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SMS capacita profissionais para enfrentar casos de hipertensão, diabetes e obesidade em Rio Grande

Professores da UFPel que desenvolvem o projeto “Qualificação do cuidado de pessoas com diabetes, hipertensão e obesidade” iniciaram, semana passada, a capacitação para gestores e profissionais da Secretaria da Saúde (SMS) do Rio Grande. A proposta é que todos participem de um curso para o enfrentamento do que já é considerado como uma nova epidemia mundial.

Desenvolvido por professores das faculdades de Enfermagem e Medicina da UFPel, o projeto foi apresentado para profissionais e gestores da área da Saúde do Rio Grande, em evento no Salão Nobre da Prefeitura Municipal, promovido pela SMS. A professora da UFPel e coordenadora do projeto, enfermeira Elaine Thumé explicou que o trabalho teve início ainda em 2021, quando foi aprovado em um edital do Ministério da Saúde com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).

Até agora, o projeto realizou um diagnóstico da situação da Saúde em relação à atenção às condições crônicas (diabetes, hipertensão e obesidade) nos municípios das três coordenadorias regionais da Saúde na Zona Sul do estado: 3ª, onde está incluído o município do Rio Grande, a 7ª e a 10ª.

Na apresentação na Prefeitura, as professoras ofereceram o curso proposto no projeto aos gestores e profissionais da rede de Atenção Primária em Saúde (APS) do município. Conforme Thumé, a ideia é fortalecer a APS em todas as unidades básicas, bem como a gestão municipal, “para fazer frente a essa nova epidemia” que, reforça, são a diabetes a obesidade e a hipertensão.

“Os números estão muito altos na população e o trabalho da nossa equipe é fazer uma mobilização em todos os municípios – nestas coordenadorias regionais – e nas unidades na perspectiva de promoção da Saúde”, afirma. Ela frisa que um dos objetivos é fazer com que as pessoas melhorem não só a prática clínica, como ações que sejam para prevenção destas três morbidades e que têm como fator de risco as mesmas características: alimentação inadequada, fumo, álcool e o sedentarismo.

“Se conseguirmos promover ações que diminuam a alimentação inadequada, o consumo de álcool e tabaco e estimulem a prática de atividades físicas, haverá impacto na prevalência dessas morbidades”, reforça Elaine.

Curso

O produto final do curso oferecido aos gestores e profissionais é a elaboração de um plano para organizar a atenção a essas três condições crônicas (diabetes, hipertensão e obesidade). Para os gestores em Saúde, o curso tem duração de 40 horas, de agosto a setembro. Já para os profissionais, são 180 horas, de agosto a novembro. Há perspectiva da equipe coordenadora do projeto voltar a Rio Grande, em 2024, para verificar a execução do plano elaborado para o município.

“Se a tendência de aumento da hipertensão, diabetes e obesidade continuar, não haverá condições do sistema de Saúde (SUS) dar conta. Nossa proposta é nos anteciparmos aos danos e trabalhar com quem já tem essas doenças, mas também atuar para que as pessoas não fiquem sedentárias, se alimentem bem e não bebam tanto”, alertou a coordenadora.

Fortalecer os serviços

A médica e professora voluntária do Departamento de Medicina Social da UFPel, Denise Silva da Silveira acredita que os números de pessoas diabéticas, com obesidade ou hipertensas podem diminuir. “Temos que trabalhar com a educação para a saúde. Há uma projeção de que, se forem investidos R$ 5/pessoa/ano em prevenção, se eliminam 7 milhões de mortes até 2030. Há estudos que mostram isso”, afirma.

Denise cita três fases até que se confirme se uma pessoa está com alguma dessas doenças. Primeiro, quando não há nenhum fator de risco para a doença; segundo, quando há fator de risco, mas ainda não se desenvolveu a doença; terceiro, quando tem fator e já desenvolveu a doença. Ela citou, por exemplo, a obesidade, que atinge 23% da população brasileira. Aqui, os fatores de risco podem ser a alimentação inadequada e a falta de atividade física.

Por sua vez, a professora da Faculdade de Medicina da UFPel, Elaine Tomasi, que integra a equipe do projeto, detalhou o Plano de Enfrentamento que os gestores e demais profissionais da Saúde terão que desenvolver para cumprir com as atividades do curso proposto na reunião. A participação no curso é voluntária, embora haja a recomendação da Secretaria para que todos os profissionais o façam, o que dará direito a um certificado de conclusão com as horas correspondentes, 40 horas para os gestores e 180 para profissionais.

Assessoria de Comunicação Social Prefeitura Municipal do Rio Grande

Foto: Divulgação

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