Semana do Parto Humanizado tem atividade no Largo Dr Pio em Rio Grande
No terceiro dia de atividades da Semana de Conscientização e Luta pelo Parto Humanizado está programado para essa sexta-feira (18), das 14h às 18h, uma atividade no Largo Dr Pio, no centro da cidade do Rio Grande. No local, a Secretaria da Saúde do município vai colocar tendas onde serão desenvolvidas atividades com as gestantes, como por exemplo, ioga.
A abertura da Semana ocorreu na quarta-feira à noite (16), no auditório do HU/FURG, onde estiveram presentes autoridades da Saúde no município e integrantes do coletivo pelo parto humanizado na cidade e no estado gaúcho (Prefeitura do Rio Grande, por meio da Secretaria da Saúde (SMS), gabinete da vereadora Professora Denise, HU-FURG/EBSERH, Santa Casa do Rio Grande, Escola de Enfermagem da FURG, Associação de Doulas do Estado do Rio Grande do Sul (ADOSUL) e Coletivo Bem Nascer). Nesta quinta-feira (17), a programação teve continuidade com o Ciclo de Palestras sobre Parto Humanizado, tendo como local o auditório do HU/FURG.
Uma das principais presenças na abertura da Semana foi a da coordenadora geral da Associação de Doulas do RS, Gabriele Araújo, que destacou a importância do parto humanizado para as mães. Ela disse que a mulher ao engravidar novamente e se já teve cesárias anteriores, corre maiores riscos, tanto de adoecer como de morrer. “E porque isso tem relação com o parto humanizado”, indagou. “Porque muitas mulheres foram levadas a fazer a cesariana, mesmo sem querer, ou porque foram induzidas ou porque tem muito medo do parto”.
A coordenadora citou que o Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em percentual de cesarianas. Se for considerada somente a rede privada de Saúde, o percentual chega a 80% ou 90%, ou seja, nessa rede, a cada 10 bebês que nascem, um ou dois vão nascer de parto normal. O OMS recomenda que o índice de cesarianas seja, no máximo, de 15%, “e aqui fizemos o inverso”, lembra.
Para que haja mais partos humanizados, Gabriele argumenta que seria necessário ter mais valorização profissional, número adequado de pacientes por profissionais e a inclusão de enfermeiras obstétricas, por exemplo, para atendimento de parto de baixo risco. Além disso, “é preciso mudar a forma como as brasileiras veem o parto. Não adianta as gestantes serem atendidas em instituições com profissionais adequados, se elas continuam tendo medo do parto.” Por isso, ela considera importante um evento como a Semana do Parto Humanizado, que traz capacitação para os profissionais, a fim de que eles possam realizar os partos da forma mais humanizada possível, e apresenta às gestantes os benefícios sobre o parto natural. “A mulher deveria ser a protagonista na escolha do parto e os seus desejos devem ser respeitados”, reforça Gabriele.
A secretária da Saúde do Rio Grande, Zelionara Branco afirmou a importância do debate com a sociedade e todo o coletivo envolvido com esse tema, incluindo a HU/FURG e o Legislativo. Lembrou que, apesar de todos as ações até agora, de se falar em parto humanizado há bastante tempo, ainda é necessária uma ação mais efetiva para se colocar o processo de humanização dentro do sistema de Saúde. Citou o HU, que realiza “com excelência” o parto humanizado e enquanto gestora da Saúde no município, Zelionara frisou que sempre vai defender e apoiar esse processo.
A Semana do Parto Humanizado tem como objetivo aproximar a comunidade da realidade do parto e nascimento em Rio Grande e para que as parturientes se encontrem mais seguras, confiantes e preparadas no momento de dar a luz. A proposta dessa atividade foi aprovada pelo Legislativo Municipal, em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, por meio de um projeto da vereadora Professora Denise.
Assessoria de Comunicação Social Prefeitura Municipal do Rio Grande
Foto: Divulgação