Seminário discute violência obstétrica e a importância das doulas em Rio Grande
Uma das palestras do Seminário Municipal de Formação sobre Saúde da População Negra, que discutiu “O racismo como marcador epidemiológico”, na segunda-feira (18), no Salão Nobre Deputado Carlos Santos da Prefeitura do Rio Grande, foi com a doula Valesca Soares. “Racismo e Violência Obstétrica: entre a dor e a invisibilidade” foi a abordagem apresentada pela profissional.
O Seminário integrou a programação especial da Secretaria da Saúde (SMS) do município para debater na semana que se destaca pelo Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, em 20 de setembro, cuja data passou a ser feriado em todo o país a partir deste ano.
Em cerca de uma hora e meia, Valesca, que é ativista do parto humanizado nas periferias e pioneira na doulagem periférica nos postos de Saúde da rede municipal, apresentou vários aspectos da área em que atua. Trouxe conceitos, como por exemplo, o que é uma doula. “É uma profissional de Saúde que presta apoio físico, emocional e informacional para mulheres no período gravídico-puerperal, gestação, parto e pós-parto/puerpério.”
Ela respondeu, ainda, sobre por que as mulheres devem optar pelo serviço de uma doula. Comprovou que 52% das mulheres que recebem cuidados com doulas têm menos chances de cesariana. Outra constatação é que 57,5% das mulheres pesquisadas tiveram menos chances de depressão e ansiedade pós-parto. Por fim, disse que o serviço prestado por uma doula acaba oferecendo menor risco de parto instrumental, via fórceps ou vácuo extrator.
Sobre o tema central da palestra, em síntese, Valesca Soares conceitua que a violência obstétrica é uma ação ou omissão praticada por profissionais da Saúde (médico, enfermeiro, técnico de Enfermagem) contra a gestante durante a gravidez, aborto, parto e pós-parto. As formas de violência podem ser percebidas por meio de agressões, ameaças, gritos com a paciente, omissões de informações e episiotomia (procedimento cirúrgico que consiste em um corte na região do períneo entre a vagina e o anús) desnecessária e impositiva.
A doula deixou diversas recomendações de como se proteger da violência obstétrica, entre elas, que a gestante conheça a maternidade de escolha. Citou, também, que devem ser buscadas informações das rotinas e protocolos do local escolhido para o parto; que as mulheres e seus parceiros participem em grupos e rodas de gestantes nas UBSFs e na FURG; escrevam um plano de parto (recomendado pela Organização Mundial da Saúde – OMS); e que a gestante tenha um acompanhante preparado e informado e que saiba os seus desejos. “Se possível, que todas tenham uma doula”, sugeriu.
Assessoria de Comunicação Social Prefeitura Municipal do Rio Grande
Foto: Divulgação
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