Virada da Paz apresenta dados de pesquisa sobre segurança realizada em Rio Grande
A Prefeitura Municipal do Rio Grande e Instituto Cidade Segura (ICS) realizaram a apresentação das informações coletadas na pesquisa de vitimização aplicada em Rio Grande. Segundo a Prefeitura, a ação teve o objetivo de dialogar com a comunidade a respeito de suas vivências, anseios e angústias, como parte do trabalho que busca conhecer a realidade de Rio Grande para posteriormente, com os dados em mãos, atacar os principais problemas da segurança.
A pesquisa compõe a etapa de diagnóstico e foi executada entre os dias 12 e 21 de janeiro pelo Instituto de Pesquisas de Opinião (IPO). Por meio de uma amostra representativa da população da cidade, foram mil entrevistas ao todo, feitas de forma presencial. Após a apresentação, foi realizada nova reunião do Gabinete de Gestão Integrada (GGI) para debater como, na prática, os números podem auxiliar na tomada de decisões.
Conheça, abaixo, um pouco do retrato apresentado pelo ICS. Com o formato por amostra, a pesquisa considera um universo de 155.663 pessoas maiores de 16 anos e tem nível de confiança de 95%.
Furto e Roubo
De acordo com os dados apresentados, pouco mais de 31% da população ouvida afirma já ter sofrido furto de objeto de valor em algum momento da vida, o que representa uma população estimada de quase 49 mil pessoas. Destes, cerca de 12 mil relataram ter vivenciado o crime nos últimos 12 meses.
A respeito do registro da ocorrência, apenas 29% das pessoas furtadas faz o registro da ocorrência. Esse número sobe para 50% quando o crime é considerado como roubo.
Ameaça e agressão
Conforme a pesquisa, um em cada 10 rio-grandinos já foi agredido a ponto de ficar com marcas pelo corpo. Ao todo, a estimativa é de que cerca de 22 mil pessoas já tenham sofrido algum tipo de agressão física. Em cerca de 77% dos casos, o agressor era um homem.
A pesquisa também revela que 3,7% dos rio-grandinos foram feridos a faca e que 2,3% dos que relataram agressões foram atingidos por armas de fogo. Além disso, quase dois em cada 10 rio-grandinos já tiveram um familiar assassinado.
Em relação à ameaça, o estudo aponta que 25,2% da população estimada já foi vítima de ameaça, sendo que 12,6% da população estimada, mais de 19 mil pessoas, foram ameaçadas de morte.
Além disso, a pesquisa revela que 3,7% dos rio-grandinos foram feridos a faca e que 2,3% dos que relataram agressões, foram atingidos por armas de fogo.
Violência contra mulheres
No trabalho realizado pelo IPO, 3,7% da população estimada afirma já ter sido vítima de estupro, o que representa 5758 pessoas com relação a estimativa de população em Rio Grande. Considerando esses casos, apenas 33% faz o registro da ocorrência.
A respeito da violência doméstica, o boletim de ocorrência é realizado em 53,8% das vezes. De acordo com os dados, mais de 2 mil mulheres revelaram terem sido vítimas do crime nos últimos 12 meses.
A pesquisa também questionou a respeito de comentários de intenção sexual, que atinge mais de 37 mil mulheres em Rio Grande, considerando a população estimada. Apenas 1,6% das situações são registradas em ocorrência.
Ainda sobre o tema, a pesquisa mostra que duas em cada 10 mulheres já foram importunadas em algum meio de transporte. Neste contexto, o transporte em ônibus representa mais de 63% do total e os aplicativos aparecem com 34%.
Em termos totais, 19,2% das mulheres entrevistadas foram vítimas de algum tipo de assédio e desrespeito. Considerando a população estimada, aproximadamente 16 mil mulheres rio-grandinas já enfrentaram o problema.
Discriminação
O problema da discriminação segue presente na comunidade rio-grandina e pouco mais de 19,3%, afirmaram já terem sido vítimas. O maior número de relatos foi de discriminação racial, com cerca de 8% do total, seguido pela discriminação de gênero, 2,6%, e por classe social, também com 2,6%.
Amor pela cidade
Apesar de 64% dos entrevistados terem respondido que Rio Grande é uma cidade bastante violenta, 79% afirmaram não ter razões para mudar de residência, sendo para outro bairro, município, estado ou país.
Para o prefeito Fábio Branco, esses dados mostram que é necessário retomar a autoestima e a sensação de segurança dos moradores do Rio Grande.
“Precisamos trabalhar com políticas integradas, que nos tragam bons resultados. É para que a população se sinta mais segura que estamos procurando o que tem de melhor, seja com o Governo do Estado, ou com o Cidade Segura, que tem uma metologia que já foi aplicada e tem excelentes resultados. Nossa preocupação é fazer com que essas políticas públicas possam nos auxiliar para termos uma cidade mais feliz, segura e com mais oportunidades, e sabemos que a segurança pública tem um papel muito importante nisso”, afirma.
Virada da Paz
O objetivo é a implantação de um modelo mais proativo e multidisciplinar para, de forma integrada, trabalhar com inteligência estratégica para oportunizar maior segurança para a comunidade rio-grandina. A metodologia tem especial importância devido ao momento de insegurança enfrentado pelo município em 2022, quando registrou um número muito acima do normal de mortes violentas, a grande maioria relacionada com o tráfico de entorpecentes.
Tendo consciência dessa realidade, o programa se propõe a conectar Forças de Segurança, Poder Judiciário, Prefeitura e outros parceiros em um objetivo comum, que é reduzir os índices de violência no município a partir de um grande movimento social preventivo, com foco nas evidências e peculiaridades vivenciadas pela população, assim como no atendimento do público considerado de risco.
Neste contexto, o programa tem uma metodologia fortemente comprometida com a questão socioeducativa e prevê atenção estratégica de jovens, adolescentes e crianças desde o seu nascimento, oportunizando programas específicos para cada etapa da vida.
Para a organização desse trabalho, a Prefeitura contratou o Instituto Cidade Segura (ICS), que nos últimos cinco anos auxiliou diversas cidades e estados do país a construírem experiências exitosas de redução da violência. No Rio Grande do Sul, por exemplo, foi responsável pela implantação do Pacto da Paz nas cidades de Pelotas, Santa Cruz do Sul e Lajeado e que já iniciou trabalho semelhante em Porto Alegre.
Assim, a intenção é contar com o apoio do ICS para trazer iniciativas baseadas em evidências práticas, além de também explorar propostas já praticadas no município e que podem ser importantes instrumentos para o desenvolvimento do projeto.
Assessoria de Comunicação Social Prefeitura Municipal do Rio Grande
Foto: Divulgação