Uma vida dedicada ao Jornalismo
“Se tu defendes uma ideia, tu tem que praticar aquela ideia”
Rosane Borges Leite, jornalista, aposentada pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG) atuou durante 13 anos junto à Instituição. Mas este é um dos locais onde o jornalismo foi sua trajetória de vida.
Em 1981 teve sua primeira experiência na profissão como revisora no Jornal Agora e um ano depois foi convidada a trabalhar na Rádio Minuano. No veículo radiofônico trabalhou com reportagens, programa de notícias de hora em hora, entrevistas e apresentação ao lado do jornalista Iberê Machiori. Após três anos e meio foi convidada a trabalhar na RBSTV Rio Grande onde atuou por 4 anos.
Foi mãe pela primeira vez e em 1988 retornou ao Jornal Agora e fez parte do Conselho Editorial por 12 anos.
De 2000 a 2003 trabalhou como Assessora de Comunicação do Porto do Rio Grande. Apoiou o início da Rádio Universidade em conjunto com o jornalista Willy César com apresentação nos programas Bom dia Furg e Cadernos de Turismo. Fazia o jornal da Sociedade de Engenheiros e arquitetos de Rio Grande e atuava em cerimoniais.
Saudosa, ela relembra que teve uma trajetória profissional muito parecida com a do historiador, pesquisador e jornalista Willy César, falecido em maio deste ano.
FURG
Na FURG iniciou atuando na Assessoria de Comunicação e posteriormente esteve frente à Secretaria de Comunicação assumindo a Assessoria, TV e Rádio da Universidade. Também dirigiu o Museu da Comunicação Rodolfo Martensen.
Na Furg TV desempenhou ações concedendo espaço para programas de diferentes orientações político partidárias. Uma marca registrada em seu trabalho. “Não tenho a primazia da opinião certa. Tenho a minha opinião. É das diferenças que se soma alguma coisa. O pensamento único não leva a nada, e é a base das ditaduras”, explica Rosane.
Em suas ações a jornalista relata com orgulho a criação da primeira Política de Comunicação da FURG, um documento que baliza as ações de comunicação na Instituição. Ressalta a importância da Política na Instituição por nortear a comunicação, principalmente por sua função como emissora pública, ligada à educação e voltada à cultura e à cidadania. Além da contribuição da Política para as ações de Assessoria de Comunicação, ligadas diretamente à reitoria.
Hora de guardar a caneta
No final de 2017 aposentou-se. “Eu entendi que já havia cumprido a minha missão junto à Instituição”.
Rosane exerceu sua profissão em diversas áreas do jornalismo. Contudo, confessa uma certa dificuldade em “entrar no mundo virtual”. Mas, engana-se quem pensa que é por não acompanhar a tecnologia. Para a jornalista, atualmente, as redes sociais vivem um “extremismo”, e portanto, exigem muita paciência e cautela.
A jornalista acredita que é preciso que as pessoas leiam e reflitam sobre as situações, sem precisar conviver em um eterno “grenal”. “Que as pessoas entendam que a partir da informação, deve-se fazer uma reflexão sobre o assunto. Que possa auxiliar e ampliar o debate, sem resumir tudo a uma questão de opinião.”
Sobre a profissão, desabafa
“Todos os dias temos que criar textos, projetos, temos que ser criativos o tempo todo. E isso é muito desgastante na profissão. Contudo, vivemos uma era de desvalorização, um momento que qualquer pessoa pensa que pode ser repórter”.
Rosane compara a ausência da necessidade do diploma do jornalista como uma brecha para muitos prejuízos à sociedade. E o jornalista deve informar a população sobre isso. Como por exemplo, a profissão de artista também está sendo desregulamentada e é só a primeira, a que lida com cultura. Isso é muito grave.
Que comunicação você quer para o futuro?
Questionada sobre que tipo de comunicação gostaria de ver, defende: “Uma comunicação efetivamente pública. Que fosse realmente de duas mãos. Que permita a reflexão. Não é o que vemos hoje em dia”.
Jornalista não para
Conta com satisfação que sempre trabalhou com o que gosta. E continua trabalhando. Apesar de aposentada, Rosane presta serviços de Assessoria e em Cerimoniais. Também pratica o voluntariado, um deles no Museu da Comunicação, no qual mantém muito afeto, carinho e costuma frequentar. Atualmente, sob a coordenação do Radialista Célio Soares.
Rosane atuou mais de uma década junto à FURG, que hoje celebra 49 anos. Foram muitas transformações durante esses anos. Sua dedicação, respeito e condução da Comunicação da Universidade são exemplos a para a nossa cidade e para todos os profissionais da área.
Rosane pede que os novos profissionais de jornalismo não percam a capacidade de se reinventar. De ir atrás do fato. Não se acomodar. Afinal, essa é a grande essência do jornalismo.
Texto e Foto: Jornalista Thuanny Cappellari – Equipe Rio Grande TEM
Muito legal, poder acompanhar e, agora, ver registrada, a história de uma grande colega jornalista. A Rosane é uma grande profissional do jornalismo rio-grandino!
Parabéns ao RioGrandeTem pela iniciativa da coluna Nossa Gente!