Teatro Municipal passa por novas reformas
Um dos espaços culturais mais prestigiados por quem consume cultura na cidade do Rio Grande, o Teatro Municipal, recebeu novas melhorias. A reforma da Sala Polytheama, da rede elétrica, a ampliação do foyer e a adaptação de espaços para pessoas com deficiência, além da aquisição de novos equipamentos de som e iluminação, são algumas das novas intervenções realizadas no equipamento público da Prefeitura Municipal do Rio Grande e que possui a gestão da Secretaria de Município da Cultura (Secult). Os investimentos visam um melhor atendimento à classe artística local e buscam proporcionar mais conforto e comodidade para o público, que acompanha uma vasta e diversificada programação ao longo do ano.
Dentre as ações realizadas no espaço, Jane Borguetti, diretora do Teatro, destaca a revitalização da Sala Polytheama. Com a remoção dos carpetes, o local recebeu pintura e a colocação de novo piso. “Esse espaço era revestido, por muitos e muitos anos, por carpete. Decidimos remover, pois estavam muito velhos, úmidos e com uma capacidade muito grande de proliferação de ácaros. Quando retiramos, encontramos alguns afrescos originais do prédio. Uma boa surpresa, que em alguns pontos,decidimos manter”, argumentou.
O foyer, destacou ela, recebeu adaptações importantes, tornando-se mais amplo e confortável para a realização de exposições, lançamentos de livros e demais atividades culturais. “Conseguimos dar mais amplitude para esse espaço com a retirada de um tablado e melhorar o acesso à Sala Polytheama, com a abertura de uma porta maior”, salientou. Quanto à acessibilidade, a diretora ressalta a colocação de pisos antiderrapantes, rampa de acesso e a organização de espaços exclusivamente dedicados para cadeirantes. A ideia é que, no próximo ano, sejam construídos banheiros adaptados para pessoas com deficiência.
Borguetti também pontuou a aquisição de novos expositores, melhorias estruturais na manobra do palco, nas varas cenográficas, trocas de lâmpadas, de componentes da mesa de luz e na máquina de fumaça. “Estamos concentrando os nossos esforços na manutenção e em pontuais substituições de equipamentos que já estavam velhos”, completou a diretora, que também ressaltou o reaproveitamento de materiais encontrados no Teatro.
Um deles é uma tela original, muito utilizada nos tempos do Cine Teatro Avenida. “Encontramos essa tela enrolada aqui no Teatro. Lavamos, restauramos e prendemos ela ao palco, diminuindo custos de cenário. Hoje, é um dos recursos mais utilizados nas apresentações, em especial, para projeções de todo o tipo”, disse. Outra melhoria bastante comemorada pela diretora do Teatro é na parte elétrica do equipamento cultural. “Cerca de 85% já foi restaurada”, completou.
Para o prefeito municipal, Alexandre Lindenmeyer, o Teatro é um equipamento muito importante para a cena cultural rio-grandina e da região. “Estamos muito felizes em ver o nosso teatro bem aproveitado , recebendo grandes artistas e ótimos públicos. Um espaço que tem muita história para contar e que está inteiramente à disposição da nossa comunidade”, avaliou.
Gestão autossustentável
“O Teatro vive da arrecadação do próprio teatro, reforça o secretário de Município da Cultura, Ricardo Freitas. Segundo ele, toda a arrecadação do Teatro Municipal é destinada para a Associação dos Amigos do Teatro, que faz a gestão dos recursos e, com a anuência da secretaria, avalia os investimentos. Freitas comenta que um percentual do borderô dos shows, espetáculos e demais eventos culturais realizados no Teatro são revertidos em melhorias no próprio espaço cultural. Eventos beneficentes, para escolas da Rede Municipal, organizados pela Secult ou para instituições sociais não são cobrados. “Avaliamos que a forma mais equilibrada, mais dinâmica e que atende mais rapidamente as necessidades do próprio Teatro é essa. Reinvestir a partir da arrecadação dele”, disse o secretário.
Sobre o funcionamento do Teatro, Freitas ressalta que, desde a sua reabertura, a avaliação é muito positiva. “Em especial, pela pessoa que veio fazer a gestão”, ressalta ao se referir à Jane Borguetti. “Hoje, o Teatro é de todo mundo, da municipalidade e deve ser cuidado a partir de uma gestão eficiente e que esteja a serviço, sobretudo, da classe artística”, completou.
Mais amplo, seguro e confortável
Em setembro do ano passado a Prefeitura Municipal do Rio Grande, através da Secretaria de Município da Cultura, apresentou uma série de outras melhorias que qualificaram o equipamento de cultura. Dentre elas, a troca de todo o forro, do carpete e a instalação de novos ares-condicionados, com potência de 60 mil BTUS, ajustes na sinalização do teatro além de todas as adaptações de segurança necessárias para a prevenção contra incêndio. A capacidade do teatro também foi ampliada de 335 para cerca de 400 lugares.
Projetos para 2019
Embora a programação do teatro se estenda até os últimos dias deste ano, o secretário e a diretora já projetam o ano que vem. Para a Sala Polytheama, o plano é que seja aproveitada para a inauguração de mais um equipamento cultural da Secretaria de Município da Cultura. “Estamos avaliando possibilidades. Pode ser um café, para a realização de oficinas ou até mesmo para pequenos shows acústicos. O importante é que estamos resgatando esse andar superior, que volta a ficar à disposição do Teatro”, pontuou Freitas.
O secretário disse, ainda, que a ideia é que a partir do ano que vem a secretaria retome festivais e mostras de teatro, dança e música, que valorizem os artistas locais – como o Mar em Canto: Festival da Canção Litorânea. Os trabalhos de formação de atores e atrizes, através da realização de oficinas, e de formação de plateia, por meio de parcerias realizadas com as escolas municipais, serão intensificados.
Para os meses de outubro, novembro e dezembro deste ano, a diretora Jane Borguetti destaca a realização de espetáculos de dança e de música, como a Semana da Música, que ocorrerá em novembro. Neste mês, entre os dias 21 e 25, ocorrerão apresentações de diversos estilos do gênero, como rock, mpb, nativista, dentre outros.
O Teatro e a expansão urbana da cidade
A construção do prédio do Teatro Municipal ocorreu em 1929 e coincide com uma verdadeira revolução urbana no município do Rio Grande, conforme destaca a diretora do teatro e também arquiteta Jane Borguetti. Ela explica que o período em que a obra foi construída dialoga com o momento de expansão e consolidação do bairro Cidade Nova.
Segundo ela, duas obras corroboraram para este processo: as construções do Teatro Municipal e do Canalete da Major Carlos Pinto, projeto do engenheiro sanitarista Saturnino de Brito. “Antes do início destas duas obras, que foram construídas quase que simultaneamente, a cidade estava concentrada na zona da Rheingantz, do União Fabril ou próxima das indústrias pesqueiras”, salienta.
O prédio, diz, remonta caraterísticas dos estilos Art decó e Art noveau, dois estilos europeus em evidência no período da construção. “Nosso teatro sempre foi pequeno, mais acanhado. Uma peculiaridade muito interessante, pois dialoga com os cine teatros, que por muito tempo ficaram desativados. Aliás, nossa cidade também foi precursora nesse tipo de espaço de cultura”, afirmou. “Fernanda Montenegro, Irene Ravache, José Wilker, Paulo Autran, só para citar alguns atores e atrizes, já pisaram no nosso palco. Não tenho dúvidas de que muita coisa boa ainda está por vir”, finaliza a diretora.
Assessoria de Comunicação/PMRG
Foto: Pamela da Costa