Semana da Pessoa com Deficiência: professora realiza atividade para desconstruir estereótipos

“É necessário desconstruir para reconstruir a novamente”, na proposta os estudantes refletem sobre potencialidades e o não vitimismo

Na Semana Estadual da Pessoa com Deficiência, a professora Lúcia Adriana Martins, propôs aos estudantes do 8º ano da E.E.E.F. Marechal Emílio Luiz Mallet uma atividade que busca descontruir alguns estereótipos em relação ao olhar social das pessoas com deficiência. Lúcia é professora diária de anos finais de Língua Portuguesa e de Língua Inglesa. E atua na Escola Estadual Emílio Luiz Mallet e na Escola Municipal Dr. Rui Poester Peixoto.

Conforme explicou a educadora, a sugestão surgiu na intenção de despertar o pensamento crítico dos estudantes, para que eles pudessem compreender questões sobre limitação, onde todos, em algum momento da vida, irão se deparar.

Usando a criatividade, cada aluno deveria realizar uma produção textual com a palavra deficiência e também incluir as palavras que foram pensadas no acróstico, ressaltando o “D” de deficiência e alterando para o “D” de diferente. As palavras que compuseram o acróstico foram acessibilidade, feliz, dignidade, cooperativismo, liberdade, respeito, único, cuidado, incomparável e autonomia.

Para a feliz surpresa da educadora, a estudante Yasmin Rocha Costa, de 13 anos, entregou a sua produção com o título: “Deficiência: Não é o que você pensa ser”, repleta de conceitos sobre padrões, limitações, diferenças e respeito, provocando a inevitável reflexão sobre o mundo em que vivemos. A professora, preenchida de gratidão e afeto na dedicada profissão, buscou a nossa equipe e fez questão de compartilhar a redação da estudante para torna-la pública a comunidade.

No texto, Lúcia ressalta a importância de observar como foi inserido pela estudante “Principalmente a equidade social. Onde todos tem o seu espaço na sociedade. Porque conviver em sociedade não é privilégio dos apenas dos “ditos normais”.

A proposta desenvolvida na disciplina de Língua Portuguesa

A proposta foi lançada na Semana Estadual da Pessoa com Deficiência, conforme a professora, para que fosse possível de verificar o quanto os estudantes compreenderam, da importância do olhar para o outro. E destacou: “da própria questão empática, mas não vitimista e não coitadista.”

Lúcia também falou que a ideia foi mostrar que é possível cada um despertar as suas potencialidades, respeitar as suas limitações, sejam elas quais forem. “Que sejamos encorajadores do outro. Se um ser tem uma limitação, com certeza, essa pessoa tem uma potencialidade. E pensando nas potencialidades é que devemos investir.”

A professora de Língua Portuguesa, explica que a semana estadual dedicada às pessoas com deficiência, tem como intuito dar voz a um grupo que até então tem sido visto de forma equivocada no que diz respeito às suas potencialidades e lugar na sociedade. E para isso é necessário falar, é necessário esclarecimentos e é necessário desconstruir para reconstruir a novamente.

Por isso, Lúcia argumenta que a produção textual foi a estratégia que repercute naturalmente na sociedade. O trabalho realizado na sala de aula para ser efetivo tem que repercutir no social. “E fechamos então essa proposta, satisfeitos, porque os alunos conseguiram compreender, a partir dessa proposta, olhar diferente. Para ele e para o outro. Porque o mundo é diferente, então ele tem algo a nos ensinar, por isso, precisamos de atenção para poder aprender.”

Leia o texto da estudante Yasmin Rocha Costa de 13 anos

Jornalista Thuanny Cappellari/RIO GRANDE TEM

Foto: Divulgação