Vigilância Ambiental alerta população sobre contato com águas contaminadas
Em períodos de eventos climáticos intensos, como por exemplo as inundações que atingem boa parte do estado e, em especial, o município do Rio Grande, aumenta a preocupação da Vigilância Ambiental e de outros órgãos da Secretaria da Saúde (SMS) em relação ao contato das pessoas com águas contaminadas. A falta de proteção adequada e outros cuidados podem causar a doença Leptospirose.
Apesar da Vigilância Ambiental do município não ter nenhuma notificação por suspeita de Leptospirose neste mês, foram recebidas e investigadas 11 notificações por suspeita dessa doença, nos oito primeiros meses do ano. Dessas, nove (9) foram descartadas e duas (2) confirmadas.
Quarta-feira (27), a Vigilância Ambiental em Saúde dos Fatores Biológicos divulgou uma nota informativa, reforçando orientações à população rio-grandina exposta às cheias sobre o risco de contágio por Leptospirose em decorrência das enchentes.
A enfermidade é uma doença de origem bacteriana que tem a chance de contágio aumentada em inundações. Desta forma, a Vigilância Ambiental orienta para que se evite andar descalço, nadar, tomar banho e ingerir alimentos que tiveram contato com águas, possivelmente, contaminadas.
Cita a nota que “a doença pode ser contraída através da urina de mamíferos contaminados entre eles roedores (ratos), cães, bovinos, suínos e animais selvagens”.
Outro fator relevante apresentado no documento é que a bactéria da Leptospirose pode penetrar no organismo através de lesões, arranhões, boca, nariz, olhos ou até mesmo na pele integra. Por isso, algumas orientações quanto aos cuidados para a prevenção da Leptospirose são apresentadas pela Vigilância Ambiental, como por exemplo, utilizar, botas e luvas impermeáveis sempre que for ter contato com a água proveniente das cheias e cobrir qualquer lesão na pele com bandagens a prova d’água.
Ainda é recomendado ficar atento à lama oriunda de enchentes, pois ela tem alto poder infectante. Na nota assinada pelo médico veterinário Alexsandro Barcellos, a explicação é de que a lama adere à móveis, paredes e ao chão. Sempre que for realizar a retirada da lama e limpar estes locais e os móveis, é recomendado utilizar luvas impermeáveis e botas. Para a limpeza, a orientação da Vigilância Ambiental é que se utilize uma solução de 20 litros de água para 400 ml de água sanitária comercial.
Leptospirose
Outro órgão da SMS, a Vigilância em Saúde, esclarece que a Leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que resulta da exposição direta ou indireta a urina de animais (principalmente, ratos) infectados pela bactéria Leptospira. Sua penetração ocorre através da pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas.
O período de incubação, ou seja, tempo entre a infecção da doença até o momento que a pessoa leva para manifestar os sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e, normalmente, ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco.
As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros graves, associados a manifestações fulminantes. A sintomatologia mais comum é verificada por febre, dor de cabeça, dor muscular, principalmente em panturrilhas, falta de apetite e náuseas/vômitos.
Podem ocorrer diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular e tosse. Mais raramente podem manifestar exantema, aumento do fígado e/ou baço, aumento de linfonodos e sufusão conjuntival.
Em aproximadamente 15% dos pacientes com Leptospirose, ocorre a evolução para manifestações clínicas graves que, normalmente, iniciam-se após a primeira semana de doença. Nas formas graves, a manifestação clássica da doença é a síndrome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia (tonalidade alaranjada muito intensa – icterícia rubínica), insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar. Pode haver necessidade de internação hospitalar.
Tratamento
A Vigilância em Saúde recomenda que o paciente sempre busque orientação médica. Os casos leves podem ser tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam internação hospitalar. A automedicação não é indicada, pois pode agravar a doença. A pessoa que apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo, alguns dias depois de ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto, deve procurar imediatamente a unidade de Saúde mais próxima.
A Leptospirose é uma doença curável, para a qual o diagnóstico e o tratamento precoces são a melhor solução.
Assessoria de Comunicação Social Prefeitura Municipal do Rio Grande
Foto: Richard Furtado