Rio-grandina radicada em Portugal fala sobre as medidas de isolamento social no país
A rio-grandina Kelly Farias vive há 20 anos em Águeda, cidade co-irmã de Rio Grande em Portugal. Ela conversou conosco e contou como tem sido a rotina de isolamento social vivida no país, que declarou Estado de Emergência frente à pandemia da Covid-19. A decretação de estado de emergência foi prorrogada pelo presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, que em pronunciamento na noite desta quinta-feira (2) anunciou o endurecimento das medidas restritivas no país.
Kelly conta que, em Portugal, especialmente em Águeda, localidade em que reside e trabalha como funcionária da Câmara Municipal, a população e os grupos, como um todo, não esperaram a emissão dos comunicados oficiais para iniciar o fechamento de lojas, comércios e serviços. “A população foi muito atenta, e tomou a frente com a iniciativa de fechamento de bares, lojas, e comércios em geral”, conta.
Hoje, 2 de abril, desde a decretação do estado de emergência pelo governo do país, no dia 18 de março, Portugal apresenta um quadro de 9.034 contaminados pelo vírus e 209 mortes. Em Águeda são 24 pessoas contaminadas. Ainda assim, de acordo com dados apresentados pelo governo de Portugal nesta noite, esse número representa uma queda de porcentagem que varia entre 15% e 25% no número de pessoas contaminadas, graças às fortes medidas de contenção e isolamento social impostas no país. Os números subiam em 40% no início da pandemia, quando as medidas ainda não estavam em vigor.
Por esta razão, e pela entrada daquela que é considera pela Organização Mundial da Saúde a 2ª fase de contaminação pela Covid, houve hoje a renovação do estado de emergência que, entre outros aspectos, determinou terminantemente a proibição do deslocamento de habitantes entre cidades portuguesas nos dias que vão de 9 a 12 de abril, o período da Páscoa. Para impedir o trânsito de pessoas voos serão suspensos e o governo local pretende instalar blitz policiais em locais estratégicos, a exemplo do que já tem acontecido no país. “É doloroso, é duro, nós sabemos. Mas é necessário. Outro dia mesmo me ligaram perguntando onde eu passar a páscoa. Eu respondi que em casa e aconselhei a pessoa a fazer o mesmo”, disse Kelly.
A rio-grandina, que continua tendo que ir ao trabalho presencialmente, observando a um revezamento de turno com poucas pessoas, explica que só estão permitidas a circulação de pessoas com fins específicos de trabalho na área da saúde e daqueles que precisam prestar assistência a familiares, como o fornecimento de alimentos e medicação. “Nós temos tentando manter o isolamento social e cumprir com todas as regras. O comércio está todo fechado, o serviços em Águeda estão todos fechados e as pessoas estão conscientes de que a única maneira que nós temos de impedir o contágio pelo vírus é nos isolando”, argumenta.
Kelly, que tem familiares e amigos em Rio Grande, cidade a que retorna com frequência, deixa um apelo para todos os rio-grandinos e rio-grandinas: ““Eu tenho acompanhado pelas redes sociais o esforço que está sendo feito no município de Rio Grande, no sentido do esforço de que as pessoas mantenham o distanciamento social, que só saiam quando for extremamente necessário. Quero deixar uma mensagem para todos os rio-grandinos. Um apelo. Nós precisamos ter confiança nos procedimentos adequados, ouvir o que preconiza a Organização Mundial de Saúde, essas orientações são necessárias. Precisamos nos manter firmes nesse objetivo. Peço aos rio-grandinos e rio-grandinas que fiquem em casa, que protejam os seus. A responsabilidade é de todos nós. Salvar vidas, neste momento, é ficar em casa”, finaliza.
Assessoria de Comunicação/PMRG
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