Rio Grande devem apresentar, três dias antes do desembarque, a Declaração Marítima de Saúde, documento que é repassado pelo comandante do navio. Nele, é informado as condições de saúde da tripulação e a procedência da embarcação (os países por onde passou, atracou e onde teve a troca de tripulação). Os dois navios chineses que estão em Rio Grande foram controlados e não apresentam riscos em relação ao novo coravírus, garante a Anvisa.

2009 é referência

O secretário informou, ainda, que a epidemia de gripe suína registrada em 2009, em Rio Grande, serve de parâmetro para que procedimentos semelhantes sejam adotados como forma de prevenção no caso do novo coravírus. “Em 2014, replicamos o mesmo protocolo, quando da epidemia do ebola, o que deu bons resultado e, agora, o retomamos. O protocolo define como será o atendimento nas unidades de saúde para receber os casos suspeitos ou não dessa doença, assim como quais os medicamentos a serem prescritos e quais os EPI (Equipamento de Proteção Individual) que devem ser utilizados pelas equipes técnicas.” Como ainda não há vacina contra o novo coronavírus e se trata de um vírus gripal, o Ministério da Saúde deve indicar, em breve, quais os medicamentos estarão sendo disponibilizados.

A epidemiologista da 3ª Coordenadora Regional da Saúde, Doris Schuch, responsável por atender 22 municípios da Região Sul, explica que todos os dispositivos de alerta são permanentes no caso de emergências de novos agentes. “No caso do novo coronavírus, já trabalhamos com o monitoramento de vírus respiratórios na rede. Rio Grande está bastante preparado e tem expertise. O que se faz agora é um ajuste do protocolo. Todo o caso suspeito é possível ter um diagnóstico laboratorial em menos de 24 horas.”. Ela orienta que as pessoas busquem atendimento médico caso haja uma suspeita de gripe e que mantenham os hábitos comuns, como lavar as mãos, usar álcool na higiene e evitar lugares fechados e aglomerações.

Assessoria de Comunicação PMRG

Foto: Divulgação/PMRG

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